quinta-feira, 27 de abril de 2023

Crítica | Pânico 6 consegue inovar e trazer muita brutalidade

O sexto filme da franquia Pânico chega quinta-feira (09) nos cinemas e já tem mostrado uma proposta mais ousada que os anteriores. Confira essa crítica sem spoilers e descubra se vale a pena conferir!

A franquia Pânico estreou em 1996 e fez bastante sucesso pela violência explícita e pelo emblemático assassino mascarado, Ghostface, se tornando um clássico do subgênero de terror slasher do final dos anos 90 e início dos anos 2000. Os filmes tiveram um grande período de pausa entre 2000 e 2011 e voltaram quase 10 anos depois, em 2022, com um novo enredo e novas vítimas.

Quem é o Ghostface?

Antes de entrarmos em detalhes sobre o filme, vale a pena recapitularmos algumas coisas e mergulharmos um pouco mais na história da franquia.

O emblemático assassino da máscara branca surgiu em 1996, realizando uma série de assassinatos na cidade fictícia de Woodsboro. Entre muita sanguinolência, no final do filme descobrimos sua verdadeira identidade e o vilão acaba morrendo. Mas para a surpresa de muitos, ele sempre encontra uma maneira de retornar.

Ao contrário de vilões como Jason e Michael Myers, Ghostface não possui uma identidade fixa, ele é uma entidade que pode ser assumida por qualquer um que concorde com seus ideais distorcidos de justiça e o veja como uma figura heroica e macabra. Em cada filme, um novo indivíduo veste sua máscara e sai matando por aí e o objetivo de suas vítimas e do espectador é, literalmente, desmascarar o assassino.

Após os horripilantes acontecimentos de Pânico 5, as irmãs e sobreviventes Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega), recomeçam suas vidas na badalada cidade de Nova York, numa tentativa de se livrar dos traumas do passado.

Tara está cursando a faculdade e procura ser uma jovem normal, enquanto sua irmã mais velha, Sam, ainda tem problemas de confiança e fobias não resolvidas. Apesar de tudo, as coisas parecem normais na vida da dupla até que novos ataques começam a acontecer, Ghostface volta para assombrá-las e parece determinado em não deixá-las escapar desta vez.

Enredo brutal

A produção de Pânico 6 parece bem determinada em trazer um terror com uma pegada bem mais violenta que os anteriores. Tudo está propenso a isso, o ambiente, os personagens e até o comportamento e ambição do assassino.

Não dá nem tempo de digerir direito as primeiras cenas antes da matança começar, é tudo extremamente gráfico, as cenas, as descrições, os diálogos, sugiro se preparar bem se tiver estômago fraco. Até quem curte bastante o gênero pode sentir o estomago embrulhar.

Sobre esse aspecto, o nível de incômodo que as cenas de violência trazem me remeteu ao mesmo desconforto e nojo que senti assistindo O Esquadrão Suicida, de 2021.

O filme também trás uma pegada maior de suspense e terror psicológico, uma sacada interessante para fugir do óbvio do subgênero slasher, que consiste basicamente em perseguição e ataques. Em diversos momentos, Pânico 6 nos coloca numa situação quase sufocante de tensão, como se estivéssemos sendo perseguidos através da tela.

Uma pitada de humor

Como toda franquia, o filme traz pitadas de humor e sátiras aos clichês do terror ao mesmo tempo que mergulha fundo neles, isso sem perder o dinamismo da história e sem tirar a seriedade da situação. Os personagens não são vítimas comuns, são inteligentes, ou ao menos tentam ser.

Outro ponto de destaque que se manteve com maestria nesse longa é a capacidade de criar um ambiente de desconfiança e investigação. Quem é o culpado e quem são os mocinhos? São perguntas que ecoam na cabeça incessantemente. Não existe um contraponto óbvio entre o bem e o mal, o que existe é a necessidade imediata de sobreviver ou não ser desmascarado.

Reviravoltas e clichês

Melhor com eles, pior sem eles, Pânico 6 é um filme recheado de cenas clichês e clássicas do terror: o assassino instiga a vítima pelo telefone, a vítima abre portas que podiam continuar fechadas, os esconderijos são péssimos e, claro, ninguém chama a polícia. Clichês costumam nos deixar com raiva, mas nesse filme, por algum motivo, eles se encaixam perfeitamente, talvez pelo fato do próprio longa não se levar tanto a sério.

As reviravoltas acontecem muito, não são exatamente o ponto forte do filme, mas surpreendem bastante, principalmente quando nos aproximamos do final da história.

Conclusão

Pânico 6 com certeza merece todas as críticas positivas que vem recebendo, é um mérito e tanto que uma franquia de terror tão clássica consiga encontrar maneiras tão criativas para manter a história de pé e interessante para o público novo ou antigo.

Por se tratar de um slasher, não se pode esperar um roteiro mega elaborado e primoroso, mas a história fraca é compensada pelas dinâmicas muito bem trabalhadas entre suspense, terror, investigação e, para os mais fanáticos, nostalgia.

É uma experiência emocionante, agoniante e nojenta, mas que vale muito a pena vivenciar dentro de uma sala de cinema, recomendo demais!

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