A
primeira noite do Rock in Rio foi
encerrada pela banda Maroon 5, já na
madrugada deste sábado (16/9). Quando Adam
Levine despontou no palco puxando “Moves
Like Jagger” e “This Love”, todos
os problemas pareciam resolvidos. Hit atrás de hit, a banda parecia entender a
missão ingrata que era substituir Lady
Gaga de última hora, para uma plateia de milhares de pessoas que queriam
ver uma diva pop. Mas os americanos não seguraram a animação por muito tempo: o
show logo esfriou e só voltou a ser interessante no bis, quando muita gente já
havia desistido e ido embora. Houve, de verdade, uma evacuação enquanto Maroon 5 tocava.
Cabe
aqui um parênteses – totalmente pessoal, mas resenhas são o espaço para isso
também. Desde que foi anunciado o cancelamento do show de Lady Gaga, o Maroon 5
sofre no Brasil uma espécie de bullying. A banda não tem culpa de Lady Gaga não poder vir. Pelo
contrário, os caras foram apresentados como a solução. Se a solução foi ruim ou
de desagrado da maioria, a culpa certamente não é deles. Então, não, não
escrevo esse texto como uma birrinha de little monster decepcionado. Mas, sim,
foi inevitável ver o show e não pensar: “Lady
Gaga teria feito uma noite mais interessante”. Dito isso, vamos lá.
A
setlist do Maroon 5 era basicamente
de singles, o que é sempre sábio quando se trata de festivais. “One More Night”, “Love Somebody”, “Animals”,
“Sunday Morning”, “Payphone”, “Daylight”, “She Will”, “Don’t Wanna Know”, “Sugar” são músicas que tocaram nas rádios e as pessoas conhecem. Por que não funcionou, então? Porque o fato é esse: não
funcionou. O público estava morto. Morto de desinteresse.
Adam Levine não tem uma grande voz – ela falha ou falta em
diversos momentos. O público que estava lá sabe o que é uma voz potente, então
não se deixou impressionar fácil por suas dancinhas descoreografadas e
supostamente sensuais. Não exatamente carismático, Adam também não consegue
trazer a galera para junto dele. Havia uma distância abismal entre o Maroon 5 e o público – claro que pela
razão óbvia de não ter pagado para ver a banda, mas em parte também pela
desenvoltura do show. É bem médio. Não tem potencial para cativar uma plateia
que já não seja de fãs. Trata-se de um show apático – e os little monsters
estão acostumados com uma mulher que em sua última vinda botou fãs no palco,
chorou, quebrou protocolos e ainda foi embora do país com “Rio” tatuado na nuca. Quer dizer. Uma pitada de sensibilidade não
cairia mal.
E
aí veio “Garota de Ipanema”, cantada
em português, que foi uma das cenas mais fofas de toda a noite. O problema é
que ela veio tarde demais. “Eu não falo
português, mas hoje vou falar… nao me julguem ok?”, ele disse antes de
cantar e depois emendou: “foi ok né? Ufa!
Eu estava muito nervoso. Não estou brincando, estava mesmo”. Foi um raro
momento de criação de vínculo com todas as pessoas que estavam em sua frente.
Ali se viu que ele se esforçou para agradar. Mas já era o bis e muita gente já
estava longe, levando sua frustração para casa.
Faço
ainda um adendo: deveria ser uma regra de etiqueta você fazer uma menção
simpática a quem você está substituindo.
SETLIST
Moves
Like Jagger
This
Love
Harder
Locked
Away
One
More Night
Misery
Love
Somebody
Animals
Maps
Lucky
Strike
Sunday
Morning
Let’s
Dance
Makes
Me Wonder
Payphone
Daylight
BIS
Garota de Ipanema
She
Will
Don’t
Wanna Know
Sugar
Let’s Go Crazy
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