sexta-feira, 1 de julho de 2016

30 anos atrás, Madonna lançava “True Blue”, seu álbum de estúdio mais vendido até hoje

Conhece o “True Blue”, disco da Madonna de 1986? Ontem, dia 30 de junho, ele era lançado 30 anos atrás. O álbum já começa icônico por conta da capa, feita pelo lendário Herb Ritts, fotógrafo de moda de altíssimo nível que amava fazer fotos p&b (alguns anos depois, era ele que assumiria a direção do vídeo de “Cherish”, do álbum “Like a Prayer”, aquele com Madonna na praia com os “sereios”).

Mas não foi só por isso que “True Blue” foi um marco na carreira da cantora. Na época, nos anos 80, Madonna tinha bombado e estourado por conta do álbum de estreia, que tinha “Holiday”, “Borderline” e “Lucky Star”, e depois por conta do “Like a Virgin”, que dispensa comentários.


Era uma artista nova, iniciante. Será que ela conseguiria dar sequência ao sucesso? Era só uma moda passageira ou era uma artista que veio para ficar?

Respostas para essas perguntas: “True Blue” foi o álbum de estúdio mais vendido da rainha do pop até hoje, com 24 milhões de cópias vendidas. O disco está na lista dos 50 álbuns mais vendidos, em 45º lugar, atrás da coletânea “Immaculate Collection”, com 30 milhões de cópias, em 25º lugar.

Todos os singles foram parar no top 5 da Billboard

Em “True Blue”, todas as músicas lançadas como single entraram no top cinco da Billboard Hot 100. Três deles, “Live to Tell”, “Papa Don’t Preach” e “Open Your Heart”, foram parar em primeiro lugar nas paradas. Na mesma época, Madonna também se consagrava como artista pop internacional gigantesca com a turnê “Who’s That Girl Tour”.


A capa de Herb Ritts trazia a cantora toda loira platinada, mega sexy, com o cabelo curtinho e completamente irreconhecível, de perfil.

É uma das imagens mais marcantes da história da música. A mudança no look chocou e deu o que falar na época. Antes, Madonna usava aqueles cabelões meio esvoaçados castanhos que praticamente toda artista usava nos anos 80.
Era o início da “rainha da reinvenção”

Foi nesta época que ela começou a ser reconhecida como uma artista que sabia se reinventar, que brincava com a opinião pública, que provocava, que nunca entregava o mesmo de sempre. Não só visualmente. Afinal, “True Blue” é totalmente diferente dos álbuns anteriores. Não só por ser mega romântico e mega feminino, mas também por trazer elementos da música clássica para o pop (o violino de “Papa Don’t Preach” é um exemplo).

Era a jogada de Madonna para conquistar uma audiência mais madura e que exigia mais qualidade de sua música pop, que até então era conhecida por “Material Girl” e “Like a Virgin”.


A voz fininha e bobinha da Madonna nas músicas cheias de ironia anteriores foi trocada por um timbre mais grave (lembro que isso deixou minha tia frustradíssima na época, gente).

Na época, Madonna estava apaixonada e tinha acabado de se casar com Sean Penn. Por isso o disco fala de decepções amorosas (“Live to Tell”), de amor à primeira vista (“True Blue”) e também diversão (“Where’s The Party”).

Era também a primeira vez que Madonna flertava com a música latina em “La Isla Bonita”.

E os clipes, minha gente… E os clipes?

Não acho que o “True Blue” seja uma dos melhores discos dela. As músicas foram todas escritas e produzidas em parceria com os dois colaboradores, Stephen Bray e Patrick Leonard, e algumas são bem estranhas, como “Jimmy Jimmy”, “White Heat”, “Love Makes the World Go ‘Round”.

Não é um trabalho muito autoral e o disco não fecha muito bem como um todo, não é nem um pouco redondinho.


Mas é um bom álbum em que Madonna tenta algo novo com a ajuda de amigos e acaba acertando em cheio na magnífica “Papa Don’t Preach”, na balada lindíssima “Live to Tell”, na divertidíssima “Where’s the Party” e na fofa girlie “True Blue”.

O grande trunfo da rainha do pop nesse terceiro disco foi conseguir se manter no topo, se reinventar, mostrar que consegue entregar um som mais maduro, mais hinos pop e provar que ainda tem ambição para muito mais.

True Blue” traz uma Madonna apaixonada, romântica, amável, que flerta com os trabalhos anteriores sem se repetir. Trinta anos atrás, esse era apenas o começo de um trajetória impecável na música pop.