quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Interview with... André Araújo


O potiguar André Araújo é um músico de carreira consistente... para alguns, impecável. Sua ascensão começou, provavelmente, no dia em que encarou a bateria profissionalmente pela primeira vez. E não parou até hoje, numa trajetória que saiu de terras brasileiras, cujo “cessar fogo” está tudo, menos próximo.

Precisão, criatividade, e estudo constante lhe conferiram impressionante técnica que já esteve a serviço de bandas, aqui em Natal e atualmente, na Itália, onde também se dedica ao ensino e a divulgação de nossos ritmos.

Nesta entrevista, ele se apresenta tal como é. Simples, sincero, aberto ao novo, e sedento de conhecimentos.


PZ: Quando surgiu a ideia de trabalhar viajando pelo mundo a fora?

AA - Na verdade, foi uma grande oportunidade que tive em 1999 de poder viajar para Itália e trabalhar numa casa de show brasileira, na cidade de Florença. Nos meus dias de folga aproveitava para viajar e ir conhecer outros lugares, assistir espetáculos e ter contato com culturas diferentes da minha.
Continuar viajando pelo mundo a fora, além de ser um grande prazer, no decorrer dos anos observei que é o meu caminho de aprendizado nesse mundo. Cheguei a conclusão que aprendo mais estando em movimento, viajando, tendo contato com outras culturas, idiomas, sabores de lugares diferentes, e assim, vou seguindo a minha estrada até onde Deus permitir.

PZ: Como foi o inicio de tudo?

AA - O inicio de tudo acredito que foi em casa, sempre ouvindo boa musica com os discos de Geraldo Azevedo, Gonzaguinha, Alceu Valença, Elis Regina e tantos outros. Venho de uma família de muito bom gosto musical e tenho meu tio que é um percussionista de grande valor.
Me decidi pela carreira profissional com 23 anos e sempre busco trabalhar com muita seriedade para aprender e depois devolver à musica o aprendizado que ela me  possibilitou.

PZ: Existe alguma expectativa de um disco de inéditas com alguma banda?

AA - Sim existe, mas o conteúdo desse disco ainda esta sendo trabalhado, pois ainda tenho que amadurecer bastante em alguns aspectos musicais para ter coragem de por um trabalho meu num disco, mas esse momento está mais perto que longe de acontecer.


PZ: Quais foram as suas melhores colaborações no Brasil ?

AA - As colaborações foram muitas, mas existem algumas que guardo no coração por vários aspectos pessoais e profissionais tais como Lene Macedo, Lucinha Lira, Luciane Antunes, Nonato Negão, Café do Vento, Ruanna Band e Trio J.A.S.

PZ: Como é feita a sua Tracklist para tocar nos diferentes shows que você participa ?

AA - A trakclist é bem variada, pois busco ser um musico versátil o máximo que as minhas possibilidades musicais me permitem. Ouço de tudo um pouco para poder entrar no espirito do trabalho que tenho pela frente, faço isso para ter sempre boas referencias e como trabalho, como professor de bateria, tenho que estar bem informado para poder contribuir com o aprendizado dos meus alunos.

PZ: Em seu tempo de aprendizado como baterista, quais foram os seus grandes mestres e quais vídeos, Livros e discos você recomendaria ou diria que são essenciais para qualquer baterista?

AA - Na verdade o aprendizado é eterno e os meus professores foram de uma grandíssima importância para mim, posso citar os nomes Fernando Suassuna, Germana Cunha, Cleber Almeida e a professora mais dura e ao mesmo tempo MARAVILHOSA que um aluno pode ter....A VIDA !!!
Quanto a livros para Bateristas nada como o "Syncopation" e "Stick Control"  George Lawrence Stone, "Bateria Brasileira" Christiano Rocha e "Novos Caminhos da Bateria Brasileira" Sergio Gomes; Não sou um grande fã de "vídeo-aula", mas aconselho a assistir muitos shows de segmentos musicais diferentes e buscar sempre o que existe de melhor e especial entre os diferentes segmentos musicais que podem ir do Baião de Luiz Gonzaga ao som psicodélico do Pink Floyd !!!


PZ: Quais bateristas você destacaria atualmente, independente do estilo que toquem ?

AA - Para mim é impossível falar do presente sem citar o passado, onde existiram músicos que prepararam todo o terreno que hoje podemos colher.....posso citar os bateristas brasileiros Edison Machado, Milton Banana, Pascoal Meireles, Claudio Infante, Teo Lima, Jurim Moreira, Carlos Bala, Cleber Almeida, Adriano de Oliveira, Edu Ribeiro, Cuca Teixeira, Christiano Rocha, Mauricio Leite e os internacionais, Buddy Rich, Louie Bellson, Harvey Mason, Vinnie Colaiuta, Jeff Porcaro, Steve Gadd, Simon Phillips, Carter Beauford, Jeff Hamilton, Gavin Harrison, Nicko McBrain...a lista na verdade é longa porque existem bateristas maravilhosos e muitas partes desse mundo.

PZ: Cite os quais considera, no mínimo, engraçados ou diferentes e marcantes nos últimos tempos em relação a bateria?

AA - Eu me considero um grande sortudo, pois pude ver de perto alguns bateristas que são marcantes para mim, como Carlos Bala, Claudio Infante, Steve Gadd, Simon Phillips e Vinnie Colaiuta.
Agradeço ao blog ponto zero a oportunidade desse bate-papo esperando uma nova oportunidade de colaborar com vocês !!!


André Araújo