O
álbum que marcou a volta de Wanessa
Camargo ao universo sertanejo em 2016 – disco produzido por Eduardo Pepato e intitulado 33 em alusão à idade da artista goiana
na época em que foi lançado – está sendo reeditado pela gravadora Som Livre,
inclusive no formato de CD, com duas faixas-bônus. As músicas adicionais – as
baladas caipiras Eu quero ser a outra (La
otra) (Karla Aponte e César Lemos) e Anestesia
(Bruno Caliman, Rafa Torres e Lucas Santos) – mantém inalterado o status do
álbum.
Precedido
no início do segundo semestre de 2016 pelos singles Coração embriagado (Gabriel do Cavaco, Shylton Fernandes, Diego
Ferrari, João Neto e Frederico Nunes) e Vai
que vira amor (Lari Ferreira e Junior Pepato), este um mix de arrocha com
sertanejo, 33 soa tão artificial e
estratégico quanto o retorno da cantora ao gênero sertanejo após álbuns e
singles direcionados às pistas da música pop eletrônica. Retorno que, cabe
ressaltar, aconteceu justamente quando uma série de cantoras e duplas femininas
se fizeram ouvir no masculinizado universo sertanejo a partir de 2015.
Basta
ouvir músicas como Em cima do salto
(Hiago Vinicius, Rick Monteiro, Graciano TeG e Thiago TeG), Perseguição (Victor Hugo e Philipe Pancadinha)
e Amor de conta-gotas (Elcio di
Carvalho, Lari Ferreira, Junior Pepato e Danillo Davilla) para perceber que Wanessa – com o Camargo reincorporado ao sobrenome artístico desde que anunciou no
ano passado o retorno ao universo sertanejo – corre atrás do empoderamento de
cantoras como Marília Mendonça e Naiara Azevedo.
Para
tal, a gravadora Som Livre vem investindo na promoção de Anestesia, uma das duas músicas-bônus da reedição de 33. A assinatura do hitmaker Bruno Caliman na faixa (alvo de clipe lançado
neste mês de abril de 2017) é prova de que esforços não estão sendo medidos
para tentar justificar a existência de um álbum que, além de soar artificial e
estratégico, representa retrocesso na (já bem irregular) discografia de Wanessa Camargo.
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