Era
Uma Vez em… Hollywood, um dos grandes
sucessos de Quentin Tarantino antes mesmo de ser lançado nos cinemas já
causava alvoroço. O longa estava causando preocupações entre as pessoas, devido
a maneira que o diretor é conhecido, por contar histórias sangrentas e
violentas nas telonas – e o fato desse filme ser baseado em um acontecimento
real foi mais um motivo de inquietação para o público.
Apesar
de Tarantino ter impressionado a crítica internacional com o modo como recriou
a história, o caso Tate-LaBianca foi um dos eventos que horrorizaram Hollywood
nos anos 60 e, até hoje, causa calafrios em muita gente. Conheça a seguir o
triste episódio que deu inspiração a esse filme.
A
tragédia aconteceu no dia 9 de agosto de 1969, mais de 50 anos atrás, quando o
líder de uma seita hippie, que tinha princípios da supremacia branca, Charles
Manson, mandou quatro de seus mais fiéis seguidores (Charles “Tex” Watson,
Patricia Krenwinkel, Susan Atkins e Leslie Van Houten) à
casa alugada onde Sharon Tate, grávida de oito meses, e quatro de seus
amigos que a acompanhavam naquela noite, Abigail Folger, Wojciech
Frykowski e Jay Sebring (ex-namorado e cabeleireiro de Tate) se
reuniam. Porém, o alvo principal de Manson não era Sharon, e sim o produtor
musical Terry Melcher, que se recusou a trabalhar com Charles após um
conflito em um bar.
A
confusão toda foi iniciada um ano antes da catástrofe, em 1968, quando Manson
conheceu o vocalista e guitarrista da banda The Beach Boys, Dennis
Wilson, que o apresentou ao produtor musical Terry Melcher, que se
interessou pelo trabalho de Charles e se propôs a ajudá-lo a lançar um álbum e
até um documentário sobre a família Manson.
Porém,
após uma briga de bar muito feia entre Manson e um moço bêbado, onde Manson
berrou calamidades e até o ameaçou de morte, Melcher ficou horrorizado ao
presenciar a situação e decidiu desistir de fazer qualquer produção sobre
Manson
Apesar
disso, Charles Manson nunca superou esse “término” e decidiu voltar na
casa de Melcher para procurá-lo. No entanto, Terry já havia se mudado da casa
onde residia, pois só a tinha alugado por algumas semanas pra ficar com sua
esposa, e em seguida comprou uma casa definitiva em Malibu. Logo depois, o
renomado diretor Roman Polanski e a atriz Sharon Tate alugaram-na
para passar alguns dias enquanto Polanski viajava à Europa a negócios, e Tate
repousaria de uma gravidez de oito meses.
Manson
não acreditou ao conversar com o inquilino da casa para procurar Melcher,
quando lhe disse que o produtor havia se mudado, mandando então os quatro
membros de sua família (seita) para invadirem a residência e serem o mais
cruéis possíveis com todos que lá estivessem presentes.
E
assim foi feito: Jay Sebring levou um tiro e sete facadas; Abigail
Folger, apesar de tentar fugir, levou 28 facadas; seu namorado, Wojciech
Frykowski, tentou brigar com uma das assassinas, porém Tex o parou com
severas coronhadas com a arma em sua cabeça, quebrando até o gatilho da mesma
e, encerrando com 51 facadas em seu corpo; e por fim, Sharon Tate foi
assassinada com 16 facadas (muitas delas na barriga), apesar de implorar por
sua vida e pela de seu bebê.
Na
noite seguinte, os assassinos voltaram aos arredores do primeiro massacre e
mataram os donos de um mercado por perto, Leno e Rosemary LaBianca,
terminado o trágico caso.
Anos
após o ocorrido, Manson ainda comentou que o genocídio era necessário para
evitar o apocalipse. Essa ideia apocalíptica teria vindo de uma música dos Beatles,
“Helter Skelter”, a qual Manson acreditava conter mensagens subliminares
que contavam que o apocalipse estava chegando, sendo ele o único ser vivo na
Terra que tinha entendido o aviso, e assim precisava cometer esses crimes para
depois emergir como um líder social por um único motivo: sua cor de pele ser
branca.
Isso
ainda levou aos assassinos a escreverem palavras com os sangues das vítimas nas
portas e paredes dos locais dos delitos, rabiscando os termos “Pigs” (porcos),
“War” (guerra) e “Helter Skelter”.
Dessa
forma, o filme mostra o momento de ascensão de Sharon na década de sessenta
que, infelizmente, ficou mais conhecida por seu triste fim do que pelos seus
trabalhos em si, e uma parte ficcional escrita pelo próprio Tarantino sobre um
ator, Rick Dalton, e seu dublê, Cliff Booth, tentando reemergir
no cinema durante o final da década de ouro em Hollywood.
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