Há
exatos 50 anos, os Beatles lançavam
um dos discos mais importantes da música moderna. “Revolver” foi o álbum em que o quarteto abraçou de vez a psicodelia
e os experimentos de estúdio, que culminariam no ano seguinte em “Sgt. Peppers”, aquele que várias vezes
foi tido como o grande álbum de rock já feito.
Com
o passar dos anos essa percepção foi mudando e “Revolver“, cada vez mais, é o álbum dos Beatles melhor posicionado em listas feitas por críticos com os “grandes discos da história”, quase
sempre entre os três primeiros lugares.
O
próprio Paul McCartney tende a
concordar, em uma entrevista recente ele disse que gostava particularmente
desse álbum por achar todas as suas músicas bastante fortes. E ele não deixa de
ter razão. “Revolver” traz o quarteto
com total domínio de seus talentos, com McCartney se mostrando cada vez mais
ambicioso e sofisticado e John Lennon
se abrindo mais e mais para a psicodelia e o uso das possibilidades do estúdio
para se criar novos, e inéditos sons.
O
álbum ainda solidificou de vez a posição de George Harrison como mais uma força autoral na banda – algo que já
se percebia nos dois álbuns anteriores – e deu a Ringo Starr dois momentos de brilho.
Além
de “Yellow Submarine“, ao lado de “Eleanor Rigby” o grande hit do álbum,
cantada por ele e uma de suas marcas registradas, “Revolver” abriga um de seus melhores e mais influentes momentos
como instrumentista no ritmo desenvolvido por ele para “Tomorrow Never Knows“, que seria muito copiado nas décadas
seguintes.
Mais
incrível ainda é saber que o disco nasceu praticamente de improviso e por pouco
não aconteceu. A princípio o grupo deveria ter passado o tempo em que gravou o
álbum, fazendo mais um filme. Como os quatro não gostaram de nenhum roteiro
proposto eles acabaram voltando para o estúdio e usaram aqueles dias entre o 6
de abril e o 21 de junho para criar mais uma obra-prima. Vale a pena ouvir.