quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

A história real por trás de “Era Uma Vez em… Hollywood”

 

Era Uma Vez em… Hollywood, um dos grandes sucessos de Quentin Tarantino antes mesmo de ser lançado nos cinemas já causava alvoroço. O longa estava causando preocupações entre as pessoas, devido a maneira que o diretor é conhecido, por contar histórias sangrentas e violentas nas telonas – e o fato desse filme ser baseado em um acontecimento real foi mais um motivo de inquietação para o público.

Apesar de Tarantino ter impressionado a crítica internacional com o modo como recriou a história, o caso Tate-LaBianca foi um dos eventos que horrorizaram Hollywood nos anos 60 e, até hoje, causa calafrios em muita gente. Conheça a seguir o triste episódio que deu inspiração a esse filme.

A tragédia aconteceu no dia 9 de agosto de 1969, mais de 50 anos atrás, quando o líder de uma seita hippie, que tinha princípios da supremacia branca, Charles Manson, mandou quatro de seus mais fiéis seguidores (Charles “Tex” Watson, Patricia Krenwinkel, Susan Atkins e Leslie Van Houten) à casa alugada onde Sharon Tate, grávida de oito meses, e quatro de seus amigos que a acompanhavam naquela noite, Abigail Folger, Wojciech Frykowski e Jay Sebring (ex-namorado e cabeleireiro de Tate) se reuniam. Porém, o alvo principal de Manson não era Sharon, e sim o produtor musical Terry Melcher, que se recusou a trabalhar com Charles após um conflito em um bar.

A confusão toda foi iniciada um ano antes da catástrofe, em 1968, quando Manson conheceu o vocalista e guitarrista da banda The Beach Boys, Dennis Wilson, que o apresentou ao produtor musical Terry Melcher, que se interessou pelo trabalho de Charles e se propôs a ajudá-lo a lançar um álbum e até um documentário sobre a família Manson.

Porém, após uma briga de bar muito feia entre Manson e um moço bêbado, onde Manson berrou calamidades e até o ameaçou de morte, Melcher ficou horrorizado ao presenciar a situação e decidiu desistir de fazer qualquer produção sobre Manson

Apesar disso, Charles Manson nunca superou esse “término” e decidiu voltar na casa de Melcher para procurá-lo. No entanto, Terry já havia se mudado da casa onde residia, pois só a tinha alugado por algumas semanas pra ficar com sua esposa, e em seguida comprou uma casa definitiva em Malibu. Logo depois, o renomado diretor Roman Polanski e a atriz Sharon Tate alugaram-na para passar alguns dias enquanto Polanski viajava à Europa a negócios, e Tate repousaria de uma gravidez de oito meses.

Manson não acreditou ao conversar com o inquilino da casa para procurar Melcher, quando lhe disse que o produtor havia se mudado, mandando então os quatro membros de sua família (seita) para invadirem a residência e serem o mais cruéis possíveis com todos que lá estivessem presentes.

E assim foi feito: Jay Sebring levou um tiro e sete facadas; Abigail Folger, apesar de tentar fugir, levou 28 facadas; seu namorado, Wojciech Frykowski, tentou brigar com uma das assassinas, porém Tex o parou com severas coronhadas com a arma em sua cabeça, quebrando até o gatilho da mesma e, encerrando com 51 facadas em seu corpo; e por fim, Sharon Tate foi assassinada com 16 facadas (muitas delas na barriga), apesar de implorar por sua vida e pela de seu bebê.

Na noite seguinte, os assassinos voltaram aos arredores do primeiro massacre e mataram os donos de um mercado por perto, Leno e Rosemary LaBianca, terminado o trágico caso.

Anos após o ocorrido, Manson ainda comentou que o genocídio era necessário para evitar o apocalipse. Essa ideia apocalíptica teria vindo de uma música dos Beatles, “Helter Skelter”, a qual Manson acreditava conter mensagens subliminares que contavam que o apocalipse estava chegando, sendo ele o único ser vivo na Terra que tinha entendido o aviso, e assim precisava cometer esses crimes para depois emergir como um líder social por um único motivo: sua cor de pele ser branca.

Isso ainda levou aos assassinos a escreverem palavras com os sangues das vítimas nas portas e paredes dos locais dos delitos, rabiscando os termos “Pigs” (porcos), “War” (guerra) e “Helter Skelter”.

Dessa forma, o filme mostra o momento de ascensão de Sharon na década de sessenta que, infelizmente, ficou mais conhecida por seu triste fim do que pelos seus trabalhos em si, e uma parte ficcional escrita pelo próprio Tarantino sobre um ator, Rick Dalton, e seu dublê, Cliff Booth, tentando reemergir no cinema durante o final da década de ouro em Hollywood.

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