Love. Angel. Music. Baby. é o álbum de estreia solo da cantora
norte-americana de pop e rock Gwen Stefani, lançado em 22 de novembro de 2004,
pela Interscope Records. O disco começou como um pequeno projeto alternativo
para Stefani, eventualmente tornando-se o seu primeiro trabalho de estúdio
solo, após a pausa da banda No Doubt,
tendo numerosas colaborações musicais e produtores.
Projetado como uma versão atualizada da música da década de 1980, “Love. Angel. Music. Baby.” foi
influenciado por artistas como Madonna, New Order, Cyndi Lauper, Depeche Mode, The Cure, Lisa Lisa & Cult
Jam, Debbie Deb e Club Nouveau.
A maior parte das canções do álbum são tematicamente focalizadas em moda
e riqueza.
Ele introduziu as Harajuku Girls,
quatro dançarinas que se vestiam durante as apresentações com as tendências de
moda da juventude de Harajuku, um distrito de Tóquio, Japão. Além disso, as
mesmas apareceram em letras de dois dos seis singles do álbum: “What You Waiting For?” e “Rich Girl”, e em quase todos os
videoclipes do álbum, exceto nos vídeos de acompanhamento para as músicas “Cool” e “Luxurious”.
1. WHAT YOU WAITING
FOR?
O trunfo
lírico dessa faixa, de apresentar o final da carreira do No Doubt e o começo da carreira solo, a tensão crescente do
processo criativo e uma bela zuada com bloqueio criativo, como uma avalanche
business-as-usual-normal de punchlines (ótimas, por sinal. Todas.) consegue ser
quase tão incrível quanto à produção de Nellee
Hooper (produtor-pokemon lendário que já trabalhou com nomes do range de Bjork à Madonna enquanto inventava o trip-hop). Guiada por um baixo nervoso,
mas over the top em guitarras e sintetizadores agressivos, que, vejam só:
combinam com a urgência da temática da faixa. Existiram poucos álbuns que
começaram com uma faixa tão incrível na década passada e provavelmente nenhum
com esse grau de sucesso ou maior que seja.
2. RICH GIRL (FEAT.
EVE)
Dre é um dos melhores produtores que já existiram e nem mesmo a avalanche
de escritores consegue se sobressair à produção muito bem marcada, de graves
anormalmente pesados para a época (e para a proposta que a Gwen vendia, onde
citava artistas do new wave oitentista e não mencionava que andava yoloando ao
mesmo tempo), com o tempero reggae fusion perfeito para acenar ao passado do No Doubt e que, ainda, acha espaço para
gongos e cordas que aqui e acolá mantém a obsessão temática com o Japão que a
cantora vendeu no álbum. Ainda tem um feat com Eve para relembrar a magia de Let
Me Blow Ya Mind, enfim, outra sucessão de vitórias.
3. HOLLABACK GIRL
Por mais
que essa produção nua de tamborzão e guitarras (procurem o baixo, alguém
achou?) seja um booty shake de primeira e icônico (e os Neptunes realmente fizeram um trabalho de se orgulhar aqui, usando
seus truques de batidas densas e metais de forma minimalista e calculada, com
cada som ocupando um lugar por uma razão) não dá pra não imaginar que a hype
dessa faixa foi a culpada pelo movimento mal calculado que foi o segundo álbum
solo da cantora… Isso me causa uma pequena tristeza. Mas claro, a faixa é
simplesmente perfeita.
4. COOL
Novamente
a estrela do álbum (Nellee [aqui em time com um Dallas Austin, o que é sempre boa notícia], foi mal aí quem acha
algo diferente) brilha forte numa midtempo que enche as orelhas com sua cascata
de sintetizadores, 808, bateria normal, uma guitarrinha oitentista sem
vergonha, sinos e vocais inspiradíssimos de Gwen. Tudo isso seguindo um baixo
pronunciado que constrói uma música doce como mel deslizando na garganta tão
lento que uma hora se acumula e cascateia pesado (no que seria o refrão cheio
da faixa, onde tudo desce de uma vez). A letra também vale nota pela ideia,
diminuindo a idade de Gwen em uns dez anos na sonoridade, mas mostrando toda a
maturidade que a idade causa na ideia. Highlight.
6. LUXURIOUS
(FEAT. SLIM THUG)
O groove é
gostoso, né? Tem um middle 8 desnecessário mas é tudo tão classudão, tão
gostoso, tão sensual, tão fino… então porquê diabos P. Diddy não processou Gwen por essa faixa pelo uso de Big Poppa até hoje? Sério, já vi
processos ganhos por BEM menos. Bitch even raps here!
8. CRASH
Aqui sim
os anos 80 que a cantora vendeu como maiores influências do álbum brilham
fortes, com esses sintetizadores que parecem uma tentativa do Human League de fazer uma trilha sonora
de filme de comédia adornando uma Gwen inspirada cantando aqui e acolá como uma
cria da fábrica SAW do nosso tempo (sem nenhuma carga pejorativa aqui, devo
reiterar) ótimas metáforas de carro/direção para sexo nervoso.
ANÁLISE GERAL DO
ÁLBUM
Em seu
debut era esperado que, mesmo distante do som do No Doubt, a californiana entregasse um trabalho mediano. Porém L.A.M.B., em primeiro lugar, vende
estilo, a marca de roupas xará, a perfeição vazia da ‘Hollywood life’… tudo
mascarado em um “conceito” perfeito e nada ofensivo que com os clichês do
ocidente, traz estereótipos do oriente que vende a ideia de ‘cool’. Sem perdas
no meio, o disco tem poucas faixas fracas que não comprometem o álbum.
Fashionista, Gwen traz um excessivo número de colaboradores que deixou o álbum coeso,
combinado ao conceito da década de 70/80, especialmente para o público da
década 00.
NOTA FINAL
★★★★★
★★★★★