quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Gwen Stefani – Love. Angel. Music. Baby.


Love. Angel. Music. Baby. é o álbum de estreia solo da cantora norte-americana de pop e rock Gwen Stefani, lançado em 22 de novembro de 2004, pela Interscope Records. O disco começou como um pequeno projeto alternativo para Stefani, eventualmente tornando-se o seu primeiro trabalho de estúdio solo, após a pausa da banda No Doubt, tendo numerosas colaborações musicais e produtores.

Projetado como uma versão atualizada da música da década de 1980, “Love. Angel. Music. Baby.foi influenciado por artistas como Madonna, New Order, Cyndi Lauper, Depeche Mode, The Cure, Lisa Lisa & Cult Jam, Debbie Deb e Club Nouveau. A maior parte das canções do álbum são tematicamente focalizadas em moda e riqueza.

Ele introduziu as Harajuku Girls, quatro dançarinas que se vestiam durante as apresentações com as tendências de moda da juventude de Harajuku, um distrito de Tóquio, Japão. Além disso, as mesmas apareceram em letras de dois dos seis singles do álbum: “What You Waiting For?” e “Rich Girl”, e em quase todos os videoclipes do álbum, exceto nos vídeos de acompanhamento para as músicas “Cool” e “Luxurious”.

1. WHAT YOU WAITING FOR?
O trunfo lírico dessa faixa, de apresentar o final da carreira do No Doubt e o começo da carreira solo, a tensão crescente do processo criativo e uma bela zuada com bloqueio criativo, como uma avalanche business-as-usual-normal de punchlines (ótimas, por sinal. Todas.) consegue ser quase tão incrível quanto à produção de Nellee Hooper (produtor-pokemon lendário que já trabalhou com nomes do range de Bjork à Madonna enquanto inventava o trip-hop). Guiada por um baixo nervoso, mas over the top em guitarras e sintetizadores agressivos, que, vejam só: combinam com a urgência da temática da faixa. Existiram poucos álbuns que começaram com uma faixa tão incrível na década passada e provavelmente nenhum com esse grau de sucesso ou maior que seja.

2. RICH GIRL (FEAT. EVE)
Dre é um dos melhores produtores que já existiram e nem mesmo a avalanche de escritores consegue se sobressair à produção muito bem marcada, de graves anormalmente pesados para a época (e para a proposta que a Gwen vendia, onde citava artistas do new wave oitentista e não mencionava que andava yoloando ao mesmo tempo), com o tempero reggae fusion perfeito para acenar ao passado do No Doubt e que, ainda, acha espaço para gongos e cordas que aqui e acolá mantém a obsessão temática com o Japão que a cantora vendeu no álbum. Ainda tem um feat com Eve para relembrar a magia de Let Me Blow Ya Mind, enfim, outra sucessão de vitórias.

3. HOLLABACK GIRL
Por mais que essa produção nua de tamborzão e guitarras (procurem o baixo, alguém achou?) seja um booty shake de primeira e icônico (e os Neptunes realmente fizeram um trabalho de se orgulhar aqui, usando seus truques de batidas densas e metais de forma minimalista e calculada, com cada som ocupando um lugar por uma razão) não dá pra não imaginar que a hype dessa faixa foi a culpada pelo movimento mal calculado que foi o segundo álbum solo da cantora… Isso me causa uma pequena tristeza. Mas claro, a faixa é simplesmente perfeita.

4. COOL
Novamente a estrela do álbum (Nellee [aqui em time com um Dallas Austin, o que é sempre boa notícia], foi mal aí quem acha algo diferente) brilha forte numa midtempo que enche as orelhas com sua cascata de sintetizadores, 808, bateria normal, uma guitarrinha oitentista sem vergonha, sinos e vocais inspiradíssimos de Gwen. Tudo isso seguindo um baixo pronunciado que constrói uma música doce como mel deslizando na garganta tão lento que uma hora se acumula e cascateia pesado (no que seria o refrão cheio da faixa, onde tudo desce de uma vez). A letra também vale nota pela ideia, diminuindo a idade de Gwen em uns dez anos na sonoridade, mas mostrando toda a maturidade que a idade causa na ideia. Highlight.

6.  LUXURIOUS (FEAT. SLIM THUG)
O groove é gostoso, né? Tem um middle 8 desnecessário mas é tudo tão classudão, tão gostoso, tão sensual, tão fino… então porquê diabos P. Diddy não processou Gwen por essa faixa pelo uso de Big Poppa até hoje? Sério, já vi processos ganhos por BEM menos. Bitch even raps here!

8. CRASH
Aqui sim os anos 80 que a cantora vendeu como maiores influências do álbum brilham fortes, com esses sintetizadores que parecem uma tentativa do Human League de fazer uma trilha sonora de filme de comédia adornando uma Gwen inspirada cantando aqui e acolá como uma cria da fábrica SAW do nosso tempo (sem nenhuma carga pejorativa aqui, devo reiterar) ótimas metáforas de carro/direção para sexo nervoso.

ANÁLISE GERAL DO ÁLBUM
Em seu debut era esperado que, mesmo distante do som do No Doubt, a californiana entregasse um trabalho mediano. Porém L.A.M.B., em primeiro lugar, vende estilo, a marca de roupas xará, a perfeição vazia da ‘Hollywood life’… tudo mascarado em um “conceito” perfeito e nada ofensivo que com os clichês do ocidente, traz estereótipos do oriente que vende a ideia de ‘cool’. Sem perdas no meio, o disco tem poucas faixas fracas que não comprometem o álbum. Fashionista, Gwen traz um excessivo número de colaboradores que deixou o álbum coeso, combinado ao conceito da década de 70/80, especialmente para o público da década 00.



NOTA FINAL
★★★★★