O potiguar André Araújo é um músico de carreira consistente... para alguns,
impecável. Sua ascensão começou, provavelmente, no dia em que encarou a bateria
profissionalmente pela primeira vez. E não parou até hoje,
numa trajetória que saiu de terras brasileiras, cujo “cessar fogo” está tudo,
menos próximo.
Precisão, criatividade, e estudo constante lhe
conferiram impressionante técnica que já esteve a serviço de bandas, aqui
em Natal e atualmente, na Itália, onde também
se dedica ao ensino e a divulgação de nossos ritmos.
Nesta entrevista, ele se apresenta tal como é. Simples,
sincero, aberto ao novo, e sedento de conhecimentos.
PZ: Quando surgiu a ideia de trabalhar viajando
pelo mundo a fora?
AA
- Na verdade, foi uma grande oportunidade que tive em 1999 de poder viajar para
Itália e trabalhar numa casa de show brasileira, na cidade de Florença. Nos
meus dias de folga aproveitava para viajar e ir conhecer outros lugares,
assistir espetáculos e ter contato com culturas diferentes da minha.
Continuar viajando pelo mundo a fora,
além de ser um grande prazer, no decorrer dos anos observei que é o meu caminho
de aprendizado nesse mundo. Cheguei a conclusão que aprendo mais estando em
movimento, viajando, tendo contato com outras culturas, idiomas, sabores de
lugares diferentes, e assim, vou seguindo a minha estrada até onde Deus
permitir.
PZ: Como foi o inicio de tudo?
AA
- O inicio de tudo acredito que foi em casa, sempre
ouvindo boa musica com os discos de Geraldo Azevedo, Gonzaguinha, Alceu
Valença, Elis Regina e tantos outros. Venho de uma família de muito bom gosto
musical e tenho meu tio que é um percussionista de grande valor.
Me decidi pela carreira profissional
com 23 anos e sempre busco trabalhar com muita seriedade para aprender e depois
devolver à musica o aprendizado que ela me possibilitou.
PZ: Existe alguma expectativa de um disco de
inéditas com alguma banda?
AA
- Sim existe, mas o conteúdo desse disco ainda esta sendo trabalhado, pois
ainda tenho que amadurecer bastante em alguns aspectos musicais para ter
coragem de por um trabalho meu num disco, mas esse momento está mais perto que
longe de acontecer.
PZ: Quais foram as suas melhores colaborações no
Brasil ?
AA
- As colaborações foram muitas, mas existem algumas que guardo no coração por
vários aspectos pessoais e profissionais tais como Lene Macedo, Lucinha Lira,
Luciane Antunes, Nonato Negão, Café do Vento, Ruanna Band e Trio J.A.S.
PZ: Como é feita a sua Tracklist para tocar nos
diferentes shows que você participa ?
AA
- A trakclist é bem variada, pois busco ser um musico versátil o máximo que as
minhas possibilidades musicais me permitem. Ouço de tudo um pouco para poder
entrar no espirito do trabalho que tenho pela frente, faço isso para ter sempre
boas referencias e como trabalho, como professor de bateria, tenho que estar
bem informado para poder contribuir com o aprendizado dos meus alunos.
PZ: Em seu tempo de aprendizado como baterista,
quais foram os seus grandes mestres e quais vídeos, Livros e discos você
recomendaria ou diria que são essenciais para qualquer baterista?
AA
- Na verdade o aprendizado é eterno e os meus
professores foram de uma grandíssima importância para mim, posso citar os nomes
Fernando Suassuna, Germana Cunha, Cleber Almeida e a professora mais dura e ao
mesmo tempo MARAVILHOSA que um aluno pode ter....A VIDA !!!
Quanto a livros para Bateristas nada
como o "Syncopation" e "Stick Control" George
Lawrence Stone, "Bateria Brasileira" Christiano Rocha e "Novos
Caminhos da Bateria Brasileira" Sergio Gomes; Não sou um grande fã de
"vídeo-aula", mas aconselho a assistir muitos shows de segmentos
musicais diferentes e buscar sempre o que existe de melhor e especial entre os
diferentes segmentos musicais que podem ir do Baião de Luiz Gonzaga ao som
psicodélico do Pink Floyd !!!
AA
- Para mim é impossível falar do presente sem citar o passado, onde existiram músicos
que prepararam todo o terreno que hoje podemos colher.....posso citar os
bateristas brasileiros Edison Machado, Milton Banana, Pascoal Meireles,
Claudio Infante, Teo Lima, Jurim Moreira, Carlos Bala, Cleber Almeida, Adriano
de Oliveira, Edu Ribeiro, Cuca Teixeira, Christiano Rocha, Mauricio Leite e os
internacionais, Buddy Rich, Louie Bellson, Harvey Mason, Vinnie Colaiuta, Jeff
Porcaro, Steve Gadd, Simon Phillips, Carter Beauford, Jeff Hamilton, Gavin
Harrison, Nicko McBrain...a lista na verdade é longa porque existem bateristas
maravilhosos e muitas partes desse mundo.
PZ: Cite os quais considera, no mínimo, engraçados
ou diferentes e marcantes nos últimos tempos em relação a bateria?
AA
- Eu me considero um grande sortudo, pois pude ver
de perto alguns bateristas que são marcantes para mim, como Carlos Bala,
Claudio Infante, Steve Gadd, Simon Phillips e Vinnie Colaiuta.
Agradeço ao blog ponto zero a
oportunidade desse bate-papo esperando uma nova oportunidade de colaborar com
vocês !!!
André Araújo