No
site BostonHerald.com foi publicado a
crítica da jornalista Liz Smith,
conhecida pela personalidade autoritária e por sua renomada influência nas
críticas em que publica.
Entretanto,
a jornalista fala sobre o novo álbum de Madonna,
Rebel Heart, e defende a Rainha do
Pop sobre as recentes acusações de racismo:
"Madonna pode ser muitas coisas, mas racista
é algo que certamente ela não é."
Confira
a tradução completa da crítica:
Madonna: uma rebelde constrangida?
Por Liz Smith
"É
um fato: o público odeia" reconhecer "o que lhe é familiar. Odeia ser
incomodado. Se choca com surpresas. O pior que pode acontecer a uma obra de
arte é não ter nenhuma falha, de modo que o seu autor não é obrigado a assumir
uma atitude de enfrentamento."
Mas, diante da afirmação de Cocteau, lembrei-me do fim de
semana, quando nossa amiga Madonna, de forma
absolutamente "artística", encontrou-se envolvida em mais uma polêmica.
A capa do seu próximo álbum, "Rebel Heart", que foi lançado em formato demo - forçando Madonna a
divulgar seis músicas com meses de antecedência - mostra a Rainha com um barbante amarrado no rosto,
enfatizando sua opinião sobre si mesma, como uma "rebelde" que foi reprimida e desacreditada (ela o conseguiu de modo mais convincente em seu famoso vídeo "Human
Nature", alguns anos atrás).
Seus fãs, em seguida, fizeram sua própria "rebel art" enviando fotos de Martin Luther King e Nelson Mandela com cordas em seus rostos. Madonna postou essas colaborações na rede e imediatamente se viu acusada de ser "racista" e, claro, uma egomaníaca, ousando comparar-se a King e a Mandela.
Madonna pode ser muitas
coisas, mas racista é algo que certamente ela não é. Ela já teve namorados
africanos e latino americanos e adotou duas crianças do Malauí, David e Mercy, crianças, aliás, que Madonna
não usou como acessórios em um desfile, como seus críticos insistiram que ela
faria na época dessas adoções.
Outros que Madonna tem "amarrado" são a princesa Diana,
Marilyn Monroe, Bob Marley e Jesus,
os quais, na sua opinião, combateram o bom
combate contra todas as adversidades.
Sobre as canções, três delas são
verdadeiramente lindas, com muitos traços
românticos da Madonna dos anos 80 e 90 (Ghosttown é particularmente comovente.). As outras três são dançantes . Não é minha praia. Há mais seis faixas para vir em março.
Quem disse isso
foi o dramaturgo, desenhista, artista e cineasta Jean Cocteau, em 1923. Encontrei esta observação, e dezenas de
outras, no fabuloso livro "Bohemians,
Bootleggers, Flappers & Swells: The Best of Early Vanity Fair".
Falarei mais sobre esta coleção de ensaios no final da semana.
Egomaníaca?
Digamos que ela tem uma boa dose de ego, misturada com um sentimento de
vitimização. Isso a torna exatamente igual a todas as grandes estrelas (ela
também é surpreendentemente vulnerável - mas você teria que conhecê-la muito
bem para saber isso). E neste mundo em que não se pensa antes de postar algo no
Facebook, Instagram ou Twitter, Madonna
não é mais cautelosa do que centenas de outras personalidades e milhões de
pessoas comuns. Madonna
agora tem que lidar com o ultraje falso de críticos, desculpando-se
por qualquer ofensa, refutando a acusação de ser racista e negando que ela
compara-se de alguma forma com King ou Mandela.
Alguns fãs de Madonna gostariam que ela mantivesse suas expressões artísticas em
segredo no estúdio de
gravação. Que bobagem! Por que ela deveria confinar-se ou confinar seu
trabalho? As seis músicas que ela foi forçada a
liberar foram direto para o #1 do iTunes em 40 países. Ela conseguiu fazer limonada dos limões.
Eu desejo que Madonna supere esse negócio de auto-referência, canções de caráter pessoal. Uma das novas é intitulada, "Bitch, I'm Madonna! Querida, sabemos que você é Madonna. E é provável que
ninguém se esqueça, nunca. Relaxe.