Acredite, não foi à toa que em 2011, prestes
completar uma década desde o seu lançamento, a MTV elegeu o disco Stripped da cantora
americana Christina
Aguilera como
o álbum mais perfeito de todos os tempos, e também como o mais emblemático que
todos devem escutar antes que o mundo acabe.
Lançado em 2002, Stripped dava adeus à uma doce e ingênua garota que atingiu a primeira posição da Billboard com três hits do mesmo álbum, e dava lugar para uma artista autêntica e destemida, disposta a enfrentar tudo e todos. A Rolling Stones falou abertamente em um dos seus artigos que esse disco é perfeito para qualquer ser humano em fase de amadurecimento, pois é capaz de educar um adolescente. Outros veículos de comunicação alegaram que talvez nenhuma artista pop tenha tido tanta liberdade artística para entregar algo tão grandioso e honesto ainda no segundo álbum de uma carreira com menos de 5 anos.
A nova imagem de Christina constituía-se num forte
detalhe à parte. Com 11 piercings espalhados pelo corpo, sendo dois deles nos
seios e um num lugar estratégico que a mesma disse que sua depiladora e seu
ginecologista haviam adorado, X-tina
(seu alter ego dessa era) passou a ser tratada pelo público em geral como a
aberração do pop naquele momento. Irreverente demais para se importar, seus
figurinos ficavam cada vez menores e os seus vídeos mais sexy. O clipe para a
canção “Dirrty” chegou a ser proibido
na TV americana e causou forte impacto em sua semana de lançamento. A cantora
deixou à todos mais boquiabertos ainda quando resolveu mostrar os seios
na MTV,
orgulhosa dos novos acessórios recém adquiridos.
“Posso
ser a garota que mostra a bunda no vídeo, mas se olhar cuidadosamente, também
sou vanguardista. Não sou apenas uma menina rebolando para rappers, eu estou na
posição de poder e sou o centro daquilo tudo, com um completo domínio de tudo e
todos que estão à minha volta. Se entregar ao máximo dessa maneira é, para mim,
o que é ser um verdadeiro artista.”
Com
20 faixas, o disco discorre de forma turbulenta para o ouvinte e cheio de
variações intensas de emoções. A introdução não poderia ser mais honesta e dá
destaque até mesmo para a rivalidade imposta com Britney Spears, que tem o seu nome falado na pequena canção.
Faixas
como “Fighter” e “Can’t Hold Us Down” ilustram o já
conhecido lado agressivo de Aguilera e o seu feminismo poderoso, sempre
inspirando um posicionamento independente, o espírito de sobrevivência, e o
aprendizado com experiências ruins que a cantora sempre tenta transmitir. Por
outro lado, sua delicadeza e vulnerabilidade ficam expostas em faixas como “Love Me 4 Me”, “Beautiful”, “Im Ok” e “The Voice Within”.
Um
dos maiores momentos fica por conta da última canção, “Keep On Singing My Song”, um gospel revigorante onde a artista
afirma que independente do que aconteça, ela seguira cantando a sua música.
Que
assim seja!