O
ano de 2016 parecia promissor para os suecos do Roxette. Além das vibrações positivas trazidas já no título do
décimo álbum de estúdio da dupla, “Good
karma”, lançado em junho, Per Gessle
e Marie Fredriksson ainda estavam
preparando a turnê comemorativa de 30 anos de estrada. Mas os projetos do grupo
que já vendeu mais de 60 milhões de álbuns em todo o mundo foram interrompidos
em abril, quando Marie decidiu parar de se apresentar por causa de problemas de
saúde. Por telefone, o guitarrista Gessle explicou que é possível que o Roxette não volte mais aos palcos.
—
Acho que
Marie nunca mais vai poder fazer turnês. Ela está com problemas na perna
direita, e não pode andar. É muito difícil então estar no palco, viajar, essas
coisas — disse o músico, explicando que os sintomas ainda são consequência do
tratamento que salvou Marie de um tumor maligno no cérebro, diagnosticado em
2002.
Isso
não quer dizer que seja o último capítulo do Roxette na vida de ambos. O guitarrista vislumbra a possibilidade
de a dupla se envolver em projetos mais simples, como em trilhas para filmes.
—
Fazer um
álbum leva cerca de dois anos. Não sei se a Marie ainda consegue fazer isso.
Depende dela. Por enquanto, parece que “Good
karma” será nosso último disco.
E
de onde vem o carma positivo que dá título ao álbum? O músico explica que a
reunião do Roxette, depois da
vitória de Marie contra o câncer, veio acompanhada de “energia e amor” dos fãs, o que levou a um total de quase 280 shows
até este ano.
—
Foi difícil
para ela recomeçar em 2009, já que estava afastada dos palcos havia sete anos.
A cada show que fazia, ficava melhor. É como um carma positivo: coisas boas
levam a coisas boas.
Para
manter o frescor do trabalho, Gessle conta que, quando está compondo para um
trabalho, ouve sucessos atuais para estar a par das tendências musicais. Para o
novo álbum, ele se uniu à dupla sueca de música eletrônica Addeboy vs. Cliff, e os três, juntos, escreveram quatro canções de
“Good karma”, incluindo a
faixa-título. Ele lembra que chegou a ficar tenso com a reação de Marie ao
ouvir as músicas, porque “os meninos têm
uma pegada mais gótica, sombria”. Mas deu tudo certo.
—
É um álbum do
Roxette, mas, ao mesmo tempo, ele
tem uma sonoridade atual, bem 2016.