Madonnistas, Gagaístas, Britneymaníacos, quem nunca ouviu o mesmo refrão repetido pelas bocas que ocupam os pedestais imaginários que te olha dos pés à cabeça e declaram: "você é fútil!". Ler uma revista de fofoca, ouvir uma música de alguma estrela pop ou assistir aquele enlatado televisivo parece significar falta de cultura ou de bom gosto em alguém. Basta dizer "gosto disso ou daquilo" que pedras e alfinetes disparam pelo julgamento de línguas egocêntricas no intuito de afirmar: "você não tem conteúdo". E o que significa, então, esse "ter um conteúdo" nos dias atuais?
O mundo se baseia em "conteúdo" para separar os fúteis dos não-fúteis numa linha imaginária desenhada num território tão fictício quanto a crença de se ter mais cultura que outra pessoa. Perguntando ao popular e companheiro de todas as horas Aurélio, ele nos fala que fútil é:
fú.til: Adjetivo de dois gêneros. 1. Sem valor, importância ou utilidade; insignificante, vão. 2. Que só se preocupa com coisas menos importantes, superficiais. 3. Próprio ou característico de pessoa fútil (2). [Sin. ger.: frívolo. Pl.: –teis.]
Já era de se imaginar. Ao atribuir o conceito de fútil a alguma pessoa estamos, na verdade, incluindo nessa palavra uma carga de valores pessoais ou de grupo. Nomeamos de futilidade tudo aquilo que não nos representa utilidade nem interesse. Sendo assim, estamos nos baseando em nossas próprias experiências pessoais para identificar em outro indivíduo características que não nos oferece importância. Já deu pra perceber a questão?
O grande problema é que muitas pessoas universalizam demais esse termo e o aplicam para afirmar, em entrelinhas, de um padrão único de interesses que deve ser compartilhado por todos. Falar de moda, seriados ou música é fútil porque não correspondem a esse padrão. E assim abrem-se as cortinas do palco para que o ego/etnocentrismo entre em cena e faça seu show. Cada ser humano não possui o direito de eleger o que considera importante para si? Tais preferências não se constroem através de trajetórias individuais?
Criticam-se bastante quem vive de aparências, mas ao julgar alguém como fútil talvez estejamos adquirindo uma performance também. Afinal, a partir do momento em que apontamos o dedo para atribuir esse valor, também podemos estar nos posicionando em um status de superioridade sobre essa pessoa. Porque a corrida do século é marcada pela vaidade: de valores, materialidades e conceitos.
Moda é o prazer que paga as contas de muitos estilistas. Música pop é o que alimenta empregos de dançarinos, cantores e performistas em várias partes do planeta. Revistas de fofoca tiram jornalistas e outros profissionais do desemprego, além de ocupar horas vagas cidadãos comuns. Por que julgar essas atividades como futilidade? Pelo simples fato de não estar no foco do olhar de quem se julga "dono do conhecimento científico"? Se há ciência até no andar de uma formiga, quanto mais nas indústrias que movimentam a economia e a opinião pública das sociedades.
"Futilidade", ao meu ver, apenas reside em uma atitude: a de ignorar a diversidade de estilos e opiniões individuais que acompanha o acelerado crescimento humano, econômico e social que o mundo globalizado nos apresenta. E até mesmo para aquilo que não me interessa, lembro de uma frase que li, citada pelo videoartista Carlos Nader: "não há vida saudável sem uma dose de futilidade". E tudo que é fútil é passível de uma experiência, onde qualquer pré-conceito pode ser desfeito e traduzido em um novo olhar.
Por Jô Fagner
Radialista e Jornalista
Radialista e Jornalista
Gostei muito do texto. O deslocamento reflexivo dado ao termo futilidade é interessante. Nos faz pensar. Futilidade é também ciência, depende do olhar de quem ver, basta deslocar o olhar para temas considerados futéis, banais e idiotas que tanto movimenta a sociedade para se debruçar no espelho de nós mesmos. Tudo é questão de olhar.
ResponderExcluirCONHECI JÔ NA ÉPOCA DO DOCUMENTÁRIO 'DRAGSTARS'. DESDE ENTÃO, ME TORNEI UM FÃ DE SEUS TEXTOS E DE SUAS INÚMERAS PÁGINAS.
ResponderExcluirAMIGÃOOOO VC DEVERIA CENTRALIZAR TUDO NUM ÚNICO PORTAL. AS VEZES SINTO VOCÊ MEIO PERDIDO.
AMO VOCÊ DEMAIS!
A falta de conteúdo, na minha opinião, está em se limitar a conhecer apenas o que é amplamente propagado e desprezar a vasta produção cultural que existe e não tem divulgação massiva. Já o que agrada a cada um, é claro, não se discute.
ResponderExcluirAlém disso, discordo do frágil argumento de que qualquer atividade que movimente a economia e gere empregos deveria ser isenta de julgamento.
A CADA SEGUNDO UM GAY É ASSASSINADO E NINGUÉM FAZ NADA, NESSE MOMENTO MILHARES DE CRIANÇAS ASIATICAS, LATINAS (INCLUIDO AS BRASILEIRAS), MEXICANAS ESTÃO NAS RUAS SOFRENDO FOME, ABUSOS, EXPLORAÇÕES, ETC ALGUÉM PRECISA DE UM ABRAÇO, UMA PALAVRA AMIGA, UMA ATENÇÃO ALI BEM NA SUA FRENTE, NO BANCO AO SEU LADO, NO RESTAURANTE, NAS RUAS, ETC, TALVEZ NA SUA CASA SEUS PAIS, IRMÃOS OU MESMO SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO SEQUER TIVERAM UM BOM DIA DE SUA BOCA QUANTO MAIS UM SIMPLES CARINHO. E VOCÊ ME VEM COM SUAS FUTILIDADES DE SE PROJETAR NA VIDA FÚTEL DE MAIS GENTE FÚTIL. NOSSA, ACORDA GAROTO, O MUNDO MUDOU, NÃO SE PERCA, VOCÊ VAI MORRER E VER QUE SUA VIDA FOI UMA PÔRRA DE FUTILIDADES.ACORDA ENQUANTO É TEMPO.
ResponderExcluirGaultier, você só pode ser um grande idiota em pensar dessa forma. Meu querido, de nome horrível, eu escrevo sobre o que quero e não sobre o que você pensa ser certo ou errado. Cabe as pessoas optarem por ler ou não. Então se está tão incomodado, sente na frente de um computado e comece a escrever a sua versão sobre o dado tema.
ResponderExcluirO mais engraçado desse blog é que o povo que escreve (as vezes bem, outras vezes nem tanto) ainda vem se trocar com os críticos (as vezes fundamentados, outras vezes nem tanto).
ResponderExcluirFrágil argumento?
ResponderExcluirComo assim André Ferreira?
Só sendo da família dos Ferreiras mesmo. Afffff uma jaula.
A gente bem que tenta discutir ideias nesse blog, mas quando o autor do texto aparece pra ter uma discussão subterrânea como essa com um leitor, a gente percebe que o esforço é em vão. E sugiro que ninguém me responda, porque vai falar sozinho.
ResponderExcluirA futilidade é a alma gêmea da ignorância. A arrogância é a alma gêmea da incompetência. A vaidade é a mãe delas. E me parece que alguns desses senhores que aqui comentam se identificam em muito nesses quesitos. Uma pena, pois deveriam focar suas atenções no trabalho do rapaz, deixando os espetos de lado.
ResponderExcluirApesar de bobinho (texto), achei que o autor exprimiu o que queria passar para seu público.
ResponderExcluirJôooooooo, nós aqui do Setor II somos seus fãs. Não ligue para esses Ferreiras da vida, muito menos para esses de nomes estranhos Gaultalgumacoisa. Continue amigo, contiue...
ResponderExcluirEU TENHO QUE TER MUITA PACIÊNCIA PARA LER ESSAS BESTEIRAS POSTADAS POR ESSE POVO DESOCUPADO QUE VIVEM QUEIMANDO OS ESCRITORES, COLABORADORES DESSA PÁGINA.
ResponderExcluirSempre tive vontade de trabalhar com Jô em um curta que ando produzindo desde 2008 sobre a vida dos animais de Mossoró, mas penso que ele não me dará cartaz.
ResponderExcluirQuanta bobagem, deixem o rapaz exprimir-se, a liberdade de expressão nesse país existe. Não gostou? Expresse-se com dignidade. Continue garoto, escreva, fala pro mundo, grita teus conceitos, mostra o que sabe, eu e mais outros somos todos ouvidos, parabéns.
ResponderExcluirAgradeço os comentários e ao Dardinhelhes pela exposição do texto por aqui. Devo dizer que cada texto que escrevo faço no intuito de receber pedras e flores, e acredito que consegui isso nesse texto também. Quanto ao comentário assinado lá em cima, não fui eu quem escreveu. Jamais me rotularia de "a sensação", isso fica a cargo dos outros. Quando à resposta do André, se você considera minha discussão subterrânea, apenas faça como eu: leia, estude e escreva algo fundamentado para me refutar. Caso contrário, apenas morda o dedo e resmungue em silêncio. O trabalho dos outros merece ser valorizado. Grato a todos os comentários, e os convido para conhecer mais algumas de minhas idéias no meu site: www.jofagner.com, Abraços!
ResponderExcluirJõ Fagner é um cara muito inteligente e a voz dos desesperados. Deixem ele falar minha gente.
ResponderExcluirJô é um ícone para a classe alta que se formou na UFRN, no curso de Comunicação. Todos seguem suas tendências, e bem no fundo querem iguais a ele.
ResponderExcluirFICO PENSANDO SE JÔ 'GLITTER' FAGNER É UMA PESSOA DE VERDADE OU UM BONECO MOLDADO PELA MÍDIA FACULTATIVA. DÚVIDA CRUEL!!
ResponderExcluirJô, meu querido, pelo seu texto logo ser ver que vc é uma pessoa que tem o hábito de ler e escreve bem. Mas amigo, me reservo o direito de criticar seu texto no seguinte ponto: ignorantes são aqueles que ousam rotular algo, ou alguém como "com cultura" ou "sem cultura". Amigo, se vc é formado em comunicação, estudou antropologia e sabe que não há, pelo menos no planeta terra, uma só pessoa ou manifestação humana que não seja cultural. Agora, o que se pode criticar são os níveis de complexidade das manifestações artisticas. Assim, não podemos colocar no mesmo cesto uma bossa nova e um funk. Todas são manifestações artísticas, portanto culturais, mas não sejamos hipócritas né. NÃO VEMOS A MESMA QUALIDADE EM TODO TIPO DE ARTE. No seu texto, percebe-se um impulso mto forte em defende um estilo particular de consumo de produtos culturais. Vc tem todo direito. Mas me perdoe, BOM GOSTO É FUNDAMENTE (desculpe, não resisti). E por favor, não há ciência no andar da porra da formiga. O HOMEM PRODUZ CIÊNCIA A PARTIR DOS FENÔMENOS NATURAIS. Perdoe o meu jeito grosseiro, não é nada com vc, sou assim mesmo. É fato que a Madona, a Gaga e etc são maravilhosas? São! Eu tbm as adoro. Mas boa parte de suas produções são fúteis? São tbm. Então amigo, nós podemos gostar da merda que quisermos, só não podemos dizer que ela cheirar bem!
ResponderExcluirOlha! Eu juro que queria terminar esse texto deixando um boa impressão, mas já vi que não vou conseguir. Então, finalizo com um conselho: Já que redigir faz parte de sua vida profissional, amigo, escreva sobre o que vc realmente domina e não sobre o que vc acredita dominar ou, pelo menos, tenha a humildade e o discernimento de enfatizar que esse isso é um ponto de vista particular e sem fundamento, não saia afirmando as coisas “na doida”, não (sempre sobra pra pobre da doida, tenho tanta pena dela).
Jo Fagner, sugiro que releia os meus comentários com um pouco mais atenção e tente interpretá-los corretamente. No mais, guarde a lição para outra pessoa. Não lhe pedi conselhos.
ResponderExcluirMaurício, obrigado pelo "glitter", afinal glitter é brilho, né? Coisa que tenho naturalmente. Sou uma pessoa de verdade, com mais formação que você pelo que vejo. Acho que devia pesquisar mais sobre as pessoas antes de sair fazendo certos comentários. Faz bem e nem toma tanto tempo assim.
ResponderExcluirMeninas, deixe de briguinha, ficam aqui se alfinentando, depois se reunem todas para bater cabelo por ai, bjo bjo
ResponderExcluirMe disseram que Jô Fagner será a próxima Shakira, quando a grande anfitriã partir dessa vida para outra melhor.
ResponderExcluirNÃO ACHO Q O TEXTO DO RAPAZOLA SEJA TÃO RUIM ASSIM. ELE ESCREVEU O QUE ACHA RELEVANTE PARA SUA VIDA E PONTO!
ResponderExcluirAos seguidores ofereço meu abraço sincero. Aos perseguidores entrego apenas um babador, pra que possam assistir minhas conquistas sem se melar antes da balada. Beijos, Jo Fagner. PS.: Meus comentários são assinados com meu perfil do Google, ou seja, com foto. Qualquer outro comentário é fake. E caro Eduardo, seria uma honra substituir a Shakira, mas isso é impossível. Artista no patamar dela jamais existirá nessa cidade, nem que eu quisesse, Beijos!
ResponderExcluirComecei a ler e não consegui passar do primeiro parágrafo. As "biba" querem ferver na pista e, pra parecerem cultas, tentam chamar isso de ciência. Tenho pena... ... rs.
ResponderExcluirCARA TU É MUITO CHATO JÔ QUALQUER COISA, DEVE TER UM MUNDINHO BEM SACAL PRA TÁ FALANDO TANTO BOBAGEM, QUE CARA DESAGRADAVEL QUE SÓ ESCREVE FUTILIDADES, VÁ SE JOGAR NUMA CAÇAMBA DE LIXO PRA VER SE RECICLANDO SERVE PELO MENOS PARA PAPEL HIGIENICO. FUI!
ResponderExcluirOlha, tem horas que fico puto com esses caras: O Venenoso, Azrael, Derrick, Gautier (que nome de traveco é esse?) e André Ferreira, pelas besteiras que comentam por aqui e nas resenhas do meu ídolo Junior Dalberto, mas dessa vez tiro o chapeu para eles. Jo Fagner é muito ruim como jornalista. Merece o calabouço, e sem corda de socorro.
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