quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

As disputas, brigas e o desgaste, que separaram o Westlife depois de 14 anos no topo


Se tivesse visto os quarto rapazes bebendo, em canecas no bar do Hotel de Kuala Lumpur, você poderia ter pensado – se você não pudesse ver seus rostos – que eles eram apenas quatro amigos irlandeses, no exterior a trabalho, bebendo cerveja; conversando sobre ir pra casa, sobre suas famílias, esposas, companheiros e filhos que deixaram para trás, sobre o futuro.
O que você não poderia saber – mesmo se você pudesse ver seus rostos – era que esses quatro jovens homens, com canecas em suas mãos, tinham acabado de concordar em terminar a boyband mais bem sucedida em décadas.
Ao fazê-lo, eles estavam dando adeus a milhões de euros; fechando a conta para uma colaboração de 14 anos que os deu 14 singles #1, 44 milhões álbuns vendidos, 10 turnês esgotadas – e riquezas além do sonhado (como seu produtor uma vez os rotulou) ‘Alguns belos rostos e um apelido’.

Eles estavam, também, virando as costas pra um contrato de £5 milhões com a RCA, a gravadora gigante que também ostenta talentos como Alicia Keys e David Bowie. E claro, eles estavam partindo corações de milhões de fãs mundo afora.
Mas a verdade é que a separação do Westlife, enquanto é um choque para os seus fãs devotos, tem sido preparada há mais de um ano. O grupo vinha sendo destruído por preocupações sobre sua direção; uma pressão vinha sendo colocada entre eles pela gravadora de Simon Cowel, Syco; e eles vinham achando a separação entre eles e suas família cada vez mais insuportável. Apesar de todo o dinheiro, da adulação e das conquistas, Westlife, simplesmente, tinha tido o suficiente.
Enquanto todas as bandas experimentaram tensão e estresse em seus caminhos – U2 recentemente admitiu que quase se separou, durante as gravações de Achtung Baby, em 1991 – Westlife vinha se mostrando extremamente resistente. Eles resistiram facilmente à saída de Bryan Mcfadden… O fato de três dos membros - Shane Filan, Mark Feehily e Kian Egan – serem de Sligo criou entre eles um forte elo, sem nunca apontar o quarto integrante, Nicky Byrne, como um estranho. Eles ainda estavam lotando o Croke Park e seu brilho ofuscado ainda aparecia.
Durante 2010, de qualquer maneira, eles começaram a ter sérios problemas com sua gravadora de muito tempo, Syco – de propriedade de Simon Cowell, o mais poderoso homem no pop. Até o fato de eles serem empresariados por Louis Walsh, um amigo próximo de Cowel, com um parecido histórico, não ajudou.
Westlife sentiu que Cowel e seu selo tinham perdido interesse neles e que não estavam mais dispostos a colaborar com seus planos. A banda sentiu que seus dois últimos álbuns, Where We Are e Gravity, continham alguns de seus melhores trabalhos, tão bons que eles sentiam que haviam três singles em cada – mas a gravadora parecia não estar disposta a apoiá-los.
O primeiro lançamento, Safe, mancava nas paradas britânicas na décima posição, sua posição mais fraca já atingida. Beautiful Tonight foi anunciado como o segundo single, mas Cowell barrou qualquer novo lançamento.
‘Foi aí que as rachaduras começaram a se formar entre a banda’, disse uma fonte segura. Os quatro sentiam que Gravity era um álbum incrível, mas Cowell não lançaria mais nenhum single. Cowell sabia que as fãs de Westlife comprariam o album de qualquer maneira, então pra que gastar dinheiro em vídeos e promoções para singles? Era fevereiro e a turnê estava a caminho, mas apenas um single havia sido lançado.

‘Mark estava muito chateado com o ocorrido, tendo co-escrito quatro faixas,’ disse uma fonte. ‘Ele queria desesperadamente que o grupo assumisse o controle da Syco e deixou claro para os outros que se eles não partissem, a banda estaria condenada. Então eles ligaram para Louis Walsh e contaram a situação. O futuro da banda e suas amizades estavam em risco.’
Enquanto a banda começava a turnê pela Inglaterra no começo desse ano, a atmosfera entre eles tinha se deteriorado de uma tal forma que eles sequer deixavam seus camarins. Por causa do aumento das frustrações, os ânimos muitas vezes se perdiam antes dos shows, no backstage. Shane e Mark fretaram um avião para voar para casa cada noite após os shows – permitindo que voltassem para casa não importava o que acontecesse.

Nicky vinha gastando cada vez mais tempo trabalhando com a rádio 2FM e estava constantemente ocupado.
A girl band de Kian, Wonderland, - cujos membros incluíam sua esposa, Jodi Albert - estava em turnê com o Westlife, e a dupla responsabilidade exigia 20horas por dia do cantor, alimentando, ainda mais, o estresse.
Shane, por sua vez, estava preocupado com sua família e com sua filha começando a freqüentar a escola, em Sligo.

Às vezes, telefones tocando entre os membros terminavam em guerras, com Mark ameaçando sair em diversas vezes. Depois, em 14 de março, um acordo foi firmado com a gravadora, – e pareceu que a paz tinha se re-estabelecido. Depois de 10 anos com Simon Cowell. Westlife estava livre de seu contrato. Eles terminariam a turnê de Gravity e depois tornariam-se livres.
Os cantores tinham assumido controle de sua música e poderiam planejar seus próprios futuros. ‘Foi como uma transfusão de sangue para os quatro’, revela a fonte.
Dentro de dias, eles assinaram com outra gravadora, RCA – como a Syco, ainda parte da família Sony. Louis usou seus contatos para marcar uma reunião, e parecia que a sorte do grupo estava mudando. Enquanto o futuro da banda se tornava mais seguro, relações pareciam descongelar entre o grupo.

Em 25 de março eles tocaram no LG Arena, em Birmingham, um local em que eles já tinham tocado muitas vezes. Naquela noite eles se reuniram com a RCA para negociar os termos do álbum que seria o próximo passo do Westlife.
Enquanto Wonderland aquecia o publico, cinco executivos festejavam, enquanto ouviam atentamente Mark, Shane, Nicky e Kian discutindo sobre seu grande projeto. Louis esperava nervoso no telefone, ansioso para saber como tinha sido a reunião.
Cada membro da banda teria escolhido três musicas para o album, juntamente com suas quatro novas musicas. Essas faixas seriam trabalhadas com o produtor John Shanks, em LA e lançadas como três singles. Os executivos da gravadora acabaram com o estoque de toalhas de papel do local: às sete da noite, um acordo havia sido firmado – um álbum, uma turnê de grandes sucessos e depois um descanso de dois anos.

Shane sorridente não podia conter sua alegria enquanto falava do novo contrato, se afundando em sua cadeira do camarim, enquanto um largo sorriso tomava seu rosto.
‘É irreal e nós agora estamos na lua por termos fechado o acordo’ ele disse. ‘Nós ainda estamos negociando com a RCA os detalhes, mas assinamos com eles para um ‘Greatest Hits’. É um período de teste, pois não iremos assinar o destino de nossas vidas, a alguém que não conhecemos. Nós precisamos ver que essa é a decisão certa para o Westlife.’
Foi uma declaração que revelaria uma profecia – e uma que provava que o Westlife não era mais do tipo que se sentava e deixava que executivos gerenciassem suas vidas. A turnê de Gravity terminou com 4 shows lotados no O2 de Dublin, e logo após, a banda voou para LA e gravou suas novas faixas. Lighthouse, Beautiful World, Wide Open e Last Mile Of The Way.

Mark e Shane co-escreveram duas das musicas. Mas os presságios de Shane se intensificaram em julho, quando Loius Walsh recebeu uma ligação da RCA. A gravadora queria estender sua relação com Westlife – oferecendo um contrato de £5 milhões, para uma série de álbuns.
Louis estava em êxtase, mas a banda não. Com a intenção de seguir seus corações e seus próprios caminhos, Westlife viu uma desvantagem para o negócio.
‘Louis ligou para os rapazes para dar-lhes a notícia, esperando ouvir ansiedade’ um a fonte disse. ‘Mas o novo contrato previa que eles voltassem a gravar em 2012 e fizessem nova turnê em 2013’.
‘Eles estavam exaustos. Eles tinham decidido que dariam um tempo. A vida na estrada tinha mudado.  E enquanto as condições tinham melhorado muito - eles desfrutaram do melhor ônibus de tour, hotéis de cinco estrelas de primeira categoria e vôos - suas situações pessoais tinham alterado de maneira dramática. Eles não mais tinham vinte e poucos anos - eles tinham responsabilidades.

‘Eles estavam prestes a embarcar em uma turnê de seis semanas, ao extremo Oriente, e o pensamento de trabalho sólido para os próximos dois anos era muito para agüentar. Kian seria pai, Shane e Nicky sentiam desesperadamente a falta de suas famílias, Mark, cuja criação musical tinha o levado para diferentes direções musicais, estava interessado em fazer outros projetos.
Eles decidiram ligar para Louis e rejeitar a proposta. O empresário de muitos anos já tinha um pressentimento de que eles fariam exatamente isto. E ele também suspeitava do que aconteceria depois.
Depois de passar literalmente todas suas vidas adultas juntos, a banda de quatro membros estava disposta a se concentrar em suas próprias famílias e carreiras – esperando desfrutar de tempos particulares que não eram sempre ofuscados pelo lado profissional. Os rapazes começaram a se perguntar se deveriam continuar como uma banda. Shane já estava com saudades de casa quando um maníaco ameaçou sua família em Sligo, sua decisão foi cristalizada – ele queria abandonar o grupo.

Simultaneamente Mark, estava lidando com seu próprio maníaco. Ele foi obrigado a chamar a polícia britânica depois de ameaças terem sido feitas contra ele e seu parceiro, Kevin McDaid. Ele também queria desistir.
Kian não estava focado em se tornar um pai com sua esposa Jodi, e tinha acabado de arrumar um emprego como treinador no novo programas de talentos, da RTE, The Voice da Irlanda, ele também queria sair do grupo.
O prazo de Nicky como dj convidado na 2FM tinha chegado ao fim e ele recebeu diversas ofertas de trabalho por seu talento . Ele também sentia muita falta de casa,com saudades de sua esposa, Georgina e seus gêmeos, Jay e Rocco. Ele queria sair da banda.
Então, naquela fatídica noite em Kuala Lumpur no início deste mês, os amigos decidiram invocar o pacto que haviam feito quando Brian os deixou, em março de  2004. Eles haviam decretado que se um membro quisesse sair, eles iriam se separar. E agora que os quatro membros estavam dispostos a deixar o Westlife, a decisão era óbvia – e fácil.

‘Foi decisão deles, toda deles’ Louis disse ao the MoS. ‘Foi sempre assim com Westlife e eu tive que respeitar isto. Eles poderiam ter durado mais? Definitivamente. Eu gostaria que eles dessem um tempo e voltassem com um álbum de covers e uma turnê. Mas eles quiseram fazer outras coisas. Eles terminaram de sua maneira, e continuam muito amigos. Eles teriam durado mais? Quem sabe se isso aconteceria?’
‘Quando a notícia saiu essa semana, eu sei que os quatro ficaram chateados pela dor que causaram nos fãs. Mas ao menos ele serão capazes de dar a eles um adeus apropriado. E quem sabe o que acontecerá nisso tudo?

E mesmo que eles escolham não fazer nada além de aproveitar o conforto da vida familiar, eles ainda serão capazes de aumentar suas riquezas – e, a verdade é que aqueles cinco garotos de partes não famosas de um pequeno país chamado Irlanda, se tornaram a maior coisa desde os Beatles. Nada mal para ‘Alguns belos rostos e um apelido’.
Fonte: dailymail.co.uk
Créditos: Markevin.fan.org
Tradução: Team WestStBr

Um comentário:

  1. Sem duvidas nenhuma essa foi a materia mais completa que eu li sobre o fim do Westlife! Muito Obrigada por esse post! Tirou todas minhas duvidas, Westlife mesmo tendo terminado sempre serão a maior banda da historia da Irlanda!!! Os amrei enternamente!!!

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