domingo, 28 de maio de 2017

Crítica | Moonlight: Sob a Luz do Luar

As mais belas descobertas ocorrem quando as mesmas coisas são vistas com um novo olhar.

Filme sensação do último Festival Internacional de Cinema de Toronto no ano passado vencedor do Oscar, ‘Moonlight: Sob a Luz do Luar‘ é uma pérola que precisa ser descoberta por todos que amam cinema.

Dirigido pelo cineasta norte americano Barry Jenkins, com roteiro baseado na peça In Moonlight Black Boys Look Blue, de Tarell McCraney, o filme fala sobre a vida de um garoto de origem humilde que precisa enfrentar os absurdos feitos pela mãe e acreditar nas suas escolhas num mundo tão insensível em que vivemos.

Vencedor do Globo de Ouro 2017 na categoria Melhor Filme de Drama, a história acompanha o jovem Chiron, que passa por três fases em sua vida: na infância, onde descobre uma amizade com o traficante Juan (Mahershala Ali); Na adolescência, onde descobre sua sexualidade no encontro com o amigo Kevin; E na fase adulta, onde tenta se redescobrir após passar dias preso.

Nos três momentos de vida do protagonista, interpretado pelos ótimos atores Alex R. Hibbert (infância), Ashton Sanders (adolescência) e Trevante Rhodes (fase adulta), sua mãe o cerca e o coloca em situações desagradáveis muito por conta de seus vícios incansáveis. Ao longo do tempo, vamos acompanhando o personagem principal, seus dramas e suas certezas em um mundo cheio de obstáculos em busca da felicidade.

O filme é uma grande crítica social. O preconceito e a violência andam lado a lado, paradigmas impostos por um planeta repleto de caos vivendo todo dia com medos aflorando e com cada vez menos luz no final desse túnel. O protagonista vive grandes conflitos dentro de si e acaba sendo exposto por conta de toda a dificuldade que possui com sua mãe, que deveria ser seu primeiro ombro amigo.

O roteiro é espetacular. A direção também. O elenco é maravilhoso. É muito elogio mas com toda verdade do mundo. Tudo é bem detalhado e há uma forma de poesia na maneira como Chiron enxerga o amor. Repleto de amargura dentro de si, o que acaba mexendo com suas emoções (como vemos na cena da cadeira sendo quebrada), as boas ações que viu com os próprios olhos acabam influenciando de alguma forma suas escolhas.

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