segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

“Era Uma Vez em… Hollywood”, Ellen DeGeneres e mais: os grandes vencedores do Golden Globes 2020

A primeira grande premiação do calendário anual, o Golden Globes, rolou neste domingo (5) e o clima da noite foi dividido entre várias atmosferas: a primeira delas, logo de cara, foi relativa à tentativa de divertir o público com piadas prontas. Mas não foi só isso! Não faltaram também surpresas, algo que toda premiação deve ter, e momentos marcados pela seriedade, muito em virtude dos discursos, volta e meia políticos.

Era Uma Vez em… Hollywood”, de Quentin Tarantino, foi o filme mais premiado da noite ficando com três estatuetas, incluindo a de Melhor Filme de Comédia ou Musical. Logo atrás vieram “1917”, uma surpresinha agradável, “Coringa” e “Rocketman”, que voltaram pra casa com dois troféus cada um. Houve um grande esnobado? Sem dúvida “O Irlandês”, que apesar de ser favorito não levou nenhuma das 5 categorias às quais seu nome estava incluso.

Já quando o assunto foi séries, a disputa foi mais equilibrada. “Succession”, “Fleabag” e “Chernobyl” abocanharam dois prêmios cada uma.

Apesar de o comediante Ricky Gervais, host da noite, ter iniciado as atividades do evento com um discurso sarcástico, brincando inclusive com a escolha dos organizadores de servirem um jantar vegano, foram as falas em prol dos incêndios florestais na Austrália e do cuidado com o meio ambiente que mais chamaram a atenção de quem estava em casa. Uma das primeiras a se pronunciar sobre o fogo foi Jennifer Aniston, que concorria ao prêmio de Melhor atriz em série de Drama por “The Morning Show”.

Precisamos usar energia renovável e respeitar o planeta como um lugar único para que possamos ter um lugar único”.

Outros nomes como Laura Dern, que também saiu vitoriosa, e Ellen DeGeneres, grande homenageada da noite, também tocaram no assunto. Ellen, aliás, fez um discurso super divertido ao receber o Carol Burnett Award, oferecido pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. A honraria, entregue pela primeira vez a uma artista, é uma forma de reconhecer suas contribuições e impacto na TV.

Após ter sido recebida de pé pela platéia, DeGeneres, que estava acompanhada da esposa, a atriz Portia de Rossi, relembrou os desafios de sua carreira de maneira bastante otimista, começando como atriz de sit-coms e depois, em um segundo momento, como apresentadora talk shows.

Tudo o que eu quero fazer é que as pessoas se sintam bem e sorriam, não tem coisa melhor do que saber que eu fiz pessoas ficarem bem como o meu programa. É importante que o público o veja e se inspire a fazer o mesmo em suas vidas. A fazer os outros rirem, a ser bom. Esse é o poder da televisão”.

Quem também recebeu homenagem nesta noite foi Tom Hanks, que voltou pra casa com o prêmio Cecil B. DeMille, uma espécie de distinção honorária dada anualmente a quem contribuiu de forma significativa ao longo da sua carreira no mundo do entretenimento.

Visivelmente emocionado, Hanks refletiu em seu discurso de aceitação sobre sua longa carreira, mas sem perder o bom humor: “Juro por Deus, a vocês de casa, não estou chorando. É um resfriado”. O ator também agradeceu à família, que tava ali pertinho acompanhando tudo, mas também citou vários colegas com quem disse ter aprendido um punhado de coisas.

Eu aprendi muito com pessoas com quem já trabalhei. Pessoas estas que só precisam de um nome para serem reconhecidas como Meryl, Denzel, Antonio, Meg, Julia… Fui aprimorando assistindo exemplos de alguns dos maiores atores que já subiram a este palco. São esses momentos como ator em que todos com quem já trabalhei me ajudaram a chegar a esse lugar que me fazem pensar que às vezes são três horas da manhã e às vezes são 11 da noite, mas você só precisa, de alguma maneira, juntar tudo e confiar no processo”.

Ainda sobre os discursos, o diretor de “Parasita”, o coreano Bong Joon-ho, fez bonito ao subir ao palco. Foi dele uma das falas mais fortes da noite. O longa, que narra a história de uma família obcecada por ascensão social, foi o vencedor da categoria Melhor Filme Estrangeiro.

 Assim que você romper a barreira da legenda, você será apresentado a muitos mais filmes incríveis

O discurso da Michelle Williams, vencedora de Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV, emocionou o Golden Globes. A atriz, que está grávida, discursou a favor dos direitos das mulheres levantando sutilmente a questão do aborto. Ela ainda convocou as americanas a votar, sugerindo que as eleições são uma oportunidade de colocar em prática o respeito aos seus próprios interesses.

Mulheres, votem nos seus próprios interesses. É o que os homens fazem há anos

Por parte do público não faltaram críticas quanto à ausência de indicados negros, mulheres e LGBTQ+ (Billy Porter, a gente queria você!!!). Em meio aos comentários que pipocaram nas redes sociais, uma vitória importante para os fãs de “Coringa”: foi com o longa que uma mulher, a islandesa Hildur Guðnadóttirm, venceu pela primeira vez o Golden Globe de Melhor Trilha Sonora. Um trabalho impecável, vale dizer!

Quem também fez bonito foi a dupla Elton John e Bernie Taupin, que em 52 anos de parceria ganhou nesta noite seu PRIMEIRO prêmio juntos. Com “Rocketman” eles venceram a categoria Melhor Canção Original Para Filme com “I’m Gonna Love Me Again”.


O ano tá só começando, mas se liga na lista completa de vencedores desta edição:

Cinema

Melhor Filme de Drama: “1917”
Melhor Ator em Filme de Drama: Joaquin Phoenix, por “Coringa”
Melhor Atriz em Filme de Drama: Renée Zellweger, por “Judy: Muito Além do Arco-Íris”
Melhor Filme de Comédia ou Musical: “Era uma Vez em… Hollywood”
Melhor Ator em Filme de Comédia ou Musical: Taron Egerton, por “Rocketman”
Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical: Awkwafina, por “The Farewell”
Melhor Ator Coadjuvante em Filme: Brad Pitt, por “Era uma Vez em… Hollywood”
Melhor Atriz Coadjuvante em Filme: Laura Dern, por “História de Um Casamento”
Melhor Diretor: Sam Mendes, por “1917”
Melhor Roteiro: Quentin Tarantino, por “Era uma Vez em… Hollywood”
Melhor Filme de Animação: “Link Perdido”
Melhor Trilha Sonora: “Coringa”
Melhor música original: I’m Gonna Love Me Again, Elton John
Melhor Filme Estrangeiro: “Parasita”


Televisão

Melhor Série de Drama: “Succession”
Melhor Minissérie ou Filme para a TV: “Chernobyl”
Melhor Série de Comédia ou Musical: “Fleabag”
Melhor Ator em Série de Comédia ou Musical: Ramy Youssef, por “Ramy”
Melhor Atriz em Série de Comédia ou Musical: Phoebe Waller-Bridge, por “Fleabag”
Melhor Minissérie ou Telefilme: “Chernobyl”
Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme: Russell Crowe, por “The Loudest Voice”
Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme: Michelle Williams, por “Fosse/Verdon”
Melhor Atriz em Série de Drama para a TV: Olivia Colman, por “The Crown”
Melhor Ator em Série de Drama para a TV: Brian Cox, por “Succession”
Melhor Ator Coadjuvante em TV: Stellan Skarsgård, por “Chernobyl”
Melhor Atriz Coadjuvante em TV: Patricia Arquette, por “The Act”

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