A
pressão para conquistar os fãs com O
Despertar da Força era enorme e, com isso, vimos um filme repleto de
elementos e tramas que remetiam ao clássico Uma Nova Esperança. Confesso que, após um ano, gostaria de pensar
que o filme poderia ter ousado mais. Mas não me leve a mal! Eu amei O Despertar da Força, vi doze vezes no
cinema, mas é hora da Saga perder o medo de inovar. E é isso que Rogue One faz de forma brilhante!
A chance de fazer diferente
Embora
seja um derivado dos filmes episódicos, ele se entrelaça muito com Uma Nova Esperança e isso é uma jogada
complicada, já que esta abordagem dá aos fãs de Star Wars aquela sensação bastante familiar desde o início, mas
também significa que está pisando em solo sagrado e o filme pode facilmente
parecer uma tentativa vazia de se amarrar a um clássico tão amado. Dito tudo
isso, o diretor Gareth Edwards e os
roteiristas devem ser aplaudidos por amarrar tudo de forma hábil, pois Rogue One funciona incrivelmente bem.
Ouso dizer que Gareth Edwards
entrega a melhor direção em Star Wars
desde Irvin Kershner com O Império Contra Ataca!
A
guerra pode ser até parte do título dessa franquia, mas a inclusão de elementos
como a Força e sabres de luz acabam adicionando mais fantasia para toda a Saga.
E isso é descartado aqui – nenhum dos personagens são Jedi ou algum escolhido
pela Força, embora Chirrut seja um verdadeiro crente. Rogue One leva o conflito para as trincheiras, batalhas urbanas em
ruas decadentes, florestas e no fantástico planeta tropical de Scarif. A
linguagem visual, os figurinos e a tecnologia de Star Wars foi perfeitamente recriada, mesmo que Rogue One seja capaz de ter sua
identidade própria.
Essa
nova identidade se estende à quebra de muitas regras cinematográficas
estabelecidas em Star Wars. Não há o
famoso texto de abertura, temos flashbacks e – o que achei mais legal – um
texto na tela identificando os locais. Essas pequenas diferenças ajudam esse
primeiro “Uma História Star Wars” a
se destacar de seus antecessores, mesmo que a história seja tão enraizada em Uma Nova Esperança.
Eu me rebelo
Os
pontos fortes de Rogue One incluem,
também, a introdução de um grupo simpático de personagens, que são fáceis de se
apaixonar. Felicity Jones brilha
como Jyn, e Diego Luna transforma
Cassian em mais que um galã latino, mesclando carisma com uma sombra contínua,
demonstrando que ele nem sempre se orgulha de suas ações e isto é ótimo de se
ver pois a rebelião não é sempre tratada como os mocinhos. Algumas ações desse
filme nos fazem questionar as atitudes dos guerreiros que lutam por uma galáxia
livre.
Olhando
para os vilões, Ben Mendelsohn é a
perfeita encarnação do engravatado Imperial, visto na Trilogia Clássica, e a presença de Vader é mínima mas eficiente.
Seus momentos em tela causam arrepios e, por alguns momentos, você torce pelos
Imperiais!
Mas
é K-2SO quem rouba o filme! Este “C-3PO
com whey protein” é um dróide Imperial que foi reprogramado pelos Rebeldes,
oferecendo grandes momentos de alívio cômico, ao mesmo tempo que a performance
de Alan Tudyk acrescenta uma “alma” simpática.
Rogue One também abusa dos “Easter
Eggs”. Mon Mothma, Vader e Bail Organa são apenas a ponta do Iceberg! Fique
atento para alguns esbarrões (literalmente) inusitados e, graças à tecnologia
digital: Procure por rostos familiares a bordo do esquadrão vermelho de X-Wings
e dourado de Y-Wings, durante o conflito final! Todas essas aparições não são
feitas de forma gratuita, fazem sentido no contexto em que o filme se encaixa.
Os
efeitos visuais estão excelentes! K-2SO não parece que foi criado em computador
e o grande conflito espacial no fim é de explodir os miolos. Não me espanta que
George Lucas tenha curtido tanto,
pois Rogue One recria o espírito de Star Wars sem precisar reciclar as
tramas e com o uso de uma tecnologia moderna (algo que George apoia) para nos
entregar detalhes impressionantes.
Rogue One é um filme cheio de “fan-service”, mas quando isso é bem
feito, há pouco para reclamar e muito para adorar. O filme oferece uma notável
recriação do mundo original de Star Wars,
enquanto explora este universo de uma perspectiva diferente, mais áspera e
densa do que o normal. Gareth Edwards
mostrou o que estes derivados podem oferecer para a Saga, acrescentando ainda
mais emoção ao enorme ressurgimento de Star
Wars. Chegue em casa após o filme e assistam Uma Nova Esperança!
Nenhum comentário:
Postar um comentário