FICHA TÉCNICA
Título Original: Awakenings
Ano do lançamento: 1990
Produção: EUA
Gênero: Biografia, Drama
Direção: Penny Marshall
Roteiro: Steven Zaillian
Classificação etária: 14 Anos
Sinopse: Bronx, 1969. Malcolm Sayer (Robin Williams) é um neurologista que conseguiu emprego em um
hospital psiquiátrico. Lá ele encontra vários pacientes que aparentemente estão
catatônicos, mas Sayer sente que eles estão só “adormecidos” e que se forem
medicados da maneira certa poderão ser despertados.
Assim
pesquisa bem o assunto e chega à conclusão de que a L-DOPA, uma nova droga que
já estava sendo usada para pacientes com o Mal de Parkinson, deve ser o
medicamento ideal para este casos. No entanto, ao levar o assunto para o
diretor, ele autoriza que apenas um paciente seja submetido ao tratamento.
Imediatamente Sayer escolhe Leonard Lowe (Robert
De Niro), que há décadas estava “adormecido”.
Gradualmente
Lowe se recupera e isto encoraja Sayer em administrar L-DOPA nos outros
pacientes, sob sua supervisão. Logo os pacientes mostram sinais de melhora e
também mostram-se ansiosos em recuperar o tempo perdido. Mas, infelizmente,
Lowe começa a apresentar estranhos e perigosos efeitos colaterais.
Na
década de 60 o doutor Malcolm Sayer (Robin
Williams), começou a trabalhar como neurologista no Hospital Berth Abraham,
no Bronx, em Nova Iorque. O local precisava de um médico e não achava
candidatos para cuidar dos doentes neurológicos. Sayer não tinha experiência,
mas quis a vaga. No começo, quase não se adaptava ao lugar, mas foi lá que
acabou se envolvendo com um grupo de pacientes que estavam em um estado de
transe profundo. Sayer descobriu que aqueles pacientes foram atingidos por uma
doença chamada encefalite letárgica, ou “doença do sono”, quando eram crianças.
Ele percebeu que o dano causado pela doença era semelhante ao de Parkinson e
como tal, não possuía cura, deixando-os catatônicos pelo resto da vida. Mas
havia uma grande chance de tratamento dos sintomas e foi nessa chance que ele
apostou alto.
Usando
medicamentos voltados para Parkinson, Sayer acabou usando o rapaz Leonard (Robert De Niro), que quando criança
teve a doença e sua vida foi completamente arrasada por ela, para iniciar um
tratamento experimental que permitiu que todos os doentes regressassem a vida.
A operação não foi fácil. Sayer precisou lutar contra o próprio ceticismo dos
outros médicos que não acreditavam que ele pudesse reverter aquela situação.
Ele começou com o apoio de uma das enfermeiras e, mais tarde, quando os estudos
começaram a dar resultados, os outros enfermeiros o ajudaram. Os problemas,
contudo, eram graves: o primeiro estava no fato de que os pacientes estavam
“dormindo” durante muitos anos e o resultado do uso da droga seria
imprevisível; o segundo era o fato de que não haviam estudos conclusivos o
bastante para saber se os pacientes mantinham suas atividades cerebrais ou se
tinham noções espaço temporais mesmo durante o período de inconsciência; por
fim, não se sabia se eles estavam preparados para o mundo lá fora depois de
muito tempo desacordados.
Tempo
de despertar é baseado na vida do doutor Oliver
Sacks e este caso inspirou-o a escrever em 1973 o livro “Awakenings”, que em 1990 seria adaptado
para o filme homônimo. O grande trunfo do filme não está apenas na maravilhosa
trama esperançosa e no roteiro excelente (indicado ao Oscar de Melhor Roteiro
Adaptado ao lado de Melhor Ator para De Niro e Melhor Filme) mas na dupla de
atores centrais em atuações excepcionais.
No
filme, Robin Williams, um ator que
conseguia transitar perfeitamente tanto em comédia quanto em drama, consegue
mimetizar toda a personalidade dessa figura ímpar, um homem tímido e solitário,
um tanto teimoso e esperançoso, que acreditou no que estava fazendo contra
todas as vontades, e que com persistência tentou mudar a vida daquelas pessoas,
passando por essa experiência fantástica para também “acordar” para a vida.
Williams vai com facilidade da expectativa a felicidade de fazer seus pacientes
despertarem, à frustração ao perceber que seu tratamento tem eficiência apenas
temporária.
Já
De Niro surge na tela completamente paralisado e sua mudança de comportamento
em três fases distintas do filme mostra do que esse ator, hoje subestimado por
muita gente, é capaz. É uma dessas atuações marcantes que volta e meia surgem
no cinema. Leonard é uma figura, como ele se define a certa altura, “grotesca”,
aos olhos das pessoas normais – mas ao mesmo tempo, fascinante, por possuir uma
chama dentro dele que ele se recusa a deixar apagar. A entrada de um interesse
amoroso na trama, cujo comportamento do rapaz mexe também com sua mãe,
justifica ainda mais a sua vontade de ser “normal” e de aproveitar a vida que
ele ainda tem. Mas uma regressão no seu quadro clínico o induz a ter tiques
nervosos e espasmos infindáveis, transformando Leonard em um psicótico que vira
um perigo não só para ele mas para outros pacientes, mas que não tira dele sua
clareza mental em saber de sua condição e a coragem para lutar contra ela.
É
impossível não se emocionar com a conversa de Williams e a mãe de Leonard,
antes de aceitar colocar o filho no tratamento, que lhe pergunta o que ele
teria de volta ao despertar naquele mundo – ou na cena em que os dois se
reencontram depois do começo do tratamento, quando Leonard sai de seu estado
catatônico. Ou cenas marcantes, como as protagonizadas pela velha Lucy. Há os
clichês básicos do gênero, como a trilha sonora melodramática e incisiva ou o
discurso final de lição de moral do doutor. Mas não há como negar que Sacks
mudou, mesmo que por alguns preciosos momentos, a vida daquelas pessoas para
melhor. E o cinema acabou ganhando de presente, assim, um dos filmes mais
tocantes de todos os tempos.
PRÊMIOS
OSCAR
Indicações: Melhor Filme, Melhor Ator – Robert De Niro, Melhor
Adaptado
GLOBO DE OURO
Indicação: Melhor Ator em Drama – Robin Williams
TRAILER