segunda-feira, 6 de julho de 2015

Os Minions | Crítica

Dois mil e quinze. Os grandes estúdios de animação alcançaram um grau tão elevado de sofisticação - tanto tecnologicamente, quanto em termos de roteiro - em suas produções, que é preciso alguém fazer uma caquinha muito grande para que as majors entreguem um filme "ruim". E mais: mantendo a base de personagens fofos que habitam universos coloridos, para prender a audiência infantil, eles acrescentaram às histórias um subtexto que vai da nostalgia (saga Toy Story, da Disney/ Pixar) a uma sutil inversão de valores (Shrek, da Dreamworks) - às vezes, combinando os dois elementos (Uma Aventura Lego, Warner Bros.) -, de modo a tornar a tarefa de levar os filhos ao cinema bem mais prazerosa.

Minions - Corta para 1968. Época da contracultura, da explosão do movimento hippie, da pisada do homem na Lua, do auge dos Beatles e dos Rolling Stones e... da chegada dos minions a Nova York. Sim, muito antes de Gru ou de mim e (da maioria de) vocês chegarmos à Terra, esses bichinhos amarelos comedores de bananas já perambulavam pelo nosso planeta, sempre em busca de um vilão para adorar, a justificativa de sua pequena existência. Essa é a motivação inicial de Minions, o spin-off de Meu Malvado Favorito, que chega agora aos cinemas.

A abertura do filme acompanha, exatamente, a saga patronal dos minions, elencando diversos momentos da História (com h maiúsculo) da humanidade - e até pré - e a sequência é simplesmente hi-lá-ria. Quando chegam aos Estados Unidos, ficam sabendo de uma tal convenção de vilões na qual estará presente a "magnífica" Scarlet Overkill (voz de Sandra Bullock, no original, que, na versão brasileira, tem Adriana Esteves, em um excelente e consistente trabalho, distante da super vilã Carminha, da novela hit Avenida Brasil).

Minions - A premissa é ótima, mas o roteirista Brian Lynch (autor do argumento de Gato de Botas) parece ter confiado demais no (inegável) carisma dos minions para trazer uma história um pouco preguiçosa. A começar por Scarlet (figura central no filme). A ela não cabe nenhum tipo de dualidade, como no caso do malvado "original" Gru. Não sobra nada de conflito ou motivação para a personagem além do exibicionismo puro e simples, o que resulta em uma vilã mediana.

Partimos então, para a ação: todo o (loooongo) embate entre os minions e a dita-cuja é cheio de reviravoltas e, em cada uma delas, descamba para uma solução do tipo acidental, ou seja, algo como fantástica, mirabolante, porém engraçada. Ponto alto para o personagem de Bob, para mim, o melhor e mais engraçado dos Minions.

Não posso deixar de citar que fui ver o filme com uma sessão lotada de crianças. Ah, ri mais que elas, principalmente na parte em que Bob adota um rato como seu animal de estimação.

Não tem como não dar nota máxima para essa animação. Se você ainda tem dúvida sobre ir ou não ir ver Os Minions nos cinemas, não perca tempo. Corra que dá tempo!