Na lista da Forbes de
mulheres mais bem pagas da indústria da música em 2015, Jennifer Lopez é listada em sétimo lugar, na frente de Mariah Carey, Rihanna e Nicki Minaj. A
empresária, cantora e atriz é uma das personalidades mais subestimadas do
entretenimento. É comum ouvir elogios sobre o seu belo físico aos 46 anos de
idade, mas pouco se fala do poder, do impacto, da disciplina e da importância
da J-Lo como mulher de negócios e
artista. Esta é a mulher que inspirou a criação da busca de imagens do Google
(Não acredita? Dá um Google sobre isso!). E oito discos e mais de trinta filmes
depois, a novaiorquina não para, e já está dominando 2016 antes mesmo do ano
começar.
Para Jennifer Lopez,
o próximo ano começou neste último fim de semana. Ela foi a anfitriã da
premiação American Music Awards,
televisionada pela ABC, que serviu como pontapé para introduzi-la a um ano de
muitos trabalhos pela frente. Em 2016, J-Lo
vai ser jurada da última temporada do “American
Idol” na emissora Fox, começar a residência de shows “All I Have” em Las Vegas, protagonizar um seriado policial “Shades Of Blue” na emissora NBC,
produzir e gravar o filme “Mothers I’d
Like To…” com a Universal, e ainda existem fortes rumores de um novo disco.
O interessante não é nem analisar a lista de trabalhos dela, mas
perceber que tudo dá muito certo e já vem bem amarrado: a residência ainda nem
começou, mas duas pernas de shows já foram confirmadas; o seriado de TV ainda
nem estreou, mas 13 capítulos já foram encomendados. Sem falar que, se você
prestou atenção na lista, vai ver que em poucos meses a mulher vai transitar
entre ABC, NBC e Fox, três das quatro grandes emissoras abertas dos Estados
Unidos. Para os que não entendem como a indústria do entretenimento americana
funciona, estes feitos não devem fazer tanto sentido… Mas são impressionantes.
Eu sempre disse isso em relação à Jennifer: os CDs dela não são
os melhores e nem os mais vendidos, e os filmes dela não são os melhores e nem
os mais assistidos, mas tudo que ela faz sempre dá certo e vende bem. As
gravadoras, produtoras, empresas e empresários não apostam nela por ser líder
de mercado, mas porque ela tem um certo patamar de sucesso garantido. Essa
consistência é incrivelmente rara nos tempos de hoje.
É irônico lembrar que ela namorou o P Diddy (Sean Combs) no
início da vida pública, porque ela de certa forma se tornou a versão feminina
do que ele representa: uma forte personalidade pública que permeia o mundo dos
negócios e o mundo da arte com maestria e facilidade. Ela se tornou o ponto
forte do “American Idol” decadente
pós-Simon Cowell. Ela se tornou o
ponto forte da fraca música oficial da Copa do Mundo no Brasil, “We Are One”. Até na época mais
farofeira do Pitbull, foram as
músicas dele com a Jennifer Lopez
que ainda conseguiram se sobressair. De algum jeito, por algum motivo, a tal J-Lo sempre sai por cima.
Nos Estados Unidos, assim como no Brasil (ou talvez até pior),
as discussões sobre gênero e raça estão à flor da pele. É interessante analisar
como o mercado americano tem continuado a aceitar a Jennifer Lopez, que é claramente latina e já não é uma garotinha
jovem. A aceitação quanto aos latinos é bem difícil nos EUA, e é ainda mais
difícil ver o público jovem e o meio publicitário interessado numa cantora
depois dos quarenta. Sem sombra de dúvidas, ela tem um tremendo talento e
sensibilidade para saber os momentos certos para explorar a música, ou o
cinema, ou a TV, ou qualquer outro meio de comunicação que ela já adentrou
(lê-se: praticamente todos).
Pode ser que esse seja o grande ano da J-Lo. Pode ser que “Shades
Of Blue” dê audiência, ou que o “American
Idol” bombe por ser a última temporada, ou que os shows da residência dela
tenham os ingressos esgotados e renovados para mais pernas. Mas se o tempo já
nos ensinou algo, isto é: errado, de verdade, nada que ela faz dá.