sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Saiba mais sobre “ANTi”, o álbum surpresa de Rihanna

NOTA 7.0

A espera foi longa. Desde 2012, ao lançar o álbum “Unapologetic“, Rihanna tem trabalhado em seu oitavo álbum de estúdio, e boa parte destes quase quatro anos foram passados com o silêncio absoluto da artista sobre o material. Os fãs o intitularam de “R8”, e por um tempo parecia que este seria o título de fato, devido à grande repercussão de rumores e desespero envolvendo o disco.

Algumas prévias foram divulgadas no início de 2014, e finalmente no final daquele ano os seguidores e admiradores da barbadiana tiveram um gostinho do que estava por vir. “FourFiveSeconds (feat. Kanye West, Paul McCartney)“, envolvendo os monstros da música Paul McCartney e Kanye West, chegou a alcançar o top 3 de singles americano, mas não fez o sucesso esperado pela equipe da artista.

Uma bagunça seguiu a música de trabalho; sem previsões, a estrela pop manteve os fãs no escuro, e então lançou a polêmica “Bitch Better Have My Money“. Apesar de acertar com os seguidores mais fiéis, a canção não vingou entre o público geral, falhando em chegar ao top 10 dos Estados Unidos ou outros mercados influentes no mundo. Foram precisos mais alguns meses de silêncio, a descrença da Navy, piadas na internet e rumores intermináveis para que o material fosse anunciado de fato.

Finalmente, na segunda metade de 2015, “ANTi” foi anunciado, e lançado de surpresa através da plataforma de streaming Tidal em 28 de janeiro de 2016, sem nenhuma das faixas reveladas anteriormente.

O disco já começa em alta, com participação de SZA, na dançante “Consideration“. “James Joint” tem a cara da cantora; ousada e franca, enquanto “Kiss it Better” transporta o ouvinte direto aos bailes dos anos 80 – facilmente uma das músicas mais bonitas do CD e também de sua carreira.

Chegamos então a “Work (Feat. Drake)“, a tão especulada parceria com Drake, que foi liberada um dia antes do lançamento do disco completo como o carro-chefe.

Dançante, a canção não agradou tanto a imprensa e a crítica internacional, mas não podemos esquecer do “fator Rihanna”: se tem algo que a artista saber fazer, é sucesso. “Desperado” traz o ouvinte de volta ao tema mais frequente do disco; o amor e suas dificuldades. “Sentados na velha Monte Carlo, nós dois tivemos nossos corações partidos…” é um dos trechos mais sinceros do LP.

Woo” retorna à balada com a ajuda de Travis Scott, que emprestou a voz para os refrões mesmo sem ser creditado. “Needed Me” mostra uma Rihanna orgulhosa e confiante, enquanto “Yeah, I said it“, produzida por Timbaland, é bastante sensual.

A cantora então nos introduz à segunda parte do material com a longa (mas nunca cansativa) “Same Ol’ Mistakes“, um cover bem trabalhado do Tame Impala. A partir daí, a artista prova que realmente se empenhou em criar um trabalho “clássico”, como havia dito em entrevistas no passado. A sonoridade dá um salto; instrumentalmente, todas as faixas até o final do disco são mais ricas, e liricamente também. “Never Ending“, embalada por um riff de violão, é absolutamente linda, e sua sucessora, “Love On The Brain“, não fica muito atrás, trazendo alguns dos melhores vocais da carreira da barbadiana.

O álbum é encerrado, então, com a curta balada “Higher“, sobre não ter certeza sobre a veracidade de seus sentimentos – o único defeito desta é estar comprimida em apenas dois minutos -, e a triste-mas-linda “Close to You“, uma daquelas que partem seu coração mas te deixam querendo mais.

Pode-se dizer que Rihanna realmente quis trazer ao mundo um trabalho bem pensado, que possa viver para sempre entre as coleções de amantes de música, não apenas entre o catálogo de seus fãs. O futuro da artista nas paradas de sucesso é incerto, mas uma coisa ficou clara: a barbadiana cresceu, amadureceu, e estes três anos e pouco de espera realmente valeram a pena.