“O
pastor e deputado federal Marco Feliciano, líder do Ministério Tempo de
Avivamento, protocolou no dia 9na Câmara a sua primeira Proposição de Projeto
de Lei.
O primeiro projeto tem foco na área da
educação no Brasil, trata-se do Projeto de Lei n. 309/2011 que visa alterar o
art. 33 da Lei n.º 9.394/96 e tornar obrigatório o ensino religioso em toda
redes de escolas públicas do Brasil.
A lei LDB 9394/96, a qual o deputado
pretende alterar, é a de Diretrizes e Bases, que entrou em vigor em dezembro de
1996. Hoje no Brasil existe uma lei que autoriza o ensino religioso no Brasil
sem que haja ônus para os cofres públicos, porém o torna matéria facultativa,
não obrigatória no curriculo ou dentre as demais matérias das escolas. Marco
Feliciano visa exatamente fazer com que a matéria deixe de ser facultativa e
sim obrigatória.
Ainda não há previsão para que o
projeto seja votado na Câmara.”
[retirado
de Gospelmais]
Não
é pegar no pé, ou soar repetitivo. Algumas coisas no Brasil, e em todo o mundo,
precisam ser continuamente discutidas, caso contrário, acabamos sendo vencidos
por cansaço e atitudes indevidas acontecem. Veja bem, o básico é: O Estado é
LAICO. Assim, fazer com que aulas de Ensino Religioso sejam obrigatórias – e
não facultativas, como é agora -, soa como um belo chute na constituição.
E
é tão grotesco pelo simples fato: não pode ensinar sobre a homossexualidade
para os alunos, mas, deve-se falar de religião? E quando falamos em religião,
não sejamos hipócritas, estamos falando do cristianismo, onde, geralmente,
pastores vão dar aula – por serem formados em teologia -, ou pesoas ligadas
piamente à igreja.
Eu
tive aula de Ensino Religioso, pois estudei em colégio de irmãs e, para mim,
isso nunca foi um problema, pois tive excelentes professores. Desde um
seminarista – que havia largado o seminário -, bastante questionador, à uma
professora formada em história, também questionadara e que se preocupava em abordar
várias religiões, inclusive, em fazer críticas quando necessárias. Para mim,
foi excelente. Porém, não podemos generalizar e imaginar que todos os
professores – inclusive, que o projeto do Marcos Feliciano – estão aí para
isso: para debater as várias religiões existente no mundo, sem juízo de valor.
Veja
bem: do site gospel de onde tirei a informação, um dos primeiros comentários
publicados:
“Parabéns meu caro! Finalmente eu encontro
uma pessoa evangélica com coragem suficiente de defender a causa cristá em
qualquer lugar, começando pela escola. Não é possível que haja algum lugar onde
temos que deixar Deus de fora. Isso é inaceitável! Parabéns pela iniciativa!”
Claro
que esse é um exemplo isolado, porém, não é único. Quando fala-se em Ensino
Religioso, subentende-se “Ensino Religioso Cristão”. Tornar essa matéria
obrigatória, portanto, não daria o direito de um budista, muçulmano,
umbandista, sair da sala de aula. Ele seria obrigado a assistir tudo e,
logicamente, estudar para tirar a respectiva nota – o que, poderia, em muitos
casos, pesar por ele pertencer a outra religião.
Esperamos
que o projeto seja deixado de lado e, caso vá para frente, que não seja
aprovado, pois seria um regresso para a educação brasileira. Aliás, vale citar
o fato de ter muita gente querendo tirar sociologia e filosofia da grade do
ensino fundamental e médio. Imagine: tirar ambas as matérias e inserir
obrigatoriamente Ensino Religioso.
Por
último: “ah, mas é importante estudar as
religiões”. Eu também acho importante [com outros viés, logicamente], mas
esse assunto, para ser tratado em sala de aula, requer muito cuidado, tempo,
dedicação e, acima de tudo, preparação. Coisas que nem de longe acontecem no
sistema educacional brasileiro – infelizmente.
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