O
comitê que premiou Bob Dylan com o Prêmio Nobel de Literatura informou que
está a critério do cantor e compositor americano participar ou não da cerimônia
de premiação, que acontece em dezembro.
Dylan,
conhecido por fugir da imprensa, ainda não fez nenhum comentário sobre o prêmio
de US$ 900 mil, apesar das repetidas tentativas por parte da Academia Sueca de contatá-lo desde que
o nomearam como vencedor, em 13 de outubro.
Neste
sábado (22), a imprensa sueca informou que o membro da academia Per Wastberg havia dito que caso Dylan
permanecesse em silêncio seria "rude
e arrogante".
A
academia, no entanto, informou que os comentários de Wastberg não refletiam sua
visão. "O autor premiado com o
Prêmio Nobel toma sua própria decisão em relação às cerimônias envolvendo a
apresentação do prêmio", disse Sara
Danius, secretária permanente da Academia, em comunicado.
"A Academia Sueca nunca manteve uma visão
sobre as decisões dos vencedores de prêmios neste contexto, nem irá agora,
independentemente da decisão alcançada."
A
Academia deu a Dylan, de 75 anos, o prêmio por "ter criado novas expressões poéticas dentro da grande tradição de
música norte-americana". Foi uma escolha controversa.
Bob Dylan revolucionou a música popular americana com clássicos
como "Blowin' in the wind",
"The times they are a-changin",
"Subterranean homesick blues"
e "Like a rolling stone".
Ainda
assim, alguns questionaram se seu trabalho se qualifica como literatura. Outros
reclamaram que a Academia Sueca perdeu
a oportunidade de trazer a atenção a artistas menos conhecidos.
A
cerimônia de premiação do Nobel
ocorre todo os anos no dia 10 de dezembro. Se Dylan mantiver seu silêncio, não
será o primeiro a "ignorar"
a decisão da Academia.
Um
precedente de rejeição ao Nobel de
Literatura é o do francês Jean-Paul
Sartre, que, contrário a todo tipo de distinções, não o aceitou em 1964,
embora seu nome figure na lista de vencedores.