domingo, 12 de junho de 2016

Warcraft: o primeiro encontro de dois mundos

Em 1994 a produtora Blizzard anunciou seu primeiro grande lançamento, trazendo ao universo pop o jogo Warctaft: Orcs and Humans, que, junto de uma grande história, trouxe inovações de jogabilidade, arrecadando de início uma legião de fãs ao redor do mundo. Consolidada no mercado de jogos a empresa dia após dia apresentava um universo repleto de possibilidades, dominando por anos o cenário de RPG’s online com mais de cem milhões de jogadores, sendo acessado em 224 países e com 500 milhões de personagens criados dentro do jogo. Números que, caso não fossem suficientes, ainda contam com – dentre os dez jogos mais acessados do mundo – três jogos do universo Warcraf dentro da lista. Não era de se esperar que após tanto sucesso e fãs a Blizzard arriscasse um início de império dentro da cinematografia.

Na história do cinema não há boas recordações de jogos adaptados para as telas: é fácil recordar de tragédias como Street Fighter (1994) ou Alone In The Dark (2005), ou filmes que conseguiram arrecadar nas bilheterias, mas não marcaram sua vaga na história como Silent Hill (2006) ou Príncipe da Persia: As Areias do Tempo (2010). Adaptações, tanto de livro quanto de jogos, sempre se apresentaram como um desafio para diretores de cinema, precisando gerar um equilíbrio entre fãs e leigos e trazer roteiros fiéis e atraentes. Com Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos, o desafio se tornaria ainda maior, precisariam agradar milhões de fãs que passaram suas infâncias dentro do universo apresentado.


O diretor Duncan Jones consegue pincelar o filme com detalhes que enriquecem os olhos dos admiradores de Warcraft. A composição do cenário, figurino, assim como personagens, foram bem trabalhadas, perfeitamente detalhadas como nos jogos da Blizzard, mas a quantidade de elementos que se tornariam essenciais para um fã assistir não são bem trabalhadas com o tempo do roteiro. O filme é rápido, correndo como quem não espera uma segunda chance de conquistar a confiança dos fãs. Frame após frame ele lança cenas recheadas de informações, buscando mostrar tudo o que pode chegar a compor uma ambientação de Warcraft.

A trilha sonora é simples, o clichê do dia a dia em filmes de aventura, porém agrada sem enjoar, ambientando bem as cenas de ação. A fotografia parecia almejar resultados como em Avatar, apesar de tentar se aproximar do ambiente dos jogos, acaba por se perder entre os dois mundos, não suprindo a vista de nenhum dos dois lados.

Para os fãs da série o filme soará divertido, como uma quest a ser realizada em um dia corriqueiro dentro do jogo. O padrão é exatamente igual ao dos jogos, possuindo as narrativas, ação e desenvolvimento que tanto estão acostumados a travar. O desafio que Duncan enfrentou foi vencido em etapas, é um filme que diverte, prende e anima uma tarde, mas soará brega e ultrapassado dentro de alguns anos, indo repousar no vale dos filmes esquecidos de jogos.