segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O QUE ACHAMOS DE: ‘300 – A Ascensão do império’


Se no primeiro filme, 300, de Zack Snyder, nós estivemos por dentro do exército espartano, acompanhando a vida de Leônidas (Gerard Butler) e a fatídica Batalha das Termópilas contra o exército persa, sob o comando de Xerxes (Rodrigo Santoro), em “300 – A Ascensão do Imperio”, de Noam Murro, o foco é no exército formado pelo restante da Grécia, com ênfase nos atenienses e no seu comandante, Temístocles (Sullivan Stapleton).

Os persas continuam sendo os inimigos da vez, mas agora o confronto é no mar contra a tropas de Artemísia, uma assassina nascida na Grécia, criado na Pérsia e lindamente interpretada pela Eva Green, ponto alto do filme. Antes de qualquer coisa é bom deixar claro que enquanto o primeiro filme foi inspirado na HQ de Frank Miller, que por sua vez foi inspirada num episódio verídico da história mundial, o roteiro do segundo foi inspirado também num episódio verídico da história mundial (mas sem adaptações para as HQs), com as devidas intervenções e licenças poéticas da obra de Frank Miller e da adaptação de Snyder.


No entanto, o que teria grande potencial para ser uma boa história, mostrando um pouco do antes, o durante e o depois dos acontecimentos de 300, como o “nascimento” do deus-rei Xerxes, dá lugar a uma sequência cansativa de discursos bélicos e diálogos enfadonhos e falas idiotas, como aquela em que, nitidamente, os barcos são atingidos por formações rochosas e alguém grita “Rochas!”… (sério? sério? se ninguém tivesse dito seria impossível perceber ¬¬ ), além de imitações de cenas clássicas de 300 e falta de foco em elementos mais atrativos da trama, apelando, inclusive, para repetições completamente desnecessárias, como a da cena em que Temístocles atinge o pai de Xerxes com uma flecha.


Justiça seja feita, as cenas de luta são muito bem coreografadas, com bastante sangue (o que muitas vezes vira um defeito) e slow-motion, e junto como a cena de hot-hard-sex e os “pulmões” da Eva Green, representam, basicamente, toda a ação e o ápice do filme. A direção de arte continua muito boa, mas, na minha opinião, não é mérito nenhum da atual equipe, pois o único trabalho foi de manter a linha criada no filme anterior, o que, inclusive, não deve ter sido tão complicado, já que A Ascensão do Império contou com a supervisão do próprio Zack Snyder.


Acredito que os grandes erros no roteiro foram não ter dado mais destaque ao Xerxes (como todos esperavam) e não ter criado uma história mais significativa para Temístocles, para que o público pudesse se apegar mais ao personagem, como foi o caso de Leônidas, que, ao contrário do líder ateniense, pudemos acompanhar, praticamente, toda a sua história desde a infância. Particularmente me pareceu um filme bem descartável, daqueles que torna quase impossível ter um poster pendurado na parede, ao contrário do seu antecessor. Na verdade, 300 – A Ascensão do Império, tem inúmeras cenas bonitas, não conseguiu agradar nem 70% dos críticos de cinema do planeta


NOTA: 5.0