sábado, 18 de junho de 2016

Crítica | Roxette - Good Karma

Querendo combinar estilos para destacar tanto o jeito clássico como uma forma mais moderna de conceito musical, a dupla Per Gessle e Marie Fredriksson retorna em seu 10º álbum de estúdio, Good Karma (com a borboleta na capa em alusão a letra 'X', número 10 em romanos), contrastando elementos do pop-rock e synth-pop. Lançado no dia 3 de Junho de 2016 e com produção de Christoffer Lundquist e Clarence Öfwerman (além de Per), este novo trabalho foi alavancado pelo single "It Just Happens", lançado no início de Abril.

Em "Why Don’tcha?", o clima anos 80 ganha vida com seu ritmo dançante e sua dualidade nos vocais abrangendo rimas cheias de inocência; "It Just Happens" é o carro chefe, com vozes chamativas na introdução e uma suavização nos versos para encantar o ouvinte com sua melodia agradável acompanhada por uma instrumentação bem balanceada; "você se apaixona; acontece…", diz o refrão com simplicidade, antes da faixa-título ("Good Karma") ganhar evidência com seu piano introdutório e pegada mais ousada nos versos, contendo nuances interessantes.

"This One" é menos convidativa nos versos graves, mas é agraciada quando o toque feminino busca redenção nas alturas enquanto o som eletrônico mantém sua rota até o fim; "You Make It Sound So Simple" tem uma entrada dramática no piano, relembrando tensões épicas em um mundo complicado, sendo uma grata surpresa no disco por sua abordagem que tenta encontrar uma forma mais simples de encarar a jornada, mesmo em ambientes conturbados.


"From A Distance" surge adiante com uma visão curiosa do mundo sob uma perspectiva longínqua, ainda que consiga manter o viajante por perto com a sonorização harmoniosa e leveza do ar que respira em sua preciosa reflexão; "Some Other Summer" mantém o mesmo estilo de contemplação na natureza, mas com mais festividade e entusiasmo; "você fará melhor", avisa o sábio protagonista, mergulhado no amanhã.

"Why Don't You Bring Me Flowers?" possui um romantismo doce e bem colocado entre as notas de piano e vozes que parecem suspirar em seus versos contidos e coro emotivo, ganhando destaque com o background orquestrado; "You Can't Do This To Me Anymore" é diferente das outras, com um experimento menos atrativo nos versos, contendo certos exageros em uma visão ciumenta de uma relação sem solidez. Um ar de mistério eventualmente ganha presença, mas desconecta o ouvinte da jornada por um breve período, até permanecer em stand-by em "20 BPM" e voltar com força máxima no belíssimo piano de "April Clouds", na música mais poética e profunda do álbum, garantindo uma despedida nada menos do que maravilhosa para a obra, para o ouvinte e para os envolvidos na dedicatória; “te desejo o melhor…”, diz por fim, com o coração.