Depois
de sofrimentos indizíveis, experiências psicotrópicas transformadoras e uma
vida de facilidades e problemas por causa da intensa exposição, Maitê não tem
medo de soar autocentrada ou de causar a ira alheia. Os traumas ela já curou.
Agora, o objetivo é outro: se comunicar com o mundo e consigo mesma.
Maitê Proença, a Dionísia da novela da Globo Liberdade, Liberdade, estampa a capa da edição 118/junho da Rolling Stone Brasil, nas bancas a
partir desta quarta, 15. A atriz, que já participou de mais de 30 novelas e
séries, apresentou programas de TV, fez duas dezenas de filmes, além de
escrever e atuar em peças de teatro, completa 37 anos de carreira e, segura de
si, se preocupa mais com os próprios pensamentos do que com o julgamento
alheio. "Não tenho problema com a
nudez. Eu não me lembro de em nenhum momento sair para comprar roupa com a
minha mãe. Vivia pelada na praia."
A
carreira de Maitê já a levou a diversos lugares inesperados. Quando começou a
publicar livros, em 2005, chamou atenção pela eloquência e elogios rasgados que
recebeu de mestres da literatura, como Carlos
Heitor Cony e Miguel Souza Tavares.
“Eu não sou uma pessoa de metas. E vou
pra onde dá muita vontade. Se você deixa todo o conjunto de suas percepções,
inteligência genética, DNA, isso tudo pensar por você, vai andar mais certo”,
teoriza. Representando há décadas o feminino brasileiro, falando francamente,
exibindo sem pudor o corpo e demonstrando uma intensa vontade de se ver viva,
ela diz que não pensa no passado ou no futuro. "Eu vou andando. E sinto que sou uma pessoa bem diferente hoje do que eu
era há cinco anos. Bastante até.”
Nesta
entrevista, Maitê fala sobre como muda para continuar sendo ela mesma; drogas
("Tomei drogas de expansão de
consciência, todas essas coisas. Mas não tomei como as pessoas tomam, duas
vezes na vida. Eu tomei três anos, quatro vezes por semana"); fama
("É chato o fato de sempre terem uma
expectativa. Você sai na rua e sorri o dia inteiro. Bota uma primeira e vai até
22h da noite no rararará") e mídia ("A gente fazia loucuras. Todo mundo fazia tudo o que queria, tinha uma
vida corriqueira e não saía no jornal. Acho que tinha um pudor sobre o que era
publicável").