O
ator Eriberto Leão, durante
entrevista, falou sobre interpretar o homossexual Samuel em “O outro lado do paraíso”, novela das
21h da Rede Globo. "Ser um homem
feminino não fere o meu lado masculino. Se Deus é menina e menino, sou
masculino e feminino”, contou.
"Nós somos tudo, o masculino e o feminino. O
grande barato é ser os dois. Adoro luta, sou fã de Bruce Lee (cineasta e
instrutor de artes marciais chinês, morto em 1973), e ele falava que a gente
tem que ser como a água, que pode ser suave ou virar uma enxurrada. Se a
suavidade é o feminino, sou suave. Se a enxurrada é o masculino, sou enxurrada.
Tudo depende da hora e do momento. A integração entre o masculino e o feminino
é a plenitude que eu busco diariamente e que é difícil de ser atingida",
afirmou.
Mergulhar
num mar de novas experiências foi o convite que Samuel fez a seu intérprete
para que pudesse se deixar levar por uma maré de fetiches, que deságua em
trocar o terno, a gravata e o sapato social por lingeries, batons e saltos.
—
Tive que me familiarizar com esse
universo. Andar de salto é uma arte, e confesso que não aprendi até hoje, mas
tentei. Só consigo dar alguns passos sem me desequilibrar. Nunca tinha usado
salto antes e não pude treinar com os da minha mulher (a atriz Andréa Leal, com
que tem dois filhos: João, de 7 anos, e Gael, de 4 meses) porque o pé dela é
pequeno, e o meu é 42. Também achei esquisito colocar calcinha, meia-calça,
porque não orna direito (risos). Tenho perna peluda. Meu ofício me ensinou a me
despir de todos os preconceitos e a enfrentar as dificuldades que possam
surgir. Para me sentir mais confortável, levei para Samuel um pouco de ídolos
do movimento glitter, como Ney Matogrosso no Secos & Molhados e David Bowie
— conta.
A
fonte onde muitos homens bebem para vivenciar o jeito feminino de se vestir é
desconhecida por Eriberto. Daí sua dificuldade com as peças que não ocupam
espaço em seu guarda-roupa:
—
Nunca me vesti de mulher no carnaval. A
primeira vez que usei roupas femininas foi no “Show dos famosos” (quadro de que
participou em 2017, no “Domingão do Faustão”), como Adriana Calcanhotto. Nos
blocos, os caras colocam sutiã, saia... Não tive essa experiência, mas gosto de
tudo que é transgressor, que sai do comum, do certinho.
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