domingo, 17 de setembro de 2023

Crítica – The Great: 2ª Temporada

 

The Great, a série icônica de Tony McNamara, retornou para a sua 2ª temporada com muita irreverência, inovação e humor.

Esse novo ciclo trouxe os acontecimentos (não muito históricos) do nascimento do filho de Catarina, a Grande, chamado Paul, junto dos acontecimentos ao redor da Nova Rússia, agora sob o recente comando da imperatriz. A personagem de Elle Fanning precisa navegar a perda de seu grande amor, Leo, o nascimento de seu primeiro filho e as demandas políticas, as quais, agora, são de sua única e completa responsabilidade.

Peter, o personagem de Nicholas Hoult, passa por grandes provações, agora como soberano de sua esposa e pai, papel que, surpreendentemente, o ex-imperador consegue performar muito bem, talvez pela falta de uma figura paterna no seu próprio amadurecimento. Essa temporada trouxe um lado mais humano e reflexivo sobre qual lugar no mundo está reservado para o seu personagem, com uma evolução mais sentimental e menos prática, em desconforme com o “estilo russo” de ser, sempre muito falado na obra.

Hoult e Fanning entregam atuações impecáveis, com mais sofrimento e menos humor nos temas abordados neste ano, o qual conta, também, com a brilhante Gillian Anderson. A adição da atriz, que é mãe da Fanning, é certeira, por conta da semelhança física entre as duas e da química construída entre elas, resultando numa relação de peso, mesmo que em poucos episódios. Os demais atores e atrizes do elenco não ficam para trás, contribuindo para a série de maneira relevante e dentro da importância de cada um, com destaque para Belinda Bromilow, a qual trouxe uma sensibilidade e vulnerabilidade em conjunto a um rigor preciso da sua personagem.

A cenografia da série constrói uma Rússia já inexistente, mas que sempre passa uma aura colossal, com uma fidelidade visual belíssima. Os grandes palácios extremamente requintados, com muita atenção aos detalhes pela produção, são contrapostos com os campos vastos com abundância de verde e natureza, representando a Rússia rural do século XVIII na sua integralidade.

A figurinista Sharon Long, também presente na 1ª temporada da produção, trouxe uma nova perspectiva aos figurinos já usados, sempre obedecendo ao contexto histórico, região e marcos da narrativa. É possível ver a importância e a influência que as vestimentas tem dentro da narrativa, por meio de uma execução extraordinária, com destaque para todos os figurinos usados por Fanning no período de gravidez da sua personagem.

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