A
história conta a jornada de um time de futebol feminino que, durante o ensino
médio, sobreviveu a um acidente de avião no distante deserto de Ontário. Criada
por Ashley Lyle e Bart Nickerson (Narcos), a série mistura
terror psicológico e drama em uma história de sobrevivência.
25
anos depois, acompanhamos uma equipe complicada, mas talentosa se transformar
em um clã selvagem, enquanto tentam reconstruir suas vidas como mulheres
adultas. Elas percebem que o passado é difícil de ser ignorado e o que começou
na floresta está longe de ter um fim.
A
série é dividida em dois tempos: passado do grupo, em 1996, ilhado em uma
floresta após o acidente e outra no presente, em 2021, vinte e cinco anos após
o acidente, com os sobreviventes levando suas vidas normalmente. Ou melhor,
tentando levar uma vida normal, porém os mistérios de um passado recente voltam
o tempo todo. E a gente com o tempo, vai entendendo que a história tem mais
camadas do que parece.
A
primeira temporada é bem focada nos mistérios, afinal, logo na primeira cena
acontece algo chocante que norteia toda a série. No término da segunda
temporada, algumas foram explicadas, mas ainda tem muita coisa para se
desenrolar.
O
que pode ser algo bom, mas temo que isso se torne um novo Lost e que no
final não entregue algo que satisfaça um grande público. Por outro lado, apesar
do sucesso de crítica e de prêmios, ela passa batida por um grande público.
Mas
não se engane, Yellowjackets não é uma série para você se divertir, ela
é tensa e com toques de rebeldia, o que torna mais interessante a cada
episódio.
Apesar
de existir uma grande diferença entre as duas temporadas, com uma primeira
focada na apresentação dos personagens e os mistérios, a segunda foca no
subconsciente das protagonistas que através de alucinações e flashbacks a
história começa a se desenrolar. A narrativa é puramente focada no “não em
‘o que’ aconteceu, mas ‘por quê’”. E isso se torna o DNA da história. Não
contarei nenhum spoiler.
Já
adianto que a primeira temporada é melhor que a segunda, mas a ansiedade para
uma terceira é imediata, apesar das ressalvas, acredito que uma terceira seria
perfeita para o desfecho. Não vejo tanta história para muitas temporadas.
Se
tem algo que eu poderia chamar a atenção negativamente, é que em alguns
episódios, o contraponto dos dois elencos cansam. Em certos momentos, a
história no passado parece muito mais interessante do que na atualidade. Em
outros, voltar para o passado se torna exaustivo e a ansiedade para as
primeiras respostas tornam a experiência um pouco cansativa. Mas não se engane,
nada disso atrapalha no resultado final.
Elenco
De
longe, não me recordo de uma série com um elenco tão bom e encaixado como nesta
série. Se o roteiro conta uma história com camadas profundas, o elenco consegue
transpor com toda veracidade, o que torna a imersão quase que instantânea.
Tem
uma similaridade absurda entre as atrizes do passado com o presente, assim o
casting foi escolhido perfeitamente. O destaque de dois nomes que assim como no
contexto da série, fizeram muito sucesso nos anos 90.
A
série resgatou as atrizes Christina Ricci e Juliette Lewis. Além
de nomes como Ella Purnell (Jackie), Sophie Nélisse (Shauna), Sophie
Thatcher (Natalie), Jasmin Savoy Brown (Taissa), Liv Hewson
(Van), Samantha Hanratty (Misty) e Lottie (Courtney Eaton). Elas
carregam a história com maestria.
Premiações
Se
eu te falar que a história é interessante e o elenco é afinado e mesmo assim
ainda não te convenci, segue alguns prêmios que a série levou ano passado e
tende a receber ano que vem com a segunda temporada. No Emmy de 2022,
vale a indicação de Melhor Elenco em Série Dramática e ainda destacou Lynskey e
Ricci, que disputaram Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante, respectivamente.
Além
das indicações de Melhor Série Dramática, Melhor Direção e Melhor Roteiro, é
justo dizer que a produção caiu nas graças da crítica e do público nos EUA. Critics&Choice
Television Award de melhor atriz em série dramática. Além das menções no Artios
Awards.
Apesar
da Paramount + ainda não ser tão popular no Brasil, o streaming possui
um catálogo bem interessante e que cresce cada dia mais em conteúdo e
qualidade.
Acredito
que vem forte para os próximos anos, ainda mais com algumas decisões
equivocadas e preços cada vez mais abusivos, a gente vai começar a filtrar
melhor o que realmente compensa assinar. Yellowjackets é uma das
melhores séries da atualidade e merece sua atenção!
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