segunda-feira, 20 de março de 2023

“Amor Perfeito”: novela das 18h traz o retorno de Camila Queiroz, a volta de Mariana Ximenes à vilania e elite negra brasileira

 

Cheia de intrigas, dramas e muito romance, “Amor Perfeito“, obra escrita por Duca Raschid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr. com direção artística de André Câmara, marca o retorno de Camila Queiroz à emissora carioca, após um conturbado momento entre a atriz e o canal, no final das gravações de “Verdades Secretas 2“, em novembro de 2021.

Além disso, um dos trunfos da produção, também, é a volta de Mariana Ximenes ao papel de uma vilã, depois de doze anos. Sua última megera foi a vilã Clara, em “Passione

Livremente inspirada no clássico “Marcelino pão e vinho”, de José María Sánchez Silva, publicada pela primeira vez no começo dos anos 1950, a obra apresenta uma trama ambientada na cidade fictícia de Águas de São Jacinto, em Minas Gerais, no final dos anos de 1930 e início de 1940.

Tendo o amor como pilar central, a novela explora todas as formas e interações que esse sentimento pode trazer. “É o lugar que a gente escolheu para falar de um amor maior, pela humanidade, pais e filhos… É um momento que a gente precisa falar sobre esse sentimento. A gente se colocou o desafio de construir uma novela brasileira em essência”, afirmou Duca, uma das autoras, em coletiva de imprensa virtual.

Apesar de ser inspirada em um grande sucesso da literatura, foram necessárias inúmeras alterações no enredo. “A primeira ideia da novela foi Marcelino. Sentimos que tinha uma semente muito bacana. Tinha um fio que era precioso, muito bom para uma novela. Mas, o filme e livro não tem uma estrutura de folhetim”, comentou Júlio Fischer aos jornalistas.

Acolhido desde os primeiros dias de vida pelos religiosos da Irmandade de São Jacinto dos Clérigos, Marcelino (Levi Asaf), de apenas oito anos, sonha em conhecer sua mãe, a jovem Maria Elisa, a Marê (Camila Queiroz). Já Marê que sonhava em cuidar do filho, teve seus planos interrompidos pela ambição da madrasta Gilda (Mariana Ximenes). Vai dar o que falar!

 

Sofrendo mais que a Juliette

Inicialmente, a história apresenta o encontro entre Marê, uma moça rica, estudante de Administração e Finanças, e o jovem médico Orlando, que acabam se apaixonando. Noiva de Gaspar (Thiago Lacerda), filho mais velho do prefeito Anselmo (Paulo Betti) e da primeira-dama Cândida (Zezé Polessa), Marê contraria os desejos do pai, o empresário Leonel Rubião (Paulo Gorgulho), para viver esse amor.

Mas, como tudo sempre pode piorar, a morte trágica do pai e a ação da madrasta para culpá-la faz com que Maria Elisa seja presa injustamente. Porém, a jovem já estava grávida de Orlando e não consegue criar a criança.

Nasce a partir daí o desejo e força para ir em busca do seu filho desaparecido. “Eu não sou mãe, então também descubro (a relação) fazendo. A Marê tem essa coisa de descobrimento. É a força mais potente que existe dentro dela”, comentou Camila.

Acreditando em algumas fake news, o médico fica completamente desmotivado e decide ir embora do país ao descobrir um segredo do passado que envolve sua família e de sua amada. 

 

Estética

Para a construção da novela, os autores tiveram um cuidado especial com os recursos visuais do folhetim. Com algumas inspirações, como a série “Bridgerton“, da Netflix, a novela vai além e apresenta como base a própria história do Brasil, muitas vezes, desconhecida.

A gente começa pelo fato de que o nosso Marcelino (Levi Asaf), na nossa versão, é um menino negro. Isso já norteia todo o desenvolvimento da história”, apontou Fischer. “A gente decidiu mostrar uma elite negra que sempre existiu, mas que foi apagada. Vamos falar de racismo também, mas os personagens não estão lá para serem afetados pelo racismo”, complementou Duca.

“Esteticamente, também, a gente está obedecendo a referências históricas. É uma cidade ficcional, sim, mas não é uma cidade fantasiosa. É uma cidade que bebe muito da realidade que a gente absorveu em pesquisa. Temos referências quase absolutamente desconhecidas da nossa chamada elite intelectual”, finalizou Júlio Fischer.

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