Querendo
combinar estilos para destacar tanto o jeito clássico como uma forma mais
moderna de conceito musical, a dupla Per
Gessle e Marie Fredriksson
retorna em seu 10º álbum de estúdio, Good
Karma (com a borboleta na capa em alusão a letra 'X', número 10 em romanos), contrastando elementos do pop-rock e
synth-pop. Lançado no dia 3 de Junho de 2016 e com produção de Christoffer Lundquist e Clarence Öfwerman (além de Per), este
novo trabalho foi alavancado pelo single "It Just Happens", lançado no início de Abril.
Em
"Why Don’tcha?", o clima
anos 80 ganha vida com seu ritmo dançante e sua dualidade nos vocais abrangendo
rimas cheias de inocência; "It Just
Happens" é o carro chefe, com vozes chamativas na introdução e uma
suavização nos versos para encantar o ouvinte com sua melodia agradável
acompanhada por uma instrumentação bem balanceada; "você se apaixona; acontece…", diz o refrão com simplicidade,
antes da faixa-título ("Good Karma")
ganhar evidência com seu piano introdutório e pegada mais ousada nos versos,
contendo nuances interessantes.
"This One" é menos convidativa nos
versos graves, mas é agraciada quando o toque feminino busca redenção nas
alturas enquanto o som eletrônico mantém sua rota até o fim; "You Make It Sound So Simple" tem
uma entrada dramática no piano, relembrando tensões épicas em um mundo
complicado, sendo uma grata surpresa no disco por sua abordagem que tenta
encontrar uma forma mais simples de encarar a jornada, mesmo em ambientes
conturbados.
"From A Distance" surge adiante com
uma visão curiosa do mundo sob uma perspectiva longínqua, ainda que consiga
manter o viajante por perto com a sonorização harmoniosa e leveza do ar que
respira em sua preciosa reflexão; "Some
Other Summer" mantém o mesmo estilo de contemplação na natureza, mas
com mais festividade e entusiasmo; "você fará melhor", avisa o sábio
protagonista, mergulhado no amanhã.
"Why Don't You Bring Me Flowers?"
possui um romantismo doce e bem colocado entre as notas de piano e vozes que
parecem suspirar em seus versos contidos e coro emotivo, ganhando destaque com
o background orquestrado; "You Can't
Do This To Me Anymore" é diferente das outras, com um experimento
menos atrativo nos versos, contendo certos exageros em uma visão ciumenta de uma
relação sem solidez. Um ar de mistério eventualmente ganha presença, mas
desconecta o ouvinte da jornada por um breve período, até permanecer em
stand-by em "20 BPM" e
voltar com força máxima no belíssimo piano de "April Clouds", na música mais poética e profunda do álbum,
garantindo uma despedida nada menos do que maravilhosa para a obra, para o
ouvinte e para os envolvidos na dedicatória; “te desejo o melhor…”, diz por fim, com o coração.