Um master plan fez nascer, em 1901, dois bairros: Petrópolis e Tirol. Plano traçado por arquiteto italiano, Antonio Polidrelli, riscado em forma de grelha, divisando ruas e avenidas. Avenidas com o nome dos presidentes brasileiros, a começar por Deodoro; as ruas, poeticamente, nome dos rios do Rio Grande do Norte: Serído, Açu, Ceará-Mirim... Primeiro, ocupado por chácaras e vivendas como a Vila Amélia da família de Câmara Cascudo. Em seguida, anos 1930, espaço da arquitetura neocolonial, desenhada pelo arquiteto Herculano Ramos, que quantas casas fez para si, tantas foram compradas quando prontas. E, segundo Cascudo, acabou sem nenhuma... depois, coisa dos anos 1950, uma arquitetura nova foi surgindo. Uma arquitetura, moderna, de potiguares que migraram para o Recife e para o Rio de Janeiro para estudar arquitetura com Lúcio Costa, Niemeyer e Borsoi.
Moacyr Gomes da Costa, João Maurício de Miranda e Ubirajara Galvão foram estes arquitetos que lançaram Natal à vanguarda, desenhando casas de linha reta, com pano de vidro, platibanda e cobogó. A história dessa arquitetura moderna e dos seus arquitetos é o que se conta no livro, "Arquitetura Moderna Potiguar", de Gustavo Sobral, Editora Edufrn, 2011, 63p., uma aventura no contexto das inovações e mudanças no fazer da arquitetura brasileira encampada por arquitetos como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. No livro há também a reprodução de duas plantas originais de residências desta época, registro fotográfico dos prédios históricos, e um pouco da história de famílias que residiram nas primeiras casas modernistas. Um trabalho ainda inédito na literatura potiguar, uma parte da história da arquitetura brasileira.
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