Coletânea
produzida pela gravadora Universal Music para celebrar os 450 anos da cidade do
Rio de Janeiro (RJ), festejados em 1º de março de 2015, ...E o Rio Continua Lindo foi batizada com verso extraído do samba “Aquele abraço”, composto e cantado por
um baiano, Gilberto Gil, para ser
sua carta de despedida no momento em que partiu para forçado exílio na Europa.
“Aquele abraço”, claro, figura no
repertório - selecionado por Carlos
Savalla - na gravação original de 1969.
Ao
longo de 14 faixas, o Rio é perfilado através de gravações como as de “Menino do Rio” (Caetano Veloso, 1979) e “Samba do Carioca” (Carlos Lyra e
Vinicius de Moraes, 1962), músicas ouvidas nas vozes de Caetano Veloso e Wilson
Simonal (1938 - 2000), respectivamente.
Em
sua maioria, as letras falam mais das belezas do que do caos do Rio, mas “Rio 40 Graus” (Fernanda Abreu, Fausto
Fawcett e Carlos Laufer, 1992) - ouvida na compilação em registro ao vivo feito
em 2006 por sua intérprete original, Fernanda
Abreu - atinge a temperatura ideal
ao traçar perfil multifacetado da cidade partida, mas também unida por
idiossincrasias sociais.
Há
também nostalgia em algumas das 14 saudações musicais ao Rio. “Saudade do Rio” (Dori Caymmi e Paulo
César Pinheiro, 1998) e “Rio Antigo (Como
nos Velhos Tempos)” (Nonato Buzar e Chico Anísio, 1979) expressam - nas
vozes de Nana Caymmi e de Alcione - saudade da cidade em épocas e
águas passadas.
E,
como no Rio tudo (quase) sempre acaba em samba, “Rio, Carnaval dos Carnavais” (Padeirinho, Nilson Russo e Moacyr,
1972) cai na folia na voz valente de Elza
Soares.
O
mais recente fonograma de ...E o Rio Continua Lindo é
“Ela é Carioca” (Antonio Carlos Jobim
e Vinicius de Moraes, 1963), samba ouvido na voz suave de um legítimo carioca
da gema, Marcos Valle, em gravação de 2011.