terça-feira, 30 de setembro de 2014

O que achamos de... ‘Transformers 4 – A Era da Extinção’, a piada do ano?!

Saga dos carros robôs chega ao quarto capítulo com ainda mais lutas e explosões

O título do post não é de forma alguma algo irônico. Se você resolver assistir o quarto filme da saga Transformers (dirigido por Michael Bay) saiba que a experiência somente será válida se o caro leitor já for decidido a não levar absolutamente nada a sério, e com o espírito mais que aberto às incoerências narrativas que o filme proporciona. Eu fazia isto ao assistir Jaspion, Changeman, ou os vários outros heróis japoneses do final dos anos 1980, e que também possuíam – todos eles – suas criaturas gigantes que lutavam com outras criaturas gigantes. Era divertido, admito. Ainda é, mesmo depois de crescido, basta se deixar levar. Com estas ideias em mente a diversão pode sim ser garantida.

Neste sentido, escrever sobre Transformers – A Era da Extinção, pode ser um trabalho desnecessário, já que o público consumidor deste capítulo será basicamente o mesmo que consumiu – e aprovou – os três anteriores. Neste caso, nada que falarmos para ele terá efeito, seja para o bem, seja para o mal. E você, fã de Transformers, não precisa se sentir culpado, pois ao fim das quase três horas de filme, o sentimento que fica é de assistir um divertido jogo de videogame, onde os jogadores são carros que se transformam em robôs monstros (os autobots) e que lutam com outras criaturas de ferro gigantes buscando destruí-las. Nós, humanos, fazemos figuração na história, com certos momentos de protagonismo. E deixa-me dizer: isso pode ser sim, bem prazeroso. Só não podemos de modo algum levar a sério.


O filme
Falando um pouco do filme: a história de Transformers – A Era da Extinção, é passada depois dos acontecimentos da Batalha de Chicago (de O Lado Oculto da Lua), há flashbacks logo na primeira parte que relembram os eventos do filme anterior. Temos como personagens principais Cade Yeager (interpretado pelo astro hollywoodiano Mark Wahlberg), um mecânico com problemas financeiros que busca alguma importante descoberta através de seus experimentos de robótica. Ele também luta para criar sua filha Tessa, 17 anos, interpretado pela bela Nicola Peltz (de Bates Motel), e que tem no seu namorado Shane (Jack Reynor) o elemento que completa o trio de personagens principais. A história começa pra valer quando há o encontro, por acaso, de Cade com Optimus Prime, o mais carismático dos Autobots. A partir daí vemos tramas, subtramas, reviravoltas, a introdução dos Dinobots (grande novidade do quarto filme) e centenas de explosões.

Transformers A Era da Extinção
Fazendo um pequeno exercício de memória, dá para perceber logo de cara que esta nova empreitada de Michael Bay perde no quesito a garota bonita do filme. Substituir Megan Fox pela bela, mas insossa Nicola Peltz não foi um grande negócio para a história. Bem verdade que em termos de atuação, as duas se nivelam – por baixo – mas em termos de carisma e sensualidade, Nicole ainda deixa bastante a desejar, tanto no filme quanto na série Bates Motel, em que ela era personagem fixa. Já na função de grande protagonista do projeto, sai o jovem Shia LaBeouf e entra em cena o experiente e razoavelmente respeitado Mark Wahlberg, o que estranhamente não resultou em melhora alguma em termos de trabalho de atuação. Os dois, por conta também do roteiro simplista e pífio, não conseguiram construir relação alguma de empatia com quem assiste ao filme. Ou seja, pouco nos importa se eles sobreviveram, morreram, ficaram pobres…

Como ponto forte de Transformers – A Era da Extinção,temos que novamente falar dos elementos técnicos, sobretudo dos efeitos especiais e de som. Michael Bay se especializou em fazer filmes com explosões e lutas épicas, e com o novo Transformers ele quase chegou ao nível de excelência em tais aspectos. Imagino que seja esta a razão principal do enorme sucesso de bilheterias de todos os quatro projetos. Realmente é fascinante – para quem gosta de histórias de ação e aventura – assistir um filme do querido Michael Bay. É muita diversão, e isso é perceptível em qualquer sessão em que algum de seus filmes esteja sendo exibidos.


Conclusão
Transformers chega aos cinemas brasileiros prometendo bater todos os recordes da saga. Continuará sendo massacrado pela crítica, afinal de contas, possui todos os defeitos narrativos necessários para que isso aconteça. Entretanto, acredito que o filme deva ser visto sob uma diferente ótica: Transformers (os quatro filmes) representam muito bem este novo contexto em que o cinema se transforma em parte de um todo, e não no todo. Ver um filme como este é parte de um esquema mais amplo, que inclui ir ao shopping, comprar várias guloseimas e bebidas, entrar na sala, tirar selfies, trocar mensagens, conversar, e como pano de fundo nós vemos um filme sem muita densidade narrativa, para tão somente complementar a experiência. Não há crime algum nisto, em alguém querer somente distrair a mente, ou se divertir com os amigos.

Transformers A Era da Extinção
Transformers – A Era da Extinção representa muito bem esta lógica. Diverte e complementa a experiência de ir ao shopping, sair com os amigos… o que não podemos é – por conta desta excitação momentânea – ver qualidades que o filme não possui, ou defendê-lo de críticas com o argumento simplista de que o crítico é um mal amado. O filme não precisa disto, afinal, Michael Bay não está nem ai para nada disso. Está milionário à custa de um cinema baseado em criaturas gigantes que destroem tudo e explosões que jorram que nem água. É para se invejar…




NOTA FINAL
★★★★★