segunda-feira, 6 de junho de 2011

“À Contento”... Por Paulo Henrique Alves Pinheiro


Não se prenda por nada a qualquer prenda,
A vida em cena é mais que o imediato.
Não mergulhe no instante vazio de uma senda,
Não se entristeça em pensar que é último ato.
Nunca se entregue todo, por completo,
Deixe guardado num cantinho aquele resto,
Átomo de euforia que reproduz todo sabor.
Verás desejo efervescer e a boca fria em furor.
Entregue o necessário e merecido, o beijo quente;
Espalme todo corpo até que a pele ceda ardente.
Assim, quando teu corpo frio e sedento desejar,
Terás em outra carne o abrigo e o sangue quente.
Consome somente a semente do momento
E só no ventre plante o prazer, o que vale é gozar...

9 comentários:

  1. SEMPRE FICO DE BOBEIRA QUANDO LEIO OS POEMAS DE PAULO, POR QUEM JÁ SOU FÃ. ELE CONSEGUE TOCAR A ALMA DE QUALQUER UM QUE ANDE NA LINHA DA SOLIDÃO E DO AMOR NÃO CORRESPONDIDO.

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  2. Possivelmente vão usar o argumento da "licença poética" pra justificar o erro, mas lá vai a dica mesmo assim (vai que o autor repara nisso nas próximas vezes).

    Se você tem a necessidade patológica de tentar dar um ar "culto" ou "falar bonito" no seu texto e inventa de usar a segunda pessoa ("tu" ou "vós" para os leigos leitores desse blog), por favor, tenha a coerência/coesão/correção e permaneça com esse tratamento por todo o texto.

    Aliás, precisa nem ser pelo texto inteiro, pelo menos durante o mesmo parágrafo/estrofe... Nesse poema o autor conseguiu a proeza de deixar uma frase com duas pessoas (tudo bem que a frase ultrapassa uma estrofe, assim não tinha como manter a coerência num período TÃO grande e complicado).

    Poesia não é só sentir, sentar e soltar as sentenças (olhaê, eu estou todo poético também). Precisa estudar. Aprender tanto português, quanto as estruturas, regras e convenções que são usuais nesse tipo de texto.

    Continue praticando!

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  3. GRAÇAS A DEUS VC VOLTOU AZRAEL. PRECISAVA DE UM ALIADO.

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  4. Jo Fagner (O Sábio)6 de junho de 2011 às 18:49

    Falar de Paulo, e falar de amor
    sinto-me como se fosse um pastor
    como se eu fosse um profeta.
    Lembro-me de sua imagem amada
    e so para ele e direcionada
    todas as poesias,desse poeta.

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  5. É difícil falar sobre as influências de Paulo Henrique, porque muitas delas não são inteiramente
    conhecidas pelos leitores dessa página. Nem por Dalberto, que arrisca escrever. As influências representam muitas vezes tendências, gostos pessoais, impressões até mesmo de outras artes. Tenho lido muito, ultimamente, os poetas ingleses contemporâneos - em especial Philip Larkin e Ted Hughes. Eles possuem um enorme sentido de rigor, objetividade e apuro técnico aos quais tenho prestado atenção e vejo muito deles nas artes de Paulo. Nos últimos livros de João Cabral tenho encontrado a presença do humor, o que até então não havia se manifestado em sua poesia. Tenho dificuldades, contudo, para avaliar exatamente quais influências vieram de outras linguagens que não a poética: já escrevi pelo menos um poema sobre Paul Klee e sou freqüentador assíduo de cinemas, o que certamente influencia de algum modo no que escrevo e o que leio. Por isso gostei tanto do Ponto Zero. Uma mistura perfeita de música, cinema, literatura, comédia (Dalberto) e arte (Paulo Henrique e outros).

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  6. Ferreira Gullar é, sem dúvida, o maior poeta brasileiro da atualidade. Ganhador de muitos prêmios e inclusive indicado ao Prêmio Nobel de Literatura, diz que a morte é uma tema permanente em sua poesia. Separei uma lista com as principais poesias de Ferreira Gullar. Ei-las: Meu Pai Aprendizado Os mortos Traduzir-se Galo Galo Poema Sujo, [...]
    Eu gostaria de ler aqui nesse blog coisas sobre ele. Por favor....

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  7. Paulo continue soltando sua alma aos pedaços mesmo que isso incomode "os anjos do mal", como esse pseudo crítico "Azrael".
    Querido Azrael! Gostaria que você me explicasse o talento e a poesia do "flanelinha" poeta mor do Brasil: CARTOLA, da delicia de ler JOÃO CABRAL DE MELO NETO, FERREIRA GULAR, de emocionar com a CORA CORALINA. Não se prenda a detalhes pessoais direcionados aos escritores e poetas de plantão desse Blog. FAÇA DIFERENTE, RESPONDA COM UM CONTO, UMA POESIA, UM CAUSO, EXPRESSE SUA SENSIBILIDADE E CONHECIMENTOS DE UMA FORMA QUE EMOCIONE, MELHORE O MUNDO AMIGO E SEJA MENOS AMARGO.

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  8. Nossa... Não sabia que os autores desse blog se consideravam com o mesmo nível de Cartola, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gular, Camões, Machado de Assis e alguns outros.

    Pode até que tenham as mesmas capacidades desses citados, mas sem um esforço para melhorar (pra se tornar um estudioso como Machado de Assis), ou sem a falta de prepotência (que deixa os textos simples, como Cora Coralina), só vejo amadores que arrotam soberba e se iludem com aplausos fantasmas de amigos. E, no final, só conseguem enxergar críticas onde estão sugestões.

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  9. Poetas, críticos e amigos, somos todos farinha do mesmo trigo. A arte e a poesia que faz a vida é simples, Azrael. Não quero ser Ferreira Gular, tampouco Camões, eu quero ser só eu mesmo, e com as minhas mãos cavar o meu poço e matar a minha sede... Vou observar mais meu português; vou ler mais Machado de Assis e tantos outros escritores fascinantes, mas o grande intuito é aprender a ler a vida e os sentimentos. Dalberto, meu caro, você sabe, não paramos. Obrigado a todos pela atenção dipensada aos poemas, críticas e elogios. Obrigado Ponto Zero pela oportunidade de exposição e por propiciar essa frutífera discussão. Até o próximo poema!

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