sexta-feira, 5 de abril de 2013

Marco Feliciano | Pastor propõe a obrigatoriedade do ensino religioso em escolas públicas



O pastor e deputado federal Marco Feliciano, líder do Ministério Tempo de Avivamento, protocolou no dia 9na Câmara a sua primeira Proposição de Projeto de Lei.

O primeiro projeto tem foco na área da educação no Brasil, trata-se do Projeto de Lei n. 309/2011 que visa alterar o art. 33 da Lei n.º 9.394/96 e tornar obrigatório o ensino religioso em toda redes de escolas públicas do Brasil.

A lei LDB 9394/96, a qual o deputado pretende alterar, é a de Diretrizes e Bases, que entrou em vigor em dezembro de 1996. Hoje no Brasil existe uma lei que autoriza o ensino religioso no Brasil sem que haja ônus para os cofres públicos, porém o torna matéria facultativa, não obrigatória no curriculo ou dentre as demais matérias das escolas. Marco Feliciano visa exatamente fazer com que a matéria deixe de ser facultativa e sim obrigatória.

Ainda não há previsão para que o projeto seja votado na Câmara.”

[retirado de Gospelmais]


Não é pegar no pé, ou soar repetitivo. Algumas coisas no Brasil, e em todo o mundo, precisam ser continuamente discutidas, caso contrário, acabamos sendo vencidos por cansaço e atitudes indevidas acontecem. Veja bem, o básico é: O Estado é LAICO. Assim, fazer com que aulas de Ensino Religioso sejam obrigatórias – e não facultativas, como é agora -, soa como um belo chute na constituição.


E é tão grotesco pelo simples fato: não pode ensinar sobre a homossexualidade para os alunos, mas, deve-se falar de religião? E quando falamos em religião, não sejamos hipócritas, estamos falando do cristianismo, onde, geralmente, pastores vão dar aula – por serem formados em teologia -, ou pesoas ligadas piamente à igreja.


Eu tive aula de Ensino Religioso, pois estudei em colégio de irmãs e, para mim, isso nunca foi um problema, pois tive excelentes professores. Desde um seminarista – que havia largado o seminário -, bastante questionador, à uma professora formada em história, também questionadara e que se preocupava em abordar várias religiões, inclusive, em fazer críticas quando necessárias. Para mim, foi excelente. Porém, não podemos generalizar e imaginar que todos os professores – inclusive, que o projeto do Marcos Feliciano – estão aí para isso: para debater as várias religiões existente no mundo, sem juízo de valor.


Veja bem: do site gospel de onde tirei a informação, um dos primeiros comentários publicados:

Parabéns meu caro! Finalmente eu encontro uma pessoa evangélica com coragem suficiente de defender a causa cristá em qualquer lugar, começando pela escola. Não é possível que haja algum lugar onde temos que deixar Deus de fora. Isso é inaceitável! Parabéns pela iniciativa!

Claro que esse é um exemplo isolado, porém, não é único. Quando fala-se em Ensino Religioso, subentende-se “Ensino Religioso Cristão”. Tornar essa matéria obrigatória, portanto, não daria o direito de um budista, muçulmano, umbandista, sair da sala de aula. Ele seria obrigado a assistir tudo e, logicamente, estudar para tirar a respectiva nota – o que, poderia, em muitos casos, pesar por ele pertencer a outra religião.


Esperamos que o projeto seja deixado de lado e, caso vá para frente, que não seja aprovado, pois seria um regresso para a educação brasileira. Aliás, vale citar o fato de ter muita gente querendo tirar sociologia e filosofia da grade do ensino fundamental e médio. Imagine: tirar ambas as matérias e inserir obrigatoriamente Ensino Religioso.


Por último: “ah, mas é importante estudar as religiões”. Eu também acho importante [com outros viés, logicamente], mas esse assunto, para ser tratado em sala de aula, requer muito cuidado, tempo, dedicação e, acima de tudo, preparação. Coisas que nem de longe acontecem no sistema educacional brasileiro – infelizmente.


***