Foi
em 21/Abril de 2003 que Madonna
lançava seu político álbum American Life.
Co-produzido por Mirwais, que já havia trabalhado em Music, trás letras densas e reflexivas que falam sobre fama,
família, religião e, claro, amor num conceito que uniu a música eletrônica com
acústico.
“Criar esse álbum foi como uma viagem pelo
caminho da memória, olhando para trás em tudo o que alcancei e todas as coisas
que eu valorizei e todas as coisas que eram importantes para mim. Qual é minha
perspectiva agora? Eu lutei por tantas coisas, eu tentei duramente ser a número
um e estar no topo, ter uma aparência boa, ser a melhor. E percebi que muitas
coisas que duram e as coisas que importam não são nenhuma destas coisas.”
(entrevista à MTV Americana’)
Madonna revelou em entrevista ao Larry King, em Outubro de 2002, que pensou em dois nomes para o
álbum. Inicialmente queria dar um nome hebreu, “Ein Sof”, que na cabala seria o verdadeiro Deus por trás de toda a
criação. Mas, durante o processo de criação, notou-se que o álbum retratava
mais sobre a dificuldade de liderar uma vida espiritual na indústria do
glamour, e o novo título escolhido foi “Hollywood”,
que dizia ser “um reflexo do meu estado
de espírito e um visão do mundo agora”.
As
fotos do álbum são de Craig McDean e
arte gráfica, uma das mais conceituais já feitas para seu álbum, foi criada
pela dupla francesa M/M, que já
havia feito inúmeros trabalhos com Bjork.
O conceito da capa remete a Che Guevara.
Em entrevista na época, Madonna
disse que “se sentia num estado de
espírito revolucionário e que Che é um ícone instantaneamente identificado com
um espírito revolucionário, e que essa é a característica do álbum.”
Com
uma jogada de marketing mais agressiva numa época de início da guerra entre EUA
x Iraque, Madonna decidiu cancelar o
primeiro vídeo do single homônimo, que fazia referência à guerra e foi dirigido
por Jonas Akerlund.
“Resolvi que cancelaria o clipe porque tive a
ideia de fazê-lo em Novembro, enquanto trabalhava na canção. Falava-se sobre
uma possível guerra entre o presidente Bush e Saddan Hussein, e aquela era
minha forma de dizer: ‘Hey! vamos acordar, não vamos deixar que isso chegue até
nós, a guerra é uma realidade e não entretenimento”.
“Era uma forma de acordar a todos de um tipo
de sonho. Mas o vídeo demorou muito tempo para ficar pronto e assim que
terminamos a pós-produção, a guerra havia começado. A princípio, eu queria
seguir em frente porque havia investido muito tempo e dinheiro na realização do
projeto e pensava que despertaria o interesse das pessoas sobre o assunto. Mas
depois comecei ver a destruição e a dor no Iraque e o clipe me pareceu que eu
ainda colocava mais sal nas feridas. Decidi cancelar por este motivo.”
Madonna também fala muito de religião no álbum e sua visão
sobre Deus.
“Acredito em Deus, acredito no Criador, mas
minha relação com Jesus Cristo é diferente, porque questiono o Cristianismo, o
princípio, a essência de tudo, o que resulta, a hipocrisia da religião
organizada. Me considero uma pessoa muito espiritualizada e acredito plenamente
em Deus mas não acredito em religião organizada. Foi isso que quis dizer em
“Nothing Fails”, não sou religiosa, mas quando rezo, me comovo sinto amor, mas
já não tenho convicções cristãs e por isso mencionei Cristo em algumas canções.”
Ela
também deixa claro em Nobody Knows Me,
que na verdade, ninguém a conhece.
“A mensagem na canção é que quem fica lendo
notícias sobre mim em jornais e revistas continuarão sem me conhecer. Eu só me
preocupo com as opiniões das pessoas próximas a mim, as pessoas que conheço e
de quem gosto.”
O
álbum alcançou o primeiro lugar em 14 países, estreou em primeiro lugar na Billboard e ganhou certificado de
platina nos EUA e Reino Unido, mas as vendas totais foram baixas para o padrão Madonna – “apenas” 5 milhões de cópias – e tocou pouco nas rádios. Foram
lançados os singles: American Life, Hollywood, Nothing Fails e Love
Profusion, além dos promo-remixes de Nobody
Knows Me e Mother and Father. A
faixa-tema do 007, Die Another Day, lançada meses antes,
também acabou incluída no álbum. Die
Another Day concorreu também ao Grammy
no ano seguinte, nas categorias “Melhor
Canção Dance” e “Melhor Clipe”.
Foi
através desse material que nasceu a antológica performance de Hollywood no MTV VMAs com o polêmico beijo em Britney e Christina Aguilera. E
foi também nessa fase que Madonna
fez uma parceria com a rapper Missy
Elliot para a campanha da GAP ao som reinventado de Into the Groove com Hollywood,
que resultou na Into the Hollywood Groove.
Remixes das canções do álbum também resultaram no EP Remixed & Revisited.
No
ano seguinte o álbum serviu de suporte para a Re-Invention Tour, que foi a turnê que mais arrecadou na época, com
mais de 124 milhões de dólares. Em seguida, resultou também no documentário I’m Going To Tell You a Secret.
Em
2016, durante a passagem da Madonna
pela Austrália com a Rebel Heart Tour,
ela presenteou os fãs com um mini show, Tears
o a Clown, e cantou diversas músicas do American Life: Easy Ride,
Intervention, X-Static Process e I’m So
Stupid.
American Life:
O
vídeo oficial foi cancelado de última hora por Madonna considerá-lo inapropriado pela guerra ter sido iniciada e
assim, uma versão somente com bandeiras foi lançada no lugar. Depois, uma
versão mais forte e sangrenta foi divulgada na internet.
Hollywood: dirigido por Jean
Baptiste Mondino e que faz uma homenagem às obras do fotógrafo Guy Bourdin.
Love Profusion: Madonna
chamou o cineasta Luc Besson para
dirigir o vídeo, que antes já havia feito o comercial do perfume Beyonde Paradise da Estée Lauder e seguiu a mesma temática
lúdica e cheia de referências à cabala.
Die Another Day: trilha-sonora para o filme 007 que foi lançado antes do álbum.
Nobody Knows Me:
Vídeo
promocional com remix de Peter Rauhofer.
MTV Video Music Awards 2003: Madonna, Britney, Aguilera e Missy Elliot cantam Hollywood
numa apresentação histórica.
AO VIVO
Para
o lançamento do álbum, Madonna
investiu na divulgação e fez diversas aparições em programas e entrevistas e
gravou um especial na MTV (On Stage & On the Record) cantando
4 canções de American Life e o
clássico Like a Prayer, que não
cantava há 13 anos.
Campanha da GAP com Into the Hollywood
Groove:
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