Em
1994 a produtora Blizzard anunciou
seu primeiro grande lançamento, trazendo ao universo pop o jogo Warctaft: Orcs and Humans, que, junto
de uma grande história, trouxe inovações de jogabilidade, arrecadando de início
uma legião de fãs ao redor do mundo. Consolidada no mercado de jogos a empresa
dia após dia apresentava um universo repleto de possibilidades, dominando por
anos o cenário de RPG’s online com mais de cem milhões de jogadores, sendo
acessado em 224 países e com 500 milhões de personagens criados dentro do jogo.
Números que, caso não fossem suficientes, ainda contam com – dentre os dez
jogos mais acessados do mundo – três jogos do universo Warcraf dentro da lista.
Não era de se esperar que após tanto sucesso e fãs a Blizzard arriscasse um início de império dentro da cinematografia.
Na
história do cinema não há boas recordações de jogos adaptados para as telas: é
fácil recordar de tragédias como Street
Fighter (1994) ou Alone In The Dark
(2005), ou filmes que conseguiram arrecadar nas bilheterias, mas não marcaram
sua vaga na história como Silent Hill
(2006) ou Príncipe da Persia: As Areias
do Tempo (2010). Adaptações, tanto de livro quanto de jogos, sempre se
apresentaram como um desafio para diretores de cinema, precisando gerar um
equilíbrio entre fãs e leigos e trazer roteiros fiéis e atraentes. Com Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois
Mundos, o desafio se tornaria ainda maior, precisariam agradar milhões de
fãs que passaram suas infâncias dentro do universo apresentado.
O
diretor Duncan Jones consegue
pincelar o filme com detalhes que enriquecem os olhos dos admiradores de Warcraft. A composição do cenário,
figurino, assim como personagens, foram bem trabalhadas, perfeitamente
detalhadas como nos jogos da Blizzard,
mas a quantidade de elementos que se tornariam essenciais para um fã assistir
não são bem trabalhadas com o tempo do roteiro. O filme é rápido, correndo como
quem não espera uma segunda chance de conquistar a confiança dos fãs. Frame
após frame ele lança cenas recheadas de informações, buscando mostrar tudo o
que pode chegar a compor uma ambientação de Warcraft.
A
trilha sonora é simples, o clichê do dia a dia em filmes de aventura, porém
agrada sem enjoar, ambientando bem as cenas de ação. A fotografia parecia
almejar resultados como em Avatar,
apesar de tentar se aproximar do ambiente dos jogos, acaba por se perder entre
os dois mundos, não suprindo a vista de nenhum dos dois lados.
Para
os fãs da série o filme soará divertido, como uma quest a ser realizada em um
dia corriqueiro dentro do jogo. O padrão é exatamente igual ao dos jogos,
possuindo as narrativas, ação e desenvolvimento que tanto estão acostumados a
travar. O desafio que Duncan enfrentou foi vencido em etapas, é um filme que
diverte, prende e anima uma tarde, mas soará brega e ultrapassado dentro de
alguns anos, indo repousar no vale dos filmes esquecidos de jogos.