A
primeira grande premiação do calendário anual, o Golden Globes, rolou neste domingo (5) e o clima da noite foi
dividido entre várias atmosferas: a primeira delas, logo de cara, foi relativa
à tentativa de divertir o público com piadas prontas. Mas não foi só isso! Não
faltaram também surpresas, algo que toda premiação deve ter, e momentos
marcados pela seriedade, muito em virtude dos discursos, volta e meia
políticos.
“Era Uma Vez em… Hollywood”, de Quentin Tarantino, foi o filme mais
premiado da noite ficando com três estatuetas, incluindo a de Melhor Filme de
Comédia ou Musical. Logo atrás vieram “1917”,
uma surpresinha agradável, “Coringa”
e “Rocketman”, que voltaram pra casa
com dois troféus cada um. Houve um grande esnobado? Sem dúvida “O Irlandês”, que apesar de ser favorito
não levou nenhuma das 5 categorias às quais seu nome estava incluso.
Já
quando o assunto foi séries, a disputa foi mais equilibrada. “Succession”, “Fleabag” e “Chernobyl”
abocanharam dois prêmios cada uma.
Apesar
de o comediante Ricky Gervais, host
da noite, ter iniciado as atividades do evento com um discurso sarcástico,
brincando inclusive com a escolha dos organizadores de servirem um jantar
vegano, foram as falas em prol dos incêndios florestais na Austrália e do
cuidado com o meio ambiente que mais chamaram a atenção de quem estava em casa.
Uma das primeiras a se pronunciar sobre o fogo foi Jennifer Aniston, que concorria ao prêmio de Melhor atriz em série
de Drama por “The Morning Show”.
“Precisamos usar energia renovável e
respeitar o planeta como um lugar único para que possamos ter um lugar único”.
Outros
nomes como Laura Dern, que também
saiu vitoriosa, e Ellen DeGeneres,
grande homenageada da noite, também tocaram no assunto. Ellen, aliás, fez um
discurso super divertido ao receber o Carol
Burnett Award, oferecido pela Associação
de Imprensa Estrangeira de Hollywood. A honraria, entregue pela primeira
vez a uma artista, é uma forma de reconhecer suas contribuições e impacto na
TV.
Após
ter sido recebida de pé pela platéia, DeGeneres, que estava acompanhada da
esposa, a atriz Portia de Rossi,
relembrou os desafios de sua carreira de maneira bastante otimista, começando
como atriz de sit-coms e depois, em um segundo momento, como apresentadora talk
shows.
“Tudo o que eu quero fazer é que as pessoas
se sintam bem e sorriam, não tem coisa melhor do que saber que eu fiz pessoas
ficarem bem como o meu programa. É importante que o público o veja e se inspire
a fazer o mesmo em suas vidas. A fazer os outros rirem, a ser bom. Esse é o
poder da televisão”.
Quem
também recebeu homenagem nesta noite foi Tom
Hanks, que voltou pra casa com o prêmio Cecil B. DeMille, uma espécie de distinção honorária dada
anualmente a quem contribuiu de forma significativa ao longo da sua carreira no
mundo do entretenimento.
Visivelmente
emocionado, Hanks refletiu em seu discurso de aceitação sobre sua longa
carreira, mas sem perder o bom humor: “Juro
por Deus, a vocês de casa, não estou chorando. É um resfriado”. O ator
também agradeceu à família, que tava ali pertinho acompanhando tudo, mas também
citou vários colegas com quem disse ter aprendido um punhado de coisas.
“Eu aprendi muito com pessoas com quem já
trabalhei. Pessoas estas que só precisam de um nome para serem reconhecidas
como Meryl, Denzel, Antonio, Meg, Julia… Fui aprimorando assistindo exemplos de
alguns dos maiores atores que já subiram a este palco. São esses momentos como
ator em que todos com quem já trabalhei me ajudaram a chegar a esse lugar que
me fazem pensar que às vezes são três horas da manhã e às vezes são 11 da
noite, mas você só precisa, de alguma maneira, juntar tudo e confiar no
processo”.
Ainda
sobre os discursos, o diretor de “Parasita”,
o coreano Bong Joon-ho, fez bonito
ao subir ao palco. Foi dele uma das falas mais fortes da noite. O longa, que
narra a história de uma família obcecada por ascensão social, foi o vencedor da
categoria Melhor Filme Estrangeiro.
“Assim
que você romper a barreira da legenda, você será apresentado a muitos mais
filmes incríveis”
O
discurso da Michelle Williams,
vencedora de Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV, emocionou o Golden Globes. A atriz, que está
grávida, discursou a favor dos direitos das mulheres levantando sutilmente a
questão do aborto. Ela ainda convocou as americanas a votar, sugerindo que as
eleições são uma oportunidade de colocar em prática o respeito aos seus
próprios interesses.
“Mulheres, votem nos seus próprios
interesses. É o que os homens fazem há anos”
Por
parte do público não faltaram críticas quanto à ausência de indicados negros,
mulheres e LGBTQ+ (Billy Porter, a
gente queria você!!!). Em meio aos comentários que pipocaram nas redes sociais,
uma vitória importante para os fãs de “Coringa”:
foi com o longa que uma mulher, a islandesa Hildur Guðnadóttirm, venceu pela primeira vez o Golden Globe de Melhor Trilha Sonora.
Um trabalho impecável, vale dizer!
Quem
também fez bonito foi a dupla Elton John
e Bernie Taupin, que em 52 anos de
parceria ganhou nesta noite seu PRIMEIRO prêmio juntos. Com “Rocketman” eles venceram a categoria
Melhor Canção Original Para Filme com “I’m Gonna Love Me Again”.
O
ano tá só começando, mas se liga na lista completa de vencedores desta edição:
Cinema
Melhor Filme de Drama: “1917”
Melhor Ator em Filme de Drama: Joaquin Phoenix, por “Coringa”
Melhor Atriz em Filme de Drama: Renée Zellweger, por “Judy: Muito Além do Arco-Íris”
Melhor Filme de Comédia ou Musical: “Era uma Vez em… Hollywood”
Melhor Ator em Filme de Comédia ou
Musical: Taron Egerton, por
“Rocketman”
Melhor Atriz em Filme de Comédia ou
Musical: Awkwafina, por “The
Farewell”
Melhor Ator Coadjuvante em Filme: Brad Pitt, por “Era uma Vez em… Hollywood”
Melhor Atriz Coadjuvante em Filme: Laura Dern, por “História de Um Casamento”
Melhor Diretor: Sam Mendes, por “1917”
Melhor Roteiro: Quentin Tarantino, por “Era uma Vez em… Hollywood”
Melhor Filme de Animação: “Link Perdido”
Melhor Trilha Sonora: “Coringa”
Melhor música original: I’m Gonna Love Me Again, Elton John
Melhor Filme Estrangeiro: “Parasita”
Televisão
Melhor Série de Drama: “Succession”
Melhor Minissérie ou Filme para a TV: “Chernobyl”
Melhor Série de Comédia ou Musical: “Fleabag”
Melhor Ator em Série de Comédia ou
Musical: Ramy Youssef, por “Ramy”
Melhor Atriz em Série de Comédia ou
Musical: Phoebe Waller-Bridge, por
“Fleabag”
Melhor Minissérie ou Telefilme: “Chernobyl”
Melhor Ator em Minissérie ou
Telefilme: Russell Crowe, por “The
Loudest Voice”
Melhor Atriz em Minissérie ou
Telefilme: Michelle Williams, por
“Fosse/Verdon”
Melhor Atriz em Série de Drama para a
TV: Olivia Colman, por “The
Crown”
Melhor Ator em Série de Drama para a
TV: Brian Cox, por
“Succession”
Melhor Ator Coadjuvante em TV: Stellan Skarsgård, por “Chernobyl”
Melhor Atriz Coadjuvante em TV: Patricia Arquette, por “The Act”
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