Em
um artigo publicado no The New York
Times neste fim de semana, a frontman do Garbage, Shirley Manson,
resolveu se abrir e falar sobre temas delicados como a auto-mutilação e sobre
sua batalha contra a “síndrome do
impostor”.
Segundo
Manson, a primeira vez em que se cortou aconteceu ainda na adolescência,
durante um relacionamento tóxico:
“De repente, senti que fazia parte de algo
muito maior do que essa situação idiota em que eu me encontrara. Na minha
opinião, minha vida imediatamente se tornou mais grandiosa e expansiva. O
problema, é claro, de qualquer prática de autoflagelação é que, uma vez que
você entra, você fica melhor, mais eficiente”.
Depois
de ser encorajada a terminar o relacionamento, a cantora, que à época estava em
turnê com o grupo para promover o álbum “Version
2.0.”, relatou ter parado de se machucar. No entanto, disse também que se
sentia perturbada por pensamentos a respeito da prática.
“Estava sob imensa pressão física e
emocional. Era uma garota da mídia e, como resultado, tive a sorte de ser
convidada para enfeitar as capas de jornais e revistas de moda de todo o mundo”.
No
relato, Shirley destaca ainda como receber tanta atenção lhe deu um senso de
autoconsciência:
“Era a intensidade que eu não tinha
experimentado desde que era uma jovem mulher no meio da puberdade. Estava
sofrendo uma crise da “síndrome do impostor”, constantemente me comparando em
relação aos meus parceiros, sinceramente acreditando que eles tinham conseguido
tudo e eu tinha fracassado”.
Os
problemas só passaram e a compulsão de se machucar só foi embora quando de
acordo com a artista, ela se esforçou para superar as frustrações:
“Lutei contra as comparações doentias, os
sentimentos peculiares e destrutivos que me levaram a acreditar que eu não era
suficiente”
Na
matéria, Shirley termina compartilhando ainda um poema do poeta norte-americano
Stanley Kunitz:
“E quando luto com meu senso de identidade,
como tantas vezes faço, evito isso”.
O
Garbage sai em turnê no próximo mês
de setembro no Reino Unido para comemorar os vinte anos do lançamento do disco
“Version 2.0.”.
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