Cheia
de intrigas, dramas e muito romance, “Amor Perfeito“, obra escrita por Duca
Raschid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr. com direção
artística de André Câmara, marca o retorno de Camila Queiroz à
emissora carioca, após um conturbado momento entre a atriz e o canal, no final
das gravações de “Verdades Secretas 2“, em novembro de 2021.
Além
disso, um dos trunfos da produção, também, é a volta de Mariana Ximenes
ao papel de uma vilã, depois de doze anos. Sua última megera foi a vilã Clara,
em “Passione“
Livremente
inspirada no clássico “Marcelino pão e vinho”, de José María Sánchez
Silva, publicada pela primeira vez no começo dos anos 1950, a obra apresenta
uma trama ambientada na cidade fictícia de Águas de São Jacinto, em Minas
Gerais, no final dos anos de 1930 e início de 1940.
Tendo
o amor como pilar central, a novela explora todas as formas e interações que
esse sentimento pode trazer. “É o lugar que a gente escolheu para falar de
um amor maior, pela humanidade, pais e filhos… É um momento que a gente precisa
falar sobre esse sentimento. A gente se colocou o desafio de construir uma
novela brasileira em essência”, afirmou Duca, uma das autoras, em coletiva
de imprensa virtual.
Apesar
de ser inspirada em um grande sucesso da literatura, foram necessárias inúmeras
alterações no enredo. “A primeira ideia da novela foi Marcelino. Sentimos
que tinha uma semente muito bacana. Tinha um fio que era precioso, muito bom
para uma novela. Mas, o filme e livro não tem uma estrutura de folhetim”,
comentou Júlio Fischer aos jornalistas.
Acolhido
desde os primeiros dias de vida pelos religiosos da Irmandade de São Jacinto
dos Clérigos, Marcelino (Levi Asaf), de apenas oito anos, sonha em
conhecer sua mãe, a jovem Maria Elisa, a Marê (Camila Queiroz). Já Marê
que sonhava em cuidar do filho, teve seus planos interrompidos pela ambição da
madrasta Gilda (Mariana Ximenes). Vai dar o que falar!
Sofrendo
mais que a Juliette
Inicialmente,
a história apresenta o encontro entre Marê, uma moça rica, estudante de
Administração e Finanças, e o jovem médico Orlando, que acabam se apaixonando.
Noiva de Gaspar (Thiago Lacerda), filho mais velho do prefeito Anselmo (Paulo
Betti) e da primeira-dama Cândida (Zezé Polessa), Marê contraria os
desejos do pai, o empresário Leonel Rubião (Paulo Gorgulho), para viver
esse amor.
Mas,
como tudo sempre pode piorar, a morte trágica do pai e a ação da madrasta para
culpá-la faz com que Maria Elisa seja presa injustamente. Porém, a jovem já
estava grávida de Orlando e não consegue criar a criança.
Nasce
a partir daí o desejo e força para ir em busca do seu filho desaparecido. “Eu
não sou mãe, então também descubro (a relação) fazendo. A Marê tem essa coisa
de descobrimento. É a força mais potente que existe dentro dela”, comentou
Camila.
Acreditando
em algumas fake news, o médico fica completamente desmotivado e decide ir
embora do país ao descobrir um segredo do passado que envolve sua família e de
sua amada.
Estética
Para
a construção da novela, os autores tiveram um cuidado especial com os recursos
visuais do folhetim. Com algumas inspirações, como a série “Bridgerton“,
da Netflix, a novela vai além e apresenta como base a própria história
do Brasil, muitas vezes, desconhecida.
“A
gente começa pelo fato de que o nosso Marcelino (Levi Asaf), na nossa
versão, é um menino negro. Isso já norteia todo o desenvolvimento da história”,
apontou Fischer. “A gente decidiu mostrar uma elite negra que sempre
existiu, mas que foi apagada. Vamos falar de racismo também, mas os personagens
não estão lá para serem afetados pelo racismo”, complementou Duca.
“Esteticamente,
também, a gente está obedecendo a referências históricas. É uma cidade
ficcional, sim, mas não é uma cidade fantasiosa. É uma cidade que bebe muito da
realidade que a gente absorveu em pesquisa. Temos referências quase
absolutamente desconhecidas da nossa chamada elite intelectual”, finalizou Júlio
Fischer.
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