Após
o fim da turnê do disco Revolution Radio,
lançado em 2016, o Green Day acaba
de lançar nas lojas o disco “God’s Favorite Band”, álbum esse que se trata do
mais novo “Greatest Hits” da banda
(primeiro após o “International Super
Hits”, lançado em 2001) onde são apresentadas as principais faixas de toda
a trajetória da banda com o adendo de uma inédita (Back In The USA) e uma nova versão para a canção “Ordinary World” (do Revolution Radio) com a cantora Miranda Lambert.
A
partir daí você pode estar pensando: “Para
que fazer uma resenha sobre uma coletânea de hits?”.
Bom,
lhe respondo dizendo que mesmo o álbum tendo 99% das canções já conhecidas por
todos aqueles que acompanham a banda, vale a pena analisar como o mesmo foi
montado, sendo uma das coisas que me chamou a atenção para fazer esse texto.
Começando
então com a música de abertura, ficando por conta da faixa “2000 Light Years Away” do disco “Kerplunk”, mostrando um pouco dos
primórdios da banda, onde os mesmo ainda soavam bastante underground. Claro que
foi uma ótima forma de iniciar o trabalho, já começando com uma linha
cronológica do grupo indo do seu começo nos submundos de Oakland até os dias
atuais.
Mas,
ressalto que eles ficaram devendo pelo menos uma música do primeiro disco (1,039/Smoothed Out Slappy Hours), pois
esse representa muito mais os primórdios do Green Day do que o “Kerplunk”
por contar com músicas da época em que eles ainda se chamavam “Sweet Children” e por ter faixas
gravadas por Al Sobrante, o primeiro
baterista do grupo.
Mas
enfim, seguindo com as faixas, vamos com uma sequência de cinco músicas da
época do “Dookie”, o disco que
colocou o Green Day em evidência no
mercado fonográfico mundial, representado pelas canções “Longview”, “Welcome to
Paradise”, “Basket Case”, “When I Come Around” e “She”.
Acho
que não preciso explicar o porquê o “Dookie”
teve mais “representantes” no álbum, né? Esse foi simplesmente o primeiro marco
do Green Day, dono de um dos
principais hits da banda até hoje (Basket
Case), se não fosse por esse CD, talvez a banda estivesse até hoje tocando
nos submundos de Oakland.
Em
seguida, vamos para a música “Brain Stew”,
a única representante do disco “Insomniac”,
que para mim poderia ter tido pelo menos mais uma representante (e podia muito
bem ser “Jaded”, por ser basicamente
uma “continuação” de “Brain Stew”).
Seguindo
para o “Nimrod”, as músicas “Hitchin’ a Ride” e “Good Riddance (Time of Your Life)” são as escolhidas para
representar essa fase da banda, que em minha opinião foram escolhas acertadas,
pois dos singles do disco, foram os de maior destaque.
Representando
o álbum “Warning”, temos a
faixa-título (Warning) e a aclamada “Minority”, que também foram escolhas
acertadas, principalmente se tratando do disco que dividiu as opiniões dos fãs
e da crítica na época.
Chegando
finalmente ao Green Day dos dias
atuais, o consagrado “American Idiot”
foi o segundo disco mais representado no álbum com quatro músicas (atrás apenas
do “Dookie”, com cinco), que com
certeza seriam a faixa-título (American
Idiot), “Boulevard Of Broken Dreams”,
“Holiday” e “Wake Me Up When September Ends”, as mais conhecidas por todos
aqueles telespectadores da MTV entre
os anos de 2004 e 2005.
A
lógica para o “American Idiot” ter
mais músicas no álbum do que outros discos é a mesma utilizada para o “Dookie”, o trabalho foi o segundo marco
da história da banda, pois foi por causa dele que o Green Day voltou a ser uma banda relevante no mercado musical, e
marcou também a nova fase deles tanto em questão de sonoridade quanto em
questão de atitudes (detalhe que divide os fãs até hoje).
Do
álbum “21st Century Breakdown” foram
escolhidas apenas as músicas “Know Your
Enemy” e “21 Guns”, as que mais
se destacaram entre os singles lançados na época, escolhas que eu também não
faria diferente caso a definição da tracklist dependesse de mim (mesmo gostando
muito mais de outras músicas do disco).
Agora,
devo chamar a atenção pelo fato da música “Oh
Love” ser a ÚNICA representante da trilogia “Uno”, “Dos” e “Tre”. Vale ressaltar, nessa época a
banda lançou três discos com mais ou menos 12 músicas cada, e dessas 36 músicas,
apenas uma foi selecionada para compor o “God’s
Favorite Band”. Detalhe esse mostra o como a trilogia passou longe de ser
um destaque no repertório do Green Day,
sendo então os discos menos aclamados do grupo na sua era atual.
Aproximando
um pouco do fim do disco, “Bang Bang”,
“Still Breathing” e “Ordinary World” foram as selecionadas do
“Revolution Radio”, último
lançamento da banda. Dessas, a única que questiono a escolha é a “Still Breathing”, sendo essa, em minha
opinião, a faixa mais chata do último CD, podendo ser facilmente substituída
pela faixa-título (Revolution Radio).
A
única razão para eu não questionar a presença de “Ordinary World” na coletânea, é o fato da mesma se tratar de uma
nova versão da música, contando além do vocalista Billie Joe, também com a cantora “Miranda Lambert”, que conseguiu fazer uma boa participação na
música deixando muito bem a sua marca.
Por
último, mas não menos importante, encerramos com a inédita “Back In the USA”, onde a banda faz uma
clara crítica ao governo de Donald Trump
nos Estados Unidos, mostrando mais uma vez a veia politizada que a banda tem
desde o “American Idiot”.
No
geral, os fãs que reservarem um pouco do seu tempo para ouvirem o “God’s Favorite Band” por completo terão
aquele agradável sensação de estarem viajando no tempo através dos principais
hits do Green Day.
TRACKLIST:
1. 2000 Light Years Away
2. Longview
3. Welcome to Paradise
4. Basket Case
5. When I Come Around
6. She
7. Brain Stew
8. Hitchin’ a Ride
9. Good Riddance (Time of Your
Life)
10. Minority
11. Warning
12. American Idiot
13. Holiday
14. Boulevard of Broken Dreams
15. Wake Me Up When September
Ends
16. Know Your Enemy
17. 21 Guns
18. Oh Love
19. Bang Bang
20. Still Breathing
21. Ordinary World (feat. Miranda Lambert)
22.
Back in the USA
NOTA: 8.0
NOTA: 8.0
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