Grande
nome do universo sertanejo no ano passado, Marília
Mendonça vai continuar discutindo a relação no segundo registro audiovisual
de show da discografia. Gravados ao vivo em apresentação da cantora e
compositora goiana em 8 de outubro de 2016 no Sambódromo de Manaus (AM), o DVD
e CD Realidade chegam ao mercado
fonográfico a partir de 24 de fevereiro deste ano de 2017, mas uma prévia da
gravação pode ser ouvida no EP Marília
Mendonça (Som Livre), já disponível nas plataformas digitais.
O
EP apresenta quatro músicas, sendo que uma delas, Eu sei de cor (Danillo Davilla, Elcio di Carvalho, Lari Ferreira e
Junior Pepato, 2016) já havia sido lançada no ano passado, tendo se
transformado em hit instantâneo. As novidades – relativas, uma vez que as
músicas já circulavam informalmente na web – são Amante não tem lar, De quem é
a culpa? e Traição não tem perdão,
três músicas autorais compostas por Marília em parceria com Juliano Tchula, principal colaborador
da artista na composição da obra autoral.
Com
o mesmo discurso simples e direto com que a artista conquistou o Brasil
sertanejo com o repertório do CD e DVD Marília
Mendonça ao vivo (2015), a cantora dá voz a problemas conjugais contados em
letras de fácil entendimento popular que se ajustam às melodias talhadas para o
chamado grande público.
Com
jeito de hit, Traição não tem perdão
é um brega de vitrolão que inverte a situação de Infiel (Marília Mendonça, 2016), o maior sucesso da cantora. Em vez
de ser a esposa traída, Marília assume, com culpa, o papel da mulher que trai o
marido e se arrepende. Em De quem é a
culpa?, balada conduzida ao piano do qual a cantora se aproxima no número,
a letra versa sobre discussão de relação que atormenta e tortura a protagonista
da canção, já gravada pelo cantor goiano Cristiano
Araújo (1986 – 2015). Já a letra de Amante
não tem lar remói mágoas da mulher obrigada a se contentar com sobras de
amor de homem casado.
Enfim,
Marília Mendonça repete fórmulas no
EP que antecede o DVD Realidade.
Contudo, o discurso de mulher para mulher surte efeito no momento em que o
empoderamento feminino já é realidade no universo sertanejo, fazendo Marília Mendonça ocupar atualmente o
trono que, há seis anos, era da cantora e compositora mineira Paula Fernandes e que, na segunda
metade da década de 1980, foi da pioneira Roberta
Miranda.