domingo, 23 de abril de 2017

Álbum AMERICAN LIFE completa 14 anos de lançamento

Foi em 21/Abril de 2003 que Madonna lançava seu político álbum American Life. Co-produzido por Mirwais, que já havia trabalhado em Music, trás letras densas e reflexivas que falam sobre fama, família, religião e, claro, amor num conceito que uniu a música eletrônica com acústico.

Criar esse álbum foi como uma viagem pelo caminho da memória, olhando para trás em tudo o que alcancei e todas as coisas que eu valorizei e todas as coisas que eram importantes para mim. Qual é minha perspectiva agora? Eu lutei por tantas coisas, eu tentei duramente ser a número um e estar no topo, ter uma aparência boa, ser a melhor. E percebi que muitas coisas que duram e as coisas que importam não são nenhuma destas coisas.” (entrevista à MTV Americana’)

Madonna revelou em entrevista ao Larry King, em Outubro de 2002, que pensou em dois nomes para o álbum. Inicialmente queria dar um nome hebreu, “Ein Sof”, que na cabala seria o verdadeiro Deus por trás de toda a criação. Mas, durante o processo de criação, notou-se que o álbum retratava mais sobre a dificuldade de liderar uma vida espiritual na indústria do glamour, e o novo título escolhido foi “Hollywood”, que dizia ser “um reflexo do meu estado de espírito e um visão do mundo agora”.

As fotos do álbum são de Craig McDean e arte gráfica, uma das mais conceituais já feitas para seu álbum, foi criada pela dupla francesa M/M, que já havia feito inúmeros trabalhos com Bjork. O conceito da capa remete a Che Guevara. Em entrevista na época, Madonna disse que “se sentia num estado de espírito revolucionário e que Che é um ícone instantaneamente identificado com um espírito revolucionário, e que essa é a característica do álbum.

Com uma jogada de marketing mais agressiva numa época de início da guerra entre EUA x Iraque, Madonna decidiu cancelar o primeiro vídeo do single homônimo, que fazia referência à guerra e foi dirigido por Jonas Akerlund.

Resolvi que cancelaria o clipe porque tive a ideia de fazê-lo em Novembro, enquanto trabalhava na canção. Falava-se sobre uma possível guerra entre o presidente Bush e Saddan Hussein, e aquela era minha forma de dizer: ‘Hey! vamos acordar, não vamos deixar que isso chegue até nós, a guerra é uma realidade e não entretenimento”.

Era uma forma de acordar a todos de um tipo de sonho. Mas o vídeo demorou muito tempo para ficar pronto e assim que terminamos a pós-produção, a guerra havia começado. A princípio, eu queria seguir em frente porque havia investido muito tempo e dinheiro na realização do projeto e pensava que despertaria o interesse das pessoas sobre o assunto. Mas depois comecei ver a destruição e a dor no Iraque e o clipe me pareceu que eu ainda colocava mais sal nas feridas. Decidi cancelar por este motivo.

Madonna também fala muito de religião no álbum e sua visão sobre Deus.

Acredito em Deus, acredito no Criador, mas minha relação com Jesus Cristo é diferente, porque questiono o Cristianismo, o princípio, a essência de tudo, o que resulta, a hipocrisia da religião organizada. Me considero uma pessoa muito espiritualizada e acredito plenamente em Deus mas não acredito em religião organizada. Foi isso que quis dizer em “Nothing Fails”, não sou religiosa, mas quando rezo, me comovo sinto amor, mas já não tenho convicções cristãs e por isso mencionei Cristo em algumas canções.
Ela também deixa claro em Nobody Knows Me, que na verdade, ninguém a conhece.

A mensagem na canção é que quem fica lendo notícias sobre mim em jornais e revistas continuarão sem me conhecer. Eu só me preocupo com as opiniões das pessoas próximas a mim, as pessoas que conheço e de quem gosto.

O álbum alcançou o primeiro lugar em 14 países, estreou em primeiro lugar na Billboard e ganhou certificado de platina nos EUA e Reino Unido, mas as vendas totais foram baixas para o padrão Madonna – “apenas” 5 milhões de cópias – e tocou pouco nas rádios. Foram lançados os singles: American Life, Hollywood, Nothing Fails e Love Profusion, além dos promo-remixes de Nobody Knows Me e Mother and Father. A faixa-tema do 007, Die Another Day, lançada meses antes, também acabou incluída no álbum. Die Another Day concorreu também ao Grammy no ano seguinte, nas categorias “Melhor Canção Dance” e “Melhor Clipe”.

Foi através desse material que nasceu a antológica performance de Hollywood no MTV VMAs com o polêmico beijo em Britney e Christina Aguilera. E foi também nessa fase que Madonna fez uma parceria com a rapper Missy Elliot para a campanha da GAP ao som reinventado de Into the Groove com Hollywood, que resultou na Into the Hollywood Groove. Remixes das canções do álbum também resultaram no EP Remixed & Revisited.

No ano seguinte o álbum serviu de suporte para a Re-Invention Tour, que foi a turnê que mais arrecadou na época, com mais de 124 milhões de dólares. Em seguida, resultou também no documentário I’m Going To Tell You a Secret.

Em 2016, durante a passagem da Madonna pela Austrália com a Rebel Heart Tour, ela presenteou os fãs com um mini show, Tears o a Clown, e cantou diversas músicas do American Life: Easy Ride, Intervention, X-Static Process e I’m So Stupid.


American Life:

O vídeo oficial foi cancelado de última hora por Madonna considerá-lo inapropriado pela guerra ter sido iniciada e assim, uma versão somente com bandeiras foi lançada no lugar. Depois, uma versão mais forte e sangrenta foi divulgada na internet.


Hollywood: dirigido por Jean Baptiste Mondino e que faz uma homenagem às obras do fotógrafo Guy Bourdin.


Love Profusion: Madonna chamou o cineasta Luc Besson para dirigir o vídeo, que antes já havia feito o comercial do perfume Beyonde Paradise da Estée Lauder e seguiu a mesma temática lúdica e cheia de referências à cabala.


Die Another Day: trilha-sonora para o filme 007 que foi lançado antes do álbum.


Nobody Knows Me:

Vídeo promocional com remix de Peter Rauhofer.


MTV Video Music Awards 2003: Madonna, Britney, Aguilera e Missy Elliot cantam Hollywood numa apresentação histórica.

AO VIVO

Para o lançamento do álbum, Madonna investiu na divulgação e fez diversas aparições em programas e entrevistas e gravou um especial na MTV (On Stage & On the Record) cantando 4 canções de American Life e o clássico Like a Prayer, que não cantava há 13 anos.

Campanha da GAP com Into the Hollywood Groove:

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