Não
é fácil ser uma das bandas mais populares de pop/rock do planeta, e a tarefa
fica ainda mais difícil quando você já tem quase 20 anos de estrada, seis
discos na bagagem, uma porrada de prêmios e reconhecimento de público e
crítica.
Pois
essa é a situação do Coldplay, que
com a vontade de enfrentar tudo isso e lançar novo material, chega ao sétimo
disco da carreira na forma de A Head
Full Of Dreams.
Antes
de seu lançamento, muito se falou sobre como esse poderia ser o último disco da
banda, que ele poderia ser conceitual, que havia ligações com outras formas de
arte e muito mais.
Fato
é que no dia 04 de Dezembro de 2015, o disco foi lançado para a alegria dos fãs
da banda, que em 2014 tiveram um disco novo chamado Ghost Stories e um ano depois já recebem mais um lançamento dos
britânicos.
E
o ponto de partida para começar a pensar em AHFOD é justamente o último álbum: Ghost Stories é denso, escuro, soturno e chega a flertar com a
música ambiente em alguns momentos.
Ao
falar de seu novo disco, a banda chegou a dizer que ele seria diferente “como a noite é para o dia” em relação ao
antecessor e que a ideia aqui era fazer o ouvinte pular e se divertir, o que
fica evidente na primeira faixa, “A Head
Full Of Dreams”, que abre os trabalhos com um clima pra cima.
Na
segunda faixa, “Birds”, o rock
alternativo do grupo é resgatado e sua introdução lembra nomes dos anos 80
antes de acelerar o ritmo das coisas e fazer bom uso da voz de Chris Martin.
“Hymn For The Weekend” é justamente a
síntese do que Martin sugeriu que faria com o novo álbum, para torná-lo
divertido, e desde o nome que celebra o fim de semana através da canção como
trilha sonora, até seu instrumental, ela cumpre bem o papel. Como destaque e
uma porta de entrada para o mundo pop, o som conta com vocais de ninguém menos
que Beyoncé. Aqui, o vocalista canta
sobre como “a vida é uma bebida / o amor
é uma droga”, e mais pra frente vai voltar a falar sobre a vida e o amor em
outras canções.
Em
“Everglow” a banda volta a entoar uma
balada e já é possível imaginar como ela será executada nos shows da banda com Chris Martin ao piano, enquanto “Adventure Of A Lifetime”, o primeiro
single, talvez seja o símbolo da ideia por trás desse disco.
Divertida,
dançante, com palmas e aliada à sonoridade já conhecida do grupo, a canção
tornou-se hit instantâneo entre os fãs do grupo e ao ouvi-la pode ser que logo
na primeira vez você se pegue dando aquela dançadinha esperta.
“Fun” é mais uma canção que conta com
participação especial, dessa vez da cantora Tove Lo, mas ela não participa muito além de alguns backing vocals
que poderiam ter sido transformados em uma influência maior da talentosa
cantora no álbum. Com seu título a banda faz uma espécie de contraponto, já
que, mesmo chamada de “Diversão”, a
música tem a cara dos sons mais intimistas do grupo.
“Kaleidoscope” vem na forma de um
interlúdio com palavra falada e tenta passar uma mensagem positiva antes de “Army Of One”, logo sucedida pela
belíssima “Amazing Day”.
A Head Full Of Dreams vai chegando ao final com “Colour Spectrum”, outra faixa que conta com vocais de Beyoncé e mais um interlúdio, dessa vez
antes da saída com “Up&Up”.
Na
última canção do disco o Coldplay
contou com a ajuda do guitarrista Noel
Gallagher, e com a canção mais longa do disco passa algumas mensagens
bastante importantes como a crença de que devemos ser otimistas quanto à vida e
o amor.
É
com uma balada carregada de emoção e diferentes vocais que Chris Martin entoa a música que “tenta compor há 15 anos” e encerra a importante fase Ghost Stories / A Head Full Of Dreams da banda.
São
camadas, solos de guitarra, ambientes e uma letra positiva dizendo que juntos
todos conseguiremos chegar lá, e parece ser essa a imagem que a banda quer
passar com seu novo álbum.
Vale
lembrar que Chris Martin chegou a
dizer que esse disco serviria para “completar
algo”, e que pairam dúvidas no ar a respeito do futuro do grupo. Com um
disco coeso que tem belas canções e resgata valores e características das
melhores fases da carreira do grupo, o Coldplay
apresenta A Head Full Of Dreams como
um pacote honesto do que a banda vive, transpira e quer passar hoje em dia.