Adele
estampa a capa da revista americana Vanity
Fair deste mês, clicada pelo fotógrafo Tom
Munro. Ela concedeu uma entrevista bastante íntima à publicação.
A
cantora falou sobre sua experiência com a chegada da maternidade. “Eu acho que a coisa mais corajosa é não ter
um filho. Todas as minhas amigas e eu nos sentimos pressionadas a ter filhos
porque isso é o que fazem os adultos. Eu amo meu filho mais do que tudo, mas,
na hora da rotina, se eu consigo um minuto ou dois, tenho vontade de fazer o
que eu quiser. Todos os dias eu me sinto assim”, disse.
Como
seu namorado, Simon, já tem uma
filha em outro relacionamento, Adele
considera que Angelo já tem
companhia e descarta a possibilidade de ter outro filho. “Isso me deu um passe livre. Eu tenho muito medo. Eu tive uma depressão
pós-parto muito ruim quando meu filho nasceu e isso me assustou.”, contou a
cantora de “Hello”.
Apesar
de ter enfrentado a depressão, Adele
contou que não chegou a se medicar. “Mas,
ao mesmo tempo, eu não conversei com ninguém sobre isso. Eu estava muito
relutante… Meu namorado disse que eu deveria conversar com outras mulheres que
engravidaram e eu disse ‘nem ferrando, eu não vou sair com um monte de mães’.
Porém, sem perceber, eu estava me direcionando às mulheres grávidas e outras
mulheres com filhos, porque eu percebi que elas são mais pacientes. Você
conversa com alguém, mas não presta atenção porque está muito cansada”,
explicou.
A
cantora afirmou que quando seu filho nasceu, seus amigos que não têm filhos se
irritavam com ela. “Enquanto isso, eu
podia me sentar de qualquer jeito e conversar com meus amigos que têm filhos
sem que um julgasse o outro. Um dia, eu disse para uma amiga ‘eu odeio muito
isso’, e ela começou a chorar e falou ‘eu também odeio muito isso’. E foi isso.
Ela, [a depressão], surgiu.”, contou.
“Meu conhecimento de depressão pós-parto, ou
pós-natal, é que você não quer ficar com seu filho. Você tem medo de talvez
machucá-lo. Você tem medo de não estar sendo boa o bastante. Mas eu era
obcecada com meu filho. Eu me sentia muito inadequada, como se tivesse feito a
pior decisão da minha vida… Ela pode surgir de várias formas.”, continuou Adele.
Em
certo momento, ela percebeu que o melhor para a situação seria ter um tempo
consigo mesma. “Chegou uma hora que eu
apenas disse que iria me dar uma tarde por semana, na qual eu faria o que
quisesse sem meu bebê. Um amigo meu disse ‘sério? você não se sente culpada?’ e
eu respondi que sim, mas não tão mal quanto se eu não fizesse isso. Quatro
amigas minhas se sentiam da mesma forma que eu e todo mundo tinha vergonha
demais para contar. Todas achavam que todo mundo pensaria que elas são mães
ruins, o que não é verdade. Você se torna uma mãe melhor se você dá a si mesma
um tempo”.