Os
Beam são a típica família média norte-americana. Kevin e Christy Beam,
interpretados por Martin Henderson e
Jennifer Garner, têm três filhas, as
meninas Abbie, Anna e Adelynn, e vivem uma vida feliz e pacata em uma ampla
fazenda nos arredores de Dallas, no Texas.
Envolvidos
com a comunidade e membros devotos da igreja católica, eles têm sua vida
inteira virada do avesso quando a pequena e carismática Anna (Kylie Rogers) começa a apresentar
sintomas de uma doença que ninguém sabe ao certo qual é.
O
roteiro de "Milagres do Paraíso",
longa dirigido por Patricia Riggen e
escrito por Randy Brown, é baseado
na história da verdadeira família Beam, que ficou famosa nos Estados Unidos por
sua trajetória de luta contra a doença de Anna – não daremos spoilers, então
você quiser se aprofundar nos motivos, é fácil encontrar a explicação no
Google.
É
claro que o próprio nome do filme já entrega um pouco o ouro da trama, mas
saber o desfecho não necessariamente estraga a experiência, uma vez que todo o
desenrolar da história é bastante interessante.
O arroz com feijão do drama
A
fórmula de "Milagres do Paraíso"
é bastante simples: uma história dramática, uma trilha sonora básica, mas que
funciona, e um bom elenco. O resultado é uma produção que não traz grandes
novidades, mas proporciona uma experiência até bastante agradável e termina
sendo bem redondinho.
Milagres do Paraíso
Cumpre
sua promessa: é um filme que vai levar o público às lágrimas, mas sem inovar
nem se destacar em quesitos técnicos. O principal fator que contribui nesse
sentido é a escolha do elenco.
Martin Henderson e Jennifer
Garner estão bem convincentes – a própria Jennifer talvez seja um dos
grandes chamarizes do filme para o público não religioso. A menina Kylie Rogers
também vai bem no papel de Anna, mostrando que tem talento.
Milagres do Paraíso
Entre
os personagens menos centrais, destaque para a participação de Queen Latifah como a garçonete Angela,
e para o Dr Nurko de Eugenio Derbez. Ambos são personagens essenciais para a história
e trazem pitadas de bom humor e descontração, tornando o desenrolar do roteiro
mais leve e descontraído, proporcionando alguns alívios cômicos para uma
história que consegue ser bem triste.
Roteiro emocionante
Também
pelo nome, fica bem claro que Milagres
do Paraíso tem uma relação íntima com a religiosidade. Desde as primeiras
cenas, o longa já revela o engajamento da família Beam com a igreja católica e
sua participação bastante ativa nas atividades da comunidade cristã.
Por
isso, para quem gosta de histórias envolvendo religião, Milagres do Paraíso é um filme altamente recomendado. Traz um
roteiro que se entrelaça diretamente com discussões sobre fé, crença e
persistência e cenas inseridas especialmente para discutir a relação dos
personagens – e as pessoas que eles representam – e a vida religiosa.
Milagres do Paraíso
Por
outro lado, são justamente essas cenas em que a religião está mais presente que
podem incomodar um pouco quem não busca um filme cristão. Em alguns momentos,
não há como escapar de um discurso típico da missa de domingo. Mas, não são
muitas as cenas com esse enfoque e isso não invalida Milagres do Paraíso mesmo para quem não é católico ou não curte
muito o estilo pendendo para o Gospel.
O
longa é bastante sensível e tem um roteiro emocionante e envolvente, embora não
seja lá muito surpreendente. É possível se deixar cativar pelos personagens e
chorar muito com a história dos Beam, independente da sua crença religiosa.
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