Foi
uma noite de surpresas. Terminou já pela madrugada, no início da manhã desta
segunda-feira (25) aqui no Brasil, a cerimônia de entrega do Oscar 2019, o maior reconhecimento do
cinema.
Os
longa mais premiado da noite foi “Bohemian
Rhapsody“, produção que conta a história de Freddie Mercury em seus anos à frente do Queen. No total foram quatro estatuetas, entre elas a de Melhor
Ator, abocanhada por Rami Malek. Em
seu discurso, o intérprete ressaltou mais uma vez a importância da figura do
líder da banda, morto em 1991, e das minorias às quais pertencia.
“Fizemos um filme sobre um homem gay, um
imigrante que viveu sua vida como ele mesmo, sem qualquer arrependimento. Nós
estamos precisando de estórias como esta”.
Ah,
e por falar em Queen, os membros
remanescentes da banda foram os anfitriões e arrasaram no ato de abertura,
provando por que ainda hoje a banda é uma das maiores. Com um medley de
clássicos, Brian May, John Deacon e Roger Taylor surgiram acompanhados de Adam Lambert, que reviveu duas das maiores canções da banda,
eternizadas nos anais da história: “We
Will Rock You” e “We Are The
Champions”.
Em
segundo lugar no número de estatuetas conquistadas rolou empate: “Pantera Negra” levou Melhor Figurino,
Melhor Direção de Arte e Melhor Design de Produção. Uma verdadeira glória, já
que o filme fez história ao se tornar a primeira produção da Marvel a vencer o Oscar.
Além
disso, a produção consagrou a designer Hannah
Beachler como a primeira mulher negra da história a levar um Oscar na
categoria. O discurso dela foi comovente e, além de sublinhar a importância da
representatividade na arte, também trouxe uma mensagem de persistência:
“Eu dou a força para todos aqueles que virão
em seguida. Para continuar. Para nunca desistir. Quando você achar que é
impossível, lembre-se de repetir este conselho: “Eu fiz o meu melhor e meu
melhor é bom o suficiente”.
“Green Book“, por sua vez, ficou com o
principal reconhecimento da noite, o de Melhor Filme, além de Melhor Roteiro
Original e Melhor Ator Coajuvante, que foi para Mahershala Ali. Já “Roma“,
que detinha o maior número de indicações (eram dez no total) ficou com Melhor
Fotografia, Melhor Filme em Língua Estrangeira e Melhor Direção.
Por
falar nesta última, uma surpresa: na hora da revelação, quem subiu ao palco foi
o também mexicano Guillhermo Del Toro.
Além de vencer o mesmo prêmio no ano passado, Del Toro é um grande amigo de Alfonso Cuarón, que fez bonito em 2019,
e quis fazer a gentileza de cumprimentá-lo <3
A
vitória de Cuarón simbolizou a importância do México no mercado cinematográfico
estadunidense. É que das últimas seis estatuetas entregues por Melhor Diretor,
CINCO foram para cineastas nascidos no País.
Na
hora dos agradecimentos, além de agradecer a sua terra natal pela inspiração,
Cuarón se disse igualmente grato à Academia por reconhecer um filme centrado em
uma mulher indígena e que exerce a função de empregada doméstica. Segundo ele,
seu trabalho como artista deve ser olhar para lugares esquecidos.
Apesar
de tudo ter se saído bem, a gente ficou um pouco triste pela Glenn Close. Ela foi vestida de
estatueta pra dar sorte (brincadeira, gente, o look tava maravilhoso!), mas não
foi desta vez que conseguiu levar um Oscar pra casa. Ela estava indicada a
Melhor Atriz, mas perdeu para Olivia
Colman, que concorria por “A
Favorita”.
A
estreante Lady Gaga, que também foi
desbancada ao lado da lenda do cinema, ao contrário, não saiu de mãos abanando.
Ela ficou com o prêmio de Melhor Canção Original por “Shallow”, por “Nasce Uma
Estrela” – a única categoria em que o filme venceu.
Com
o microfone em mãos e ao lado de Mark
Ronson, Gaga fez um discurso emotivo e destacou a importância de acreditar
nos próprios sonhos e disse que essa conquista mais a ver com a sua resiliência
do que com qualquer outra coisa.
“Se você estiver em casa, no sofá, vendo a
cerimônia, quero que saiba que isso não é sobre ganhar, é sobre não desistir.
Se você tem um sonho, acredite nele”.
Ela
também cantou e olha… a gente ficou até sem ar quando viu Bradley Cooper tomar sua mão ainda na platéia e subir rumo ao
palco. Ao fundo, os acordes inconfundíveis da faixa no violão. Um dos momentos
mais memoráveis e tocantes da edição.
Outro
filme badaladíssimo que saiu vitorioso hoje foi “Infiltrado na Klan“, que deu a Spike
Lee seu primeiro Oscar, na categoria Melhor Roteiro Adaptado. Assim como
aconteceu com os amigos Del Toro e Cuarón, quem foi chamado ao palco para
entregar a honraria foi seu amigo de longa data, Samuel L. Jackson.
Momento
fofo: com tantas pautas sociais importantes nos filmes premiados, quem também
trouxe um recado sobre o peso do reconhecimento às diferenças foi o produtor de
“Homem-Aranha no Aranhaverso”,
vencedor do prêmio de Melhor Animação.
Em
sua fala, Chris Miller disse que o
mais importante para ele, além de ter ganho um Oscar, era ouvir do público
infantil o quanto sua narrativa era capaz de representá-los e empoderá-los.
E
por último, mas não menos importante, lembra que a gente comentou que esta
edição não teria apresentador? Isso não acontecia desde 1989 e para o Oscar
2019, a equipe organizadora lidou bem com a situação.
Além
dos convidados que se revezaram e cuidaram da função, foi convidado um trio de
comediantes. Amy Poehler, Tina Fey e Maya Rudolph divertiram a plateia, quebraram o gelo e até cantaram
um pouquinho de “Shallow”.
Foi
algo preditivo de uma noite relativamente calma hahahah
Vem
ver a lista completa de vencedores:
Melhor Filme - Green Book
Melhor Direção - Alfonso Cuaron – Roma
Melhor Ator - Rami Malek – Bohemian Rhapsody
Melhor Atriz - Olivia Colman – A Favorita
Melhor Ator Coadjuvante - Mahershala Ali – Green Book
Melhor Atriz Coadjuvante - Regina King – If Beale Street Could Talk
Melhor Filme Estrangeiro - Roma – México
Melhor Animação em Curta-Metragem - BAO
Melhor Animação - Homem-Aranha no Aranhaverso
Melhor Roteiro Adaptado - Infultrado na Klan
Melhor Roteiro Original - Green Book
Melhor Fotografia - Roma
Melhor Trilha Sonora - Pantera Negra
Melhor Design de Produção - Pantera Negra
Melhor Canção Original - Shallow – Nasce Uma Estrela
Melhor Direção de Arte - Pantera Negra
Melhor Montagem - Bohemian Rhapsody
Melhor Figurino - Pantera Negra – Ruth Carter
Melhor Curta-Metragem de Ficção - Skin
Melhor Mixagem de Som - Bohemian Rhapsody – Paul Massey, Tim Cavagini e John
Casali
Melhor Edição de Som - Bohemian Rhapsody
Melhores Efeitos Visuais - O Primeiro Homem
Melhor Documentário em Longa-Metragem
- Free Solo
Melhor Documentário em Curta-Metragem
- Absorvendo o Tabu
Melhor Maquiagem e Cabelo - Vice
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