terça-feira, 14 de abril de 2015

Coletânea celebra e perfila o Rio de Janeiro nas vozes de Caetano, Elza, Gil e Nana

Coletânea produzida pela gravadora Universal Music para celebrar os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro (RJ), festejados em 1º de março de 2015, ...E o Rio Continua Lindo foi batizada com verso extraído do samba “Aquele abraço”, composto e cantado por um baiano, Gilberto Gil, para ser sua carta de despedida no momento em que partiu para forçado exílio na Europa.
Aquele abraço”, claro, figura no repertório - selecionado por Carlos Savalla - na gravação original de 1969.

Ao longo de 14 faixas, o Rio é perfilado através de gravações como as de “Menino do Rio” (Caetano Veloso, 1979) e “Samba do Carioca” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1962), músicas ouvidas nas vozes de Caetano Veloso e Wilson Simonal (1938 - 2000), respectivamente.

Em sua maioria, as letras falam mais das belezas do que do caos do Rio, mas “Rio 40 Graus” (Fernanda Abreu, Fausto Fawcett e Carlos Laufer, 1992) - ouvida na compilação em registro ao vivo feito em 2006 por sua intérprete original, Fernanda Abreu -  atinge a temperatura ideal ao traçar perfil multifacetado da cidade partida, mas também unida por idiossincrasias sociais.

Há também nostalgia em algumas das 14 saudações musicais ao Rio. “Saudade do Rio” (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 1998) e “Rio Antigo (Como nos Velhos Tempos)” (Nonato Buzar e Chico Anísio, 1979) expressam - nas vozes de Nana Caymmi e de Alcione - saudade da cidade em épocas e águas passadas.

E, como no Rio tudo (quase) sempre acaba em samba, “Rio, Carnaval dos Carnavais” (Padeirinho, Nilson Russo e Moacyr, 1972) cai na folia na voz valente de Elza Soares.

O mais recente fonograma de ...E o Rio Continua Lindo é “Ela é Carioca” (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1963), samba ouvido na voz suave de um legítimo carioca da gema, Marcos Valle,  em gravação de 2011.